Dead Snow 2
Original:Død Snø 2
Ano:2014•País:Noruega Direção:Tommy Wirkola Roteiro:Stig Frode Henriksen, Vegar Hoel, Tommy Wirkola Produção:Kjetil Omberg, Terje Stroemstad Elenco:Vegar Hoel, Ørjan Gamst, Martin Starr, Jocelyn DeBoer, Ingrid Haas, Stig Frode Henriksen, Kristoffer Joner, Amrita Acharia, Derek Mears |
Tudo começou em 2009, quando um diretor norueguês de apenas 30 anos chamado Tommy Wirkola, que em seu currículo contava apenas com um curta e o péssimo longa-metragem Kill Bujo (2007), uma infeliz paródia de Kill Bill, teve a ideia de utilizar zumbis nazistas atacando um grupo de amigos, numa cabana em meio ao cenário nevado das montanhas da Noruega. O resultado foi Zumbis nas Neves (Dead Snow / Død Snø).
Tá certo que zumbis nazistas não eram nenhuma novidade no cinema, vide obras como Shock Waves (1977) de Ken Wiederhorn, Zombie Lake (1981) de Jean Rolin e Oasis of the Dead (1982) de Jess Franco, mas mesmo assim nosso intrépido cineasta novato seguiu em frente.
A obra, misto de horror e comédia, dividiu os apreciadores de filmes de horror: muitos aprovaram a propostas, outros tantos ficaram de cara fechada. De qualquer forma eis que em 2014, cinco anos e dois filmes do Wirkola depois, incluindo o hollywoodiano João e Maria: Caçadores de Bruxas, surge a continuação, Død Snø 2 ou se preferir Dead Snow 2: Red vs Dead. Mais movimentado, cômico, exagerado e insano que o primeiro.
Se primeiro tinha claras influências de Evil Dead, este começa com um rápido resumo do filme anterior e parte na mesma cena em que terminou o primeiro, lembrando assim o Evil Dead 2.
Martin (Vegar Hoel), o único sobrevivente do grupo de amigos – e que chegou a amputar o braço mordido por um zumbi com uma motosserra, no filme anterior, está agora tentando escapar dos zumbis nazis. Na sua fuga desesperada, dentro de um carro, acaba arrancando o braço de Herzog, o líder dos zumbis, quando sofre um acidente e fica inconsciente (aqui temos Ørjan Gamst, repetindo o papel do chefão da horda de mortos-vivos nazistas).
Uma curiosidade aqui é que tanto Ørjan Gamst, que faz o vilão, quanto Tage Guddingsm, que interpreta o braço direito do vilão, ambos os atores são ex-integrantes da banda de death metal norueguesa Slogstorm, o primeiro como vocalista e o segundo como baixista.
A fuga desastrada de Martin acaba quando sofre um acidente e fica inconsciente. Nosso atrapalhado protagonista acorda então num hospital, e qual a sua surpresa ao descobrir que a policial o trata como um serial killer, responsável pelo massacre de seus próprios amigos. E como desgraça pouca é bobagem, os médicos implantaram nele o braço do zumbi Herzog, achando se tratar do membro do próprio Martin!
Claro que o braço novo de Martin não obedecerá a ele, causando alguns problemas no hospital (novamente não tem como não se recordar de Evil Dead 2). Martin consegue escapar do hospital, não sem antes deixar alguns cadáveres, estes por conta do braço zumbi, e parte para enfrentar o exército de mortos-vivos.
Se no primeiro filme os zumbis nazistas estavam empenhados em recuperar o seu tesouro, que foi descoberto pelo grupo de amigos na cabana, aqui eles saem da montanha e marcham para terminarem a última missão que não conseguiram concluir em vida: exterminar Talvik, uma pequena aldeia da Noruega, da região de Alta, terra natal do diretor, e que realmente teve problemas com nazistas, que incendiaram várias casas por lá em 1944. Seria este filme uma vingança poética de Wirkola?
Há aqui uma inovação em relação aos outros filmes de zumbis, incluindo o primeiro. Normalmente vemos que para se tornar um morto-vivo basta levar uma dentada de um. Esqueça essa regra! Aqui os mortos ressuscitam através do toque de mão do vilão Herzog! Basta ele passar a mão na face de um cadáver para revivê-lo (o que o filme não explica é o porquê de só ele, em meio a tantos zumbis, tem esse poder). O primeiro morto cooptado pelos nazis curiosamente é um padre. E o mais insano de tudo é que nosso herói Martin também adquire esse poder, através do braço de Herzog, que agora ele domina melhor, implantado em seu corpo.
Mas Martin não está sozinho nessa empreitada: para enfrentar o exército morto-vivo ele contará com a ajuda do emo Glenn Kenneth (Stig Frode Henriksen, que já tinha participado do primeiro, só que em outro papel) e do grupo norte-americano Esquadrão Zumbi, formado na verdade por um trio de nerds super-boboca: Daniel (Martin Starr de Superbad) e as gracinhas Monica (Jocelyn DeBoer) e Blake (Ingrid Hass. de Scott Pilgrim contra o Mundo).
O roteiro exagerado, escrito à seis mãos pelo diretor Wirkola e seus comparsas, os atores Vegar Hoel e Stig Frode Henriksen, vai ficando cada vez mais maluco e exagerado a medida que o filme avança, até chegarmos a parte final, em que Martin, para enfrentar o exército vilão (que a está altura possuem até um tanque de guerra!), resolve apelar e ressuscita o único grupo capaz de fazer frente aos zumbis nazista, ou seja, um grupo de soldados russos zumbis!
Quem torceu o nariz para o primeiro é capaz de fazer o mesmo para este; já quem curtiu o primeiro poderá gostar ainda mais da radicalidade da proposta de Wirkola. Se no filme anterior tínhamos um começo devagar, apresentando os personagens, aqui é pau puro. O ritmo é de ação continua, com a trama acumulando absurdos atrás de absurdos. Com direito a muitas gags e gore.
O massacre desenfreado dos zumbis não poupa ninguém, nem velhos, cadeirantes e crianças – afinal, esperar o quê de nazistas? O que gera cenas sangrentas e engraçadas, como quando os nazis utilizam as tripas de um cadáver, como mangueira, para roubar gasolina para abastecer o tanque de guerra.
Destaque para a conclusão, que utiliza a megaclássica canção melacueca Total Eclipse of the Heart da Bonnie Tyler numa cena muito bizarra, e o resultado é simplesmente hilário! Como não gostar de um filme em que, quando está subindo os letreiros finais, você ainda está com um sorriso no rosto?
Um dos únicos senões seria a figura do médico nazista zumbi, aqui muito pouco aproveitado. Imagine um Mengele morto-vivo fazendo experiências à la Herbert West? Para compensar, a pequena cena pós-créditos, que deixa um gancho para uma terceira parte, apesar de causar um rombo no roteiro, mostra que o Doutor poderá ter uma chance de melhor mostrar suas habilidades cientificas.
Outro ponto que não é tão feliz é em relação aos interioranos policiais de Talvik, que não chega a ser tão engraçado quanto deveria, embora nesse pequeno núcleo possamos destacar a beleza da morena, descendentes de ucranianos, Amrita Acharia, que participou de alguns episódios da série Games of Thrones.
Longe de ser perfeito, Tommy Wirkola contou com melhores recursos aqui, incluindo um elenco internacional, o que viabilizou todas as loucuras que deu na telha, embora há alguns efeitos de CGI vexatórios aqui e ali, mas nada que comprometa o filme seriamente.
Dead Snow 2 é uma tranqueira assumida, que poderá divertir quem embarcar de cabeça na proposta. Um filme, que se tivesse sido realizada nos anos 80, hoje estaria com status de cult.
Não sabia da relação dos atores com a banda e não tinha pensado na comparação com Evil Dead, que faz MUITO sentido! Parabéns pelo texto, Blob!
Mais “rir” do que “terr”, o filme é a expressão perfeita da “tranqueira assumida”. Muito melhor que as “tranqueiras metidas” do Syfy, por exemplo, com seus tubarões de duas cabeças e a tradicional fumacinha. Concordo com o Blob: a morena policial é um tesãozinho e o mengele zumbi merece uma chance maior num eventual Dead Snow 3. Já o 4 pode se deslocar para a Baixa Califórnia, onde o ZS ganha o reforço de Martin contra os surfistas zumbis, que… Opa! Vou mandar esse roteiro pro Wirkola.
Parece muito engraçado, eu amo filmes de zumbis, especialmente as produções de comédia, são extraordinários. Certamente não ouviu falar de Martin Starr há muito tempo, ele parece estar retomando sua carreira, a última vez que eu ouvi falar disso foi a season 2 de Silicon Valley, onde participa, embora na verdade eu não vi.
Otimo terrir pra assistir quando n tem nada pra fazer so n entendi aquele doutor no final n era pra ele estar morto?
o segundo e muito bom ,melhor que o primeiro adorei e chorei de rir
Sm dúvida mais divertido que o primeiro. Gostei muito.
O primeiro é foda , mais não vi esse 2 ainda , pelo jeito consegue ser mais loco que o primeiro . Ah , vou ver imediatamente !!
Nao vi esse ainda, mais, depois dessa conferida aqui, vou assistir hj…
Divertida sequencia do bacana original, que nada mais é uma homenagem terrir a “Evil Dead”, com muito sangue e visceras voando em meio a muito humor negro. Aqui o filme começa exatamente onde o anterior findou, com nosso heroi dando uma de Ash contra o comandante nazi Herzog. Mas não contava que o alemão agora não apenas é movido pela cobiça e sim pela obediência a seus superiores, ou seja, vai invadir uma cidade norueguesa perto do massacre inicial. Com muito humor e sangue, esta sequencia tem bem mais personagens e procura ampliar a mitologia da franquia, embora a confunda mais com alguns detalhes. Encare o filme como uma versão de “Night of the Creeps” so q com mortos-vivos-com-suástica que vai se divertir de rodo, feito filme B oitentista. O único porém desta fita é a inclusão dum tal Esquadrão Anti-Zumbi que não diz a q veio, a não ser apenas alivio cômico (fácil) nerd dispensavel e não condiz com o resto do humor ácido da fita. A batalha final e a sequencia ao som de “Total Eclipse of the Hearth” são os destaques. Atente pra cena pós-créditos, que deixa clara que esta franquia vai ser mesmo uma trilogia. 9/10
Assisti e gostei, apesar desse no meu ponto de vista ser mais divertido que o original eu ainda prefiro o primeiro, ambos são filmes que não se pode levar a sério em momento algum….