Hellraiser 2 – Renascido das Trevas (1988)

4.5
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Hellraiser 2 (1988)

Hellraiser 2 - Renascido das Trevas
Original:Hellbound: Hellraiser 2
Ano:1988•País:USA, UK
Direção:Tony Randel
Roteiro:Peter Atkins
Produção:Christopher Figg
Elenco:Doug Bradley, Ashley Laurence, Clare Higgins, Kenneth Cranham, Sean Chapman, William Hope, Barbie Wilde, Simon Bamford, Nicholas Vince, Angus MacInnes

Estou no inferno, ajude-me!

Entre as várias franquias do cinema de horror que possuem uma enorme quantidade de filmes, Hellraiser é uma das principais, contando com nove produções até o momento (o último filme é Hellraiser: Revelações, 2011), e que pelo desgaste do tema, inevitavelmente vão perdendo a qualidade progressivamente. O filme original, Hellraiser – Renascido do Inferno (87), tem direção e roteiro de Clive Barker, baseado em seu conto The Hellbound Heart e é um dos mais importantes filmes de horror dos saudosos anos 80, apresentando-nos os misteriosos cenobitas, criaturas infernais habitantes de um universo paralelo onde é celebrada a dor e o sofrimento através de brutais torturas na carne. Os cenobitas são liderados por Pinhead e apenas aparecem quando ocorre uma comunicação entre o inferno e o mundo que conhecemos através da solução de um enigma para abrir uma caixa mágica, a configuração dos lamentos.

O sucesso comercial de Hellraiser impulsionou a criação de uma franquia, e apenas um ano depois foi lançada a continuação Hellbound: Hellraiser II, dessa vez com direção de Tony Randell e tendo Clive Barker apenas na produção. Bem mais sangrento que o anterior e tendo à disposição mais dinheiro para a criação dos efeitos especiais, agora os cenobitas aparecem mais tempo que o filme original, e quase toda a história é ambientada no inferno com a revelação de vários elementos para uma maior compreensão do universo ficcional de Hellraiser.

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A história complementa os eventos ocorridos no primeiro filme, com Kirsty Cotton (Ashley Laurence) internada num hospital psiquiátrico, ainda atormentada pela experiência traumática com os cenobitas. O sanatório é dirigido pelo Dr. Philip Channard (Kenneth Cranham), que demonstra um interesse maior pela incrível história de Kirsty, cuja versão não é levada a sério pelo detetive da polícia Ronson (Angus McInnes). O assistente do Dr. Channard, Kyle MacRae (William Hope), acaba descobrindo que seu patrão é um estudioso da Configuração dos Lamentos e que tem como objetivo conhecer o mundo dos cenobitas ajudando Julia (Clare Higgins) a ressuscitar do inferno (visto no filme anterior), cedendo-lhe vítimas humanas para recuperar suas energias, e contando também com o auxílio de uma jovem adolescente internada na clínica, Tiffany (Imogen Boorman), que não falava por causa de um trauma envolvendo sua mãe, e que possuía um oportuno dom peculiar para a solução de enigmas com caixas e cubos.

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O jovem Kyle decide então ajudar Kirsty a fugir do hospital e tentar resgatar do inferno seu pai que fora capturado pelos cenobitas, percorrendo um perturbador labirinto de corredores estreitos sob o domínio demoníaco de Leviathan. A partir daí, ela passa a enfrentar seus piores pesadelos, entre eles o traiçoeiro tio Frank (Sean Chapman), na forma de uma massa de carne sem pele, e os terríveis cenobitas comandados por Pinhead (Doug Bradley), que tem a cabeça coberta de pregos, além de Chatterer (Nicholas Vince), com seus dentes rangendo sem parar, Butterball (Simon Bamford), obeso e com um óculos cravado no rosto, e Female (Barbie Wilde), a única que também fala e que tem a garganta aberta, com todos eles apresentando cortes profundos no corpo e vestindo roupas de couro.

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Hellbound: Hellraiser II possui duas diferenças significativas em relação ao filme original. Apresenta muito mais violência e cenas sangrentas, e é bem exagerado na fantasia de sua história, com a maior parte do roteiro sendo ambientada no inferno dos cenobitas. De uma forma geral, é um pouco inferior ao filme de Clive Barker, mas ainda assim bastante divertido, com algumas cenas bem perturbadoras como a visita do Dr. Channard aos subterrâneos da clínica psiquiátrica, onde seus pacientes estão presos em celas individuais, e um deles em especial tem o insano hábito de mutilar o próprio corpo violentamente pensando estar sendo devorado vivo por vermes; ou a sequência de transformação do próprio Dr. Channard num horrendo cenobita suspenso pela cabeça por um enorme tentáculo, apresentando uma infinidade de objetos cortantes em suas mãos, e que a toda hora faz comentários irônicos e trocadilhos médicos e cirúrgicos; ou ainda a cena mostrando vários cadáveres decompostos pendurados por cordas no sótão da casa do Dr. Channard, os quais estavam apodrecendo lentamente em meio às moscas e vermes pestilentos depois de servirem de alimento para Julia recuperar a pele e forma física.

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Tanto Hellbound quanto o terceiro filme da série, Inferno na Terra (92), foram lançados em DVD por aqui com um preço mais acessível em outubro de 2004, recebendo os nomes Hellraiser 2 – Renascido das Trevas e Hellraiser 3 – Inferno na Terra. Ambos ocupando os dois lados de um mesmo disco, e trazendo como material extra apenas sinopses curtas e pequenas biografias de alguns dos atores. Aliás, em Hellbound, foi cometido um erro grotesco ao colocarem a foto da atriz Ashley Laurence na biografia de Clare Higgins.

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Curiosamente, o ator inglês Doug Bradley encarnou o personagem Pinhead em oito filmes da franquia, ficando eternamente associado à imagem do principal cenobita de Hellraiser, num caso similar ao de Robert Englund, o homem por trás do psicopata assassino dos sonhos (ou pesadelos) Freddy Krueger na saga A Hora do Pesadelo. Já a cenobita Female foi a única das criaturas infernais que mudou de atriz, passando de Grace Kirby em Hellraiser para Barbie Wilde em Hellbound. E Ashley Laurence somente participou ativamente dos dois primeiros filmes da franquia, tendo depois pequenas e discretas aparições em Hellraiser III – Inferno na Terra e Hellraiser VI – Hellseeker (2002).

Nós temos a eternidade para conhecer a sua carne – Do sádico Pinhead para a desesperada Kirsty

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Juvenatrix

Uma criatura da noite tão antiga quanto seu próprio poder sombrio. As palavras são suas servas e sua paixão pelo Horror é a sua motivação nesse Inferno Digital.

7 thoughts on “Hellraiser 2 – Renascido das Trevas (1988)

  • 10/01/2024 em 00:26
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    Eu adoro este filme! Gosto como foram ambiciosos em expandir a mitologia de Hellraiser, criando sequências/prequelas criativas. Não gosto muito de continuações que são clones do filme original e ficam no mais do mesmo. Este aqui expande a história dos Cenobitas de forma divertida e com cenas muito marcantes sempre pontuadas pela trilha-sonora brilhante. Uma viagem pelos labirintos de Leviatã!

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  • 09/03/2023 em 12:20
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    Para mim este é superior até que o 1ª filme. Eu o assisti no cinema quando foi lançado e a transformação do Dr. Channard foi bem inesperada e assustadora.

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  • 09/06/2017 em 00:47
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    Ele é superior sim ao primeiro filme, pelo menos em efeitos especiais.
    A cena do colchão é incrível, ainda mais com aquela trilha sonora estilo “tribal”.

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  • 14/02/2016 em 14:54
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    Hellraiser 2 não é “Renascido do Inferno”, e sim “Renascido das Trevas”. Na verdade, foi o primeiro filme dessa franquia — lançado em 1987 — que recebeu esse título aqui no Brasil: Hellraiser – Renascido do Inferno.

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  • 25/07/2015 em 21:15
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    Clive Barker, sabiamente, desdobrou os elementos-chaves de seu clássico filme através de suas principais sequências, amarrando-os em um único enredo. Neste filme, temos um aprofundamento maior da história dos Cenobitas, o que proporcionou cenas inesquecíveis! Tenho um carinho especial por Hellraiser 2, é o meu favorito entre todos da série. Nota 10!

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  • 29/06/2015 em 12:39
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    O filme pode não ser tão bom quanto o primeiro (não é mesmo!), mas a cena do colchão é uma das cenas mais fodas que já vi em um filme de terror.

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