V/H/S
Original:V/H/S
Ano:2012•País:EUA Direção:Matt Bettinelli-Olpin, David Bruckner, Tyler Gillett, Justin Martinez, Glenn McQuaid, Radio Silence, Joe Swanberg, Chad Villella, Ti West, Adam Wingard Roteiro:Brad Miska, Simon Barrett, David Bruckner, Nicholas Tecosky, Ti West, Glenn McQuaid, Simon Barrett, Radio Silence, Matt Bettinelli-Olpin, Tyler Gillett, Justin Martinez, Chad Villella Produção:Roxanne Benjamin, Gary Binkow Elenco:Calvin Reeder, Kentucker Audley, Adam Wingard, Simon Barrett, Hannah Fierman, Joe Sykes, Jas Sams, Joe Swanberg, Sophia Takal |
O princípio
Em fevereiro de 1980, chegava aos cinemas o polêmico Cannibal Holocausto, de Ruggero Deodato. O filme mostrava uma equipe de resgate é envida à floresta amazônica para recuperar os rolos de filme de uma equipe de documentário desaparecida. A história então é contada a partir dos negativos perdidos, inaugurando assim o subgênero “found footage” que daria origem a uma longa e rentável lista de filmes.
Os filmes “found footage” (gravações encontradas) se tornariam mais comuns após o sucesso estrondoso de A Bruxa de Blair. Um filme relativamente barato, que custou apenas $22.500, que rendeu ao redor do mundo a quantia absurda de $342.661.036, fazendo a alegria do estúdio e de seus realizadores.
Geralmente produzidos de forma barata, os filmes que se enquadram neste gênero buscam “oficializar” as cenas que serão mostradas aos telespectadores através de algum tipo de aviso, onde somos alertados de que aquelas imagens foram gravadas pelas vítimas, que nunca mais foram vistas, e justificar o baixo orçamento com as cenas produzidas com equipamento amador. Dentre a imensa lista de filmes produzidos nestes moldes nos últimos anos, pouca coisa se salva, dentre elas o ótimo V/H/S.
O filme
O filme foi produzido e desenvolvido por um grupo de jovens cineastas que viveram a era de ouro do VHS, formato de home vídeo responsável pela formação de muito deles – bem como de quase todos aqui no Boca do Inferno – pela fácil disponibilidade de uma infinita variedade de títulos baratos de horror, muitas vezes lançados diretamente em vídeo.
A paixão dos envolvidos no projeto pelo formato fica clara em todo o filme, seja na estética do cartaz, nos “defeitos” aplicados digitalmente aos seguimentos, no letreiro inicial, nas gravações sobre gravações – que quem viveu esta época lembra-se muito bem. Esta paixão está presente inclusive no mote principal do filme, onde um grupo de jovens deve invadir uma casa para roubar uma determinada fita; o que este vídeo contém, ninguém sabe, mas a aura de mistério envolvendo o vídeo remete diretamente àqueles tempos onde sempre corriam boatos sobre fitas “snuff” que circulavam livremente no mercado-negro. Boatos que fizeram de bobo até o garoto-problema Charlie Sheen.
As histórias
Tape 56/frame narrative (dir.: Adam Wingard)
Um grupo de jovens delinquentes é contratado por um sujeito misterioso para recuperar uma determinada fita. Ao invadir a casa onde estaria a tal fita, os garotos se deparam com uma estranha coleção de vídeos que, quando assistidos, trazem consequências terríveis. A cada uma das fitas que eles assistem, somos apresentados a um seguimento diferente.
A história que amarra todas as outras é a mais fraca do filme, sem justificativa maiores e sem se aprofundar na motivação dos personagens. O roubo e a curiosidade de todos eles por assistirem as fitas, mesmo com as consequências que isso traz, soam bastante forçadas restando espaço para as histórias secundárias cativarem o telespectador.
Amateur Night (dir.: Dave Bruckner)
Três jovens vão para a balada com um óculos que irá gravar todas as suas experiências naquela noite. Para a sorte (ou não) deles, duas garotas parecem dispostas a seguir para um motel para uma noite de sexo e bebedeira.
A primeira história, e talvez a melhor, possui uma boa justificativa para a filmagem em primeira pessoa, gerando alguns dos momentos mais tensos do filme. Ponto para a jovem atriz Hanna Fierman, que vive a estranha Lily e pela escolha do tema. O cinema de horror precisa de mais criaturas em meio a tantos psicopatas e monstros humanos.
Second Honeymoon (dir.: Ti West)
Durante uma viagem romântica pelos EUA, um jovem casal registra tudo ao seu redor. No meio da noite, porém, seu quarto é invadido por um estranho visitante que parece acompanhar todos os seus passos.
O diretor mais conhecido entre todo o time, Ti West (Hotel da Morte, Cabana do Inferno 2), apresenta um dos seguimentos mais fracos. Seu ritmo contido característico não funciona em uma história curta e o desfecho é decepcionante.
Tuestday the 17th (dir.: Glenn McQuaid)
Um grupo de amigos acompanha Wendy a uma viagem no campo onde aos poucos vão relembrando os terríveis acontecimentos do passado da jovem.
Apesar da história sem sentido – você voltaria para o mesmo lugar onde seus amigos foram assassinados no passado em uma viagem idêntica àquela que os tiraria de você? – e do pior elenco de todos os seguimentos, a ideia do “monstro do tracking” é interessante. Uma das boas homenagens aos tempos do vídeo-cassete onde todos odiavam o famigerado “ajustando o tracking”.
The Sick Thing That Happened to Emily When She Was Younger (dir.: Joe Swanberg)
Emily passa a noite toda conversando online com seu namorado/médico através da webcam. Ela está preocupada com coisas estranhas que vem acontecendo por sua casa durante a noite.
Outra excelente história que se utiliza muito bem da filmagem em primeira pessoa, com um bom casal de protagonistas e ótimos sustos, com um final totalmente maluco e surpreendente onde falar mais do que isso pode estragar a surpresa.
10/31/98 (dir.: Radio Silence: Matt Bettinelli-Olpin, Tyler Gillett, Justin Martinez & Chad Vil-lella)
Um grupo de amigos é convidado para uma festa de Halloween mas acaba errando o endereço e indo parar em uma casa aparentemente assombrada.
10/31/98 fecha o filme de maneira épica com ótimos sustos e tensão à flor da pele de tirar o fôlego! A justificativa aqui para a filmagem em primeira pessoa é justamente registrar as provas de existência de fenômenos paranormais. O grupo Radio Silence se utiliza do estilo de narrativa para entregar um dos contos mais tensos e angustiantes da antologia.
Inédito no Brasil e sem previsão de lançamento, V/H/S apresenta aqueles pequenos defeitos comuns a filmes realizados de maneira independente, muitas vezes calcados mais na boa vontade de seus realizadores. Entretanto é um excelente ponto de partida para boas ideias e possui, apesar de tudo, uma aura nostálgica de outros tempos. Tempos onde o excesso de informações não existia e a maioria das experiências cinematográficas eram como mergulhos no desconhecido, muitas vezes no sofá de sua casa numa noite de fim-de-semana com um balde de pipoca no colo, após uma ida à vídeo-locadora.
Alguém pode me dizer se encontro o filme dublado?
Otimo filme, me deu muito desconforto certas cenas
Não achei isso tudo não. Bom mesmo só o 1º segmento,e o úlimo também prendeu minha atenção. O 2º é risível com aquele “aterrorizante” momento em que alguém enfia a escova de dentes de outro na privada…
Muito divertido mas deveria ter ido para o cinema. Quando será lançado por aqui?
gostei muito desse filme… mas 4 caveiras achei muito! concordo em muita coisa no texto! a primeira historia é sensacional!
a tensão foge em alguns capítulos! dai acho que até 3 caveias e meia tava de bom tamananho!
Esse me meteu medo! 4 caveiras merecidas!
Esse primeiro diverte 🙂
Agora o segundo… Terrível (no mal sentido). Como o autor disse nos comentários, pra mim só o segundo segmento é interessante. O primeiro é ridículo demais ¬¬
Eu gosto do último, dos ETs!
Concordo com a maioria dos seus comentários, mas acho que VHS não merece a nota que você deu.Essas antologia raramente são uniformes e dentre os curtas poucos se destacam.Mas realmente é um excelente ponto de partida, que nos leva ao VHS 2, que possui um episódio arrebatador (Safe Haven), gostaria que ele fosse expandido para um longa metragem; seria fenomenal.Todos os outros episódios são medianos.Gostaria de saber sua opinião sobre o 2 caso você já tenha assistido.
Numa nota adicional, considero o Ti West a maior fraude cinematográfica dos últimos tempos.Os filmes dele não funcionam nem como curtas (o episódio daqui, que é um verdadeiro exercício da preguiça e falta de ídeias) como em longa metragem (Inn Keepers e House of the Devil).
Já providenciei um texto sobre o segundo, muito inferior a este primeiro, mas que vale a pena por Safe Haven e pelo último episódio, que achei bem maluco. O texto será postado em breve.
Leia, comente e compartilhe! 😉
Mas eu gosto de Hotel da Morte e House of the Devil! 😀
v/h/s tem alguns momentos, e a idéia é legal, se pensar … mas o filme em si, nao é tudo isso … eu achei que o ‘andamento’ das historias, cria, cria, começa a dsenvolver, e nao entrega. e para por ae. acho que por isso nao fui muito com a cara desse flick.
Concordo. Só achei duas das histórias interessantes, o restante deixou a sensação de que ficou faltando alguma coisa
Vale destacar que foi produzido pelo Brad, editor do Bloody Disgusting.
É um ótimo filme,gostei da crítica 😀
Obrigado Álvaro!
Obrigado!
daria só 3 caveiras pra esse filme,mas é bom.
Se for analisar isoladamente, três caveiras está de bom tamanho, mas eu fui mais além e pensei no conceito do projeto todo. Aí sim ele ganha alguns pontinhos a mais.