Sharknado
Original:Sharknado
Ano:2013•País:EUA Direção:Anthony C. Ferrante Roteiro:Thunder Levin Produção:David Michael Latt, Geoffrey Mark Elenco:Ian Ziering, Tara Reid, John Heard, Cassie Scerbo, Jaason Simmons, Alex Arleo, Neil H. Berkow, Heather Jocelyn Blair, Sumiko Braun, Diane Chambers |
A fantasia se nutre de absurdos. Imaginar uma cegonha carregando bebês até as casas, antecipando os drones, ou pensar na possibilidade de um homem velho e gordo produzir brinquedos no Polo Norte, com a ajuda de duendes…são exatamente essas improbabilidades que tornam a imaginação tão rica nas idades iniciais. Com o tempo, a maturidade se protege com um campo de força ou blindagem, impedindo que os pés saiam do chão e encontrem caminhos alternativos na estrada de tijolos amarelos. Você já se flagrou tentando encontrar uma explicação para a digestão dos zumbis? Já tentou entender por que somente a Lua Cheia transforma os amaldiçoados em Lobisomens? (será que se mandarmos um exemplar para o espaço, ele viverá constantemente como uma criatura?) Quem poderia vencer um confronto entre a Múmia e a Criatura de Frankenstein? E se um tromba d´água conseguisse carregar um cardume de mais de 20 mil tubarões até uma cidade grande? Felizmente, o gênero fantástico na Sétima Arte está aí para resgatar essas bizarrices e nos propor possibilidades inimagináveis!
Por que tubarões? Sabe-se lá o motivo, mas Hollywood tem uma certa cisma com vacas e esses animais marinhos. Se o primeiro já apareceu voando em Twister; pegou fogo em Marte Ataca; foi puxada pelos pés por um balão em Tá Todo Mundo Louco; serviu de alimento para os velociraptors de Parque dos Dinossauros, para os graboides de O Ataque dos Vermes Malditos e para os crocodilos de Pânico no Lago; explodiu em O Massacre da Serra Elétrica – O Início e Trash – Náusea Total; transformou-se em zumbi em Dead Meat, em vampiro em O Pequeno Vampiro e exímia lutadora em Kung-Pow e Eu, Eu Mesmo e Irene; o segundo passou a estrelar as mais insanas produções: Homem-Tubarão (Sharkman, 2005), Tubarão em Veneza (Shark in Venice, 2008), Tubarões no Japão (Jaws in Japan, 2009), Tubarão Dinossauro (Dinoshark, 2010), Mega Shark Versus Crocosaurus (2010), O Tubarão do Pântano (Swamp Shark, 2011); Tubarões da Areia (Sand Sharks, 2011), Tubarão da Neve (Snow Shark: Ancient Snow Beast, 2011), Ataque do Tubarão Mutante (2-Headed Shark Attack, 2012), Avalanche de Tubarões (Avalanche Sharks, 2013), O Tubarão Fantasma (Ghost Shark, 2013)… E há até o brasileiro Tubarão da Terra…
Para um projeto como Sharknado ir além de uma piada de botequim ou pôster divulgado como brincadeira no American Film Market, seriam necessárias uma produtora cara-de-pau como a The Asylum (que já havia brincado com tubarões em Mega Shark vs. Crocosaurus e Ataque do Tubarão Mutante) e um canal ousado como o SyFy. Quando o ator Robbie Rist viu a imagem, insistiu para o amigo Anthony C. Ferrante (diretor do terrível Hospital Maldito, 2005) assumir o comando de algo que ele julgava insano, ficando apenas com uma ponta e a composição da trilha. Cada ator contratado tinha noção do que poderia sair desse filme, mesmo tendo que contracenar com o fundo verde para a inserção de cenas digitais. E também imaginavam a falta de qualidade técnica, a partir de um orçamento que não ultrapassava um milhão de dólares. Seria uma brincadeira levada a sério, não havendo limites para as mais absurdas possibilidades. Um vale-tudo do gênero fantástico para ser evitado por quem procura explicações lógicas nos filmes de terror e quer se convencer das situações mostradas. E há de tudo, acredite!
O surfista Fin Shepard (Ian Ziering, da série Barrados no Baile, 1990) está assustado com a ousadia dos tubarões. Eles estão avançando pela baía de Santa Mônica, e atacando as pessoas na praia. Uma das vítimas é seu amigo Baz Hogan (Jaason Simmons, de O Jogo do Espelho), mordido longamente na perna durante um mergulho – numa cena que sugeria um amputamento, mas que apenas apresentou alguns cortes superficiais e artificiais. A dupla se une com a atendente Nova Clarke (a gostosinha Cassie Scerbo, de Uma Patricinha de Outro Mundo, 2011) e com o bebum George (John Heard, que fez nos bons tempos Esqueceram de Mim) e partem para Berverly Hills para resgatar a ex de Shepard, April Wexler (a ex-gatinha Tara Reid, da série American Pie), e seus filhos.
O que parece ser apenas uma forte tempestade (aliás, nem parece porque às vezes o céu parece claro e o chão seco) logo se transforma em gigantes inundações, com tubarões pelas ruas, no esgoto, saltando nas janelas e atacando carros – é impressionante o quanto essas criaturas são sempre vorazes em qualquer situação! Shepard se transforma num “herói de todos“, salvando um ônibus escolar e enfrentando os animais com motosserras e com o que estiver pelo caminho. Se os tubarões voadores já não fossem uma ameaça (no Brasil, só a inchente já bastava), eles são arrastados por três tornados para Los Angeles, destruindo o letreiro de Hollywood, prédios e casas – tudo feito numa computação caseira, incluindo a água, a tempestade e o sangue.
Enquanto a filha adolescente, Claudia (Aubrey Peeples), só questiona o sumiço do pai, o irmão dela resolve pilotar um helicóptero para atirar bombas produzidas manualmente nos ciclones para cessar o fenômeno e impedir o avanço dos animais voadores! “Vamos precisar de um helicóptero maior!“, uma das inúmeras referências ao clássico Tubarão, de Spielberg, que deve ter adorado a homenagem! Quando você pensa que já viu de tudo e só resta aguardar o final da sessão, eis que duas personagens importantes são devoradas por tubarões e desaparecem de cena. Enquanto os sobreviventes lamentam as perdas, as vítimas saem ilesas de dentro do tubarão com uma motosserra, num banho de sangue falso e improvável.
Se o espectador entender a proposta – ora, o que poderia esperar de um filme com tubarões voando por um tornado? -, ele facilmente irá se divertir. Sharknado é tão ruim, mal feito, com péssimas atuações e efeitos precários que fiz questão de vê-lo duas vezes para não achar que tudo não passou de um sonho. Entrou tranquilamente para a minha lista pessoal de melhores filmes ruins ao lado do hilário Birdemic, produções que conduzem o cinema ao universo infantil das improbabilidades e dos absurdos.
os efeitos são tão ruims que da a ilusão de que tenho problema de vista hehehehe
Essa bagaceira é muito hilária, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
Eu não vi este filme, mas deve ser melhor que Tubarão 3 e Tubarão 4.
Eu fiz a critica desse filme na época
gerou uma repercussão boa
https://www.youtube.com/watch?v=Fet0lw2ddRA
vejam ai
Que coragem! não aguentei 20 minutos do filme, que dirá ver mais de uma vez! rs