O que melhorou e o que piorou. Obviamente contém muitos spoilers.
ARGUMENTO E MOTIVO:
Como dito antes, o original era simplesmente dividido em dois atos: Estupro e Vingança. Tudo muito simples, visceral e extremamente realista. Já em 2010 temos muita enrolação e diálogos descartáveis.
Em A Vingança de Jennifer o único motivo é que os caipiras colocaram na cabeça que a garota estava dando mole para eles, principalmente para Matthew. Eles não pareciam ser pessoas más, e nem aparentavam ter feito isso antes, simplesmente colocaram na cabeça deles, que a moderna mulher da cidade queria sexo e eles iriam dar isso para ela.
Doce Vingança insiste em mostrar que os caras tinham mau caráter e provavelmente faziam aquilo o tempo todo, como sugere o xerife ao dizer que precisaria limpar a bagunça deles mais uma vez. Johnny também fica puto com a humilhação no posto de gasolina, que Jennifer nem ao menos fez por querer, e sempre cita isso com ódio no olhar.
Essa diferença muda o modo que a vemos os personagens, se identificando ou repudiando os mesmo.
ESTUPRO E QUASE MORTE:
Em 78 Jennifer é estuprada sem planejamentos. Eles a pegam no rio, estupram uma vez. Ela tenta voltar para casa e é estuprada de novo em uma das cenas mais interessantes do filme, onde o silêncio impera enquanto ela foge e, lá no fundo, surge o som da gaita de um dos estupradores, a desolação da garota ao vê-los surgindo entre as árvores mais uma vez é pavorosa. Depois de ser estuprada a segunda vez, Jennifer chega em casa e tenta falar ao telefone, mas a gangue já está lá e a estupram mais uma vez, além de um famoso sexo oral. A ausência de uma trilha sonora deixa o ambiente mais pesado e as cenas se cortes são de embrulhar o estomago, pela crueldade e pela duração. Depois de espancarem muito a garota é hora de matá-la. Matthew, o “retardado”, é encarregado da tarefa, mas não consegue cumprir, deixando Jennifer viva.
Em Doce Vingança, a escritora sofre todo tipo de humilhação dentro da cabana. Apanha, chupa garrafas e ouve muitos xingamentos. A pressão psicológica é intensa e muito interessante durante um tempo, porém a cisma do cara com éguas é de dar nos nervos. Depois de ser estuprada e abandonada na casa, Jennifer espertamente sai pela floresta pelada. Encontra com o Xerife, pede ajuda, mas este resolve participar da festa e estupra a menina por trás (!!). O estupro fica bem leve se comparado ao de 78, talvez porque todo mundo é bonitinho e tudo é limpo demais. Ainda sim um belo avanço de Hollywood. A quase morte da garota como já dito é surreal, ela pula no rio, sobrevive dois meses perdida e ainda volta mais forte do que nunca. Transformaram Jennifer em uma vingadora fantasma.
RECUPERAÇÃO E MEIO TERMO:
Enquanto a vingadora fantasma sobrevive só Deus sabe como e prepara sua vingança escondida, os seus estupradores estão preocupados que o seu corpo nunca fora encontrado. Tem muita enrolação, vemos a família do xerife e mais da vida dos garotos, menos de Matthew que neste aqui não tem um papel significativo. Essas cenas entram em contradição com o começo do filme, e a apresentação da personalidade dos caras. Começam a mostrar o lado mais humano deles e a vida seguindo seu fluxo normalmente, como devia ser desde o começo.
A doce Jennifer de 1978 passa apenas duas semanas se curando física e psicologicamente. Vemos o processo de cura dela intercalando-se à gangue preocupada se o corpo da mulher estaria por lá fedendo. Logo a escritora vai a igreja e pede perdão para o que virá a acontecer.
VINGANÇA:
A vingança é sempre o ato mais esperado desse tipo de filme. A pergunta que fica matutando nas nossas cabeças é sempre: como será que esse cara vai morrer? Acredito que os dois filmes possuem qualidades e defeitos nessa parte e que se combinassem melhor os dois ficaria um belo de um ato.
Enquanto a antiga Jennifer preferia seduzir e só então matar suas “presas”, a nova surge do mesmo jeito que sumiu e inicia um terror psicológico com todos os participantes da festinha do estupro. Tirando o detalhe de que muita coisa fica mal explicada, é muito interessante ver os machões se cagarem de medo do desconhecido.
Podemos imaginar o porquê das vinganças, já que ambas não são explicadas. No de 78 vemos uma mulher que sofreu o pão que o diabo amassou, sobreviveu e poderia ter voltado para casa, já que seu carro ainda estava por lá. A decisão de se vingar, pelo meu ver, foi necessária talvez por achar que poderia acontecer de novo ou simplesmente pelo ego ferido. Ambos não são provados, deixando no ar os motivos reais da moça, ou até mesmo, se há algum.
Em Doce Vingança, a garota tem motivos para fazer o que faz. Além do ego ferido, ela não tem como sair de lá, todas as suas coisas foram queimadas e para piorar a polícia ajudou a violentá-la. São tantas desculpas e tantos modos de explicar o porquê de algo que a essência contida no primeiro e explicada por Meir Zarchi é perdida.
MORTES:
Matthew morre basicamente da mesma forma, apenas com outras circunstâncias. No primeiro ele consegue transar com Jennifer antes de morrer enforcado, quase poético. E no remake ele só morre com mais carinho do que os outros: primeiro apaga ao ser enforcado e depois toma um tiro.
O Xerife Storch não existia no primeiro filme. Tirando o fato dele ser policial, foi uma ótima adição à trama. A profissão interfere no fato de que mesmo se quisesse Jennifer não poderia ir à polícia, enquanto em 78 nossa querida escritora nem pensou nessa possibilidade. Acho que foi apenas uma desculpa para a vingança de Jennifer; era quase como única forma de sair dali. A arma enfiada no “rabo” do cara é muito legal. O tiro ainda mata Matthew que esta na frente do cara.
Stanley morre provando do próprio veneno, ao ser filmado enquanto um corvo come seu olho em um efeito especial bem vagabundo. A criatividade aqui é muito boa, bem malvada. Andy é amarrado em um dispositivo que ele mesmo controla, ou seja, perdeu as forças e abaixou, azar o seu, sua cara será queimada em uma banheira de ácido. Cena deliciosa! O rosto do canalha ficando só no osso é impagável. Em 78, os dois são mortos em uma perseguição de barco, onde Jennifer mata um com a hélice do barco e outro com umas pancadas na cabeça. Prefiro o remake nesse caso.
Johnny participa de uma das minhas cenas favoritas do cinema. Depois de seduzir e fazer o “coitado” acreditar que ela queria mais sexo, Jennifer castra o cara dentro da banheira. Aqui não vemos ódio nos olhos de Jennifer, apenas resignação. Aquilo tinha que acontecer e só. Enquanto sangra rios, Johnny grita desesperado enquando a moça o tranca dentro do banheiro e desce para tomar um vinho. Sentada na poltrona Jennifer ouve música clássica com gritos ao fundo. Genial!
Nesse remake, definitivamente Johnny sofre mais. Seus dentes são arrancados, seu pênis é cortado e enfiado em sua boca – um festival de cenas grosseiras e explícitas. Bela forma de se vingar, porém sem qualquer pingo de realismo.
CONCLUSÃO:
Ambos tem seus defeitos e suas qualidade. Há quem goste dos dois, há quem não goste de nenhum e há quem prefere apenas um deles. Como disse Meir Zarchi, a essência mudou e foi isso que ditou a qualidade dos dois. Para mim foi um filme desnecessário, nem ruim e nem bom, apenas normal.
Fico chocada sempre que vejo A Vingança de Jennifer, enquanto a Doce Vingança me desperta no máximo nojo. Jennifer 2.0 veio muito mais perversa! Para quem gosta dessas vingadoras do futuro que surgem das cinzas é um prato cheio, mas quem prefere a sujeira e o realismo pode ficar com a velha Jennifer.
CURIOSIDADES:
– No cartaz do original tem a frase: “Esta mulher cortou, picou, quebrou e queimou cinco homens até ficarem irreconhecíveis, mas nenhum júri na América irá condená-la”. No filme de 78 nunca existiu um quinto homem nem tão pouco alguém foi queimado. No remake de 2010, o Xerife Storch surge como o quinto elemento e talvez umas queimaduras por ácido encaixem nessa chamada.
– O crítico Roger Ebert deu para o remake a mesma nota que o original recebeu: 0 estrelas.
Eu não vi A Vingança de Jennifer então achei esse ótimoooooo!!!
Péssimo. 1 caveiras e meia e olhe lá.
Pense em um filme lixo, é esse ai. Não percam tempo com essa bosta.
Os americanos rednecks, do interior dos EUA, odeiam esses filmes. Acham preconceito contra eles. Sempre uma urbana meio idiota se perde numa floresta no interior da América onde é abusada sexualmente ou devorada viva…para eles é um subproduto típico da cultural liberal das costas oeste e leste. Vivi em Ohio algum tempo e lá as pessoas são pacifistas, racistas talvez, sou negro e latino, mas em nenhum momento são agressivas. Cada um no seu quadrado, é o que eles dizem. Se vocês esquecer a babaquice racista do filme, dá prá rir um muito !
Não importa quais as diferenças.
“A VINGANÇA DE JENNIFER” é MUITO MELHOR! Um dos melhores filmes de terror de todos os tempos.
Esse remake é horrível. Detestável. Nojento, grosseiro. Sem NENHUMA RAZÃO DE EXISTIR.
Simplesmente horroroso!
Totalmente sem razão de existir.
Concordo. Um filme que tem um conceito tão brutal ficou mto longe do que poderia ter sido. Fico pensando se eu assisto o 2 ou não, desanimo…
Tá na cara que o autor do original quis ganhar dinheiro vendendo os direitos do original mas no fim tanto o autor como atriz do filme original acabaram de dando bem com o filme de 78 . sobre essa nova versão a fotografia do filme e meio sem cor desbotada um ponto são as mortes deste sendo mais criativa e cruel que o original.