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Tudo em Família
Original:Choyonghan kajok / The Quiet Family
Ano:1998•País:Coreia do Sul
Direção:Jee-woon Kim
Roteiro:Jee-woon Kim
Produção:
Elenco:In-hwan Park, Mun-hee Na, Kang-ho Song, Min-sik Choi, Ho-kyung Go, Yun-seong Lee, Cheol-ho Choi, Ka-hyeon Jang, Jae-yeong Jeong

Sabe aqueles filmes que te fazem se identificar e ficar felizinho ao assistir, mesmo a história sendo uma loucura bizarra? Tudo em Família é um desses filmes para mim.

O primeiro ponto que faz deste filme algo incrível é a direção de Kim Jee-woon. E esta não é uma produção qualquer em sua carreira. É seu primeiro longa. Para quem não sabe, Kim assina a direção de diversos filmes de horror e humor negro, o mais conhecido dele e que se tornou pop ao ganhar um remake americano é Medo (2003), que teve a adaptação como O Mistério das Duas Irmãs (2009). Mas, além desse, ainda conta com O Gosto da Vingança (2005), Os Invencíveis (2008), Eu Vi o Diabo (2010), dentre vários outros em sua filmografia.

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Na trama, acompanhamos a história de uma família que se muda para as montanhas para abrir uma pousada, devido a perspectiva de abertura de uma estrada que traria grande circulação de clientes ao local. Com atrasos na construção do novo caminho, os clientes não aparecem facilmente. Até que, numa noite, um hóspede chega à pousada. Toda a família fica animada com sua chegada, acreditando que sua sorte irá mudar. Entretanto, o convidado comete suicídio em um dos quartos! A partir daí a vida dessa família vai se transformar. Com medo de delatar o ocorrido à polícia e perder ainda mais clientes, enterram o corpo na floresta e apagam os vestígios. Como num passe de mágica, novos hóspedes começam a aparecer, entretanto acontecimentos estranhos continuam a cercar a vida dessa família nas montanhas, e eles se vem cada vez mais envolvidos numa teia de acontecimentos bizarros e sem escapatória.

Um fator estilístico que permeia toda a narrativa de Tudo em Família é o humor negro. Não se trata exatamente de um filme de horror; diferente de outros observados na carreira do diretor, estamos falando de uma comédia com terror envolvido. Cenas cômicas de cotidiano da família seguido de cenas com violência e crimes. Mas, mesmo com essa premissa pesada, o longa é desenvolvido de forma muito leve. A todos os momentos conseguimos comparar nossas famílias com a ali retratada, além das cenas de rotina, que são facilmente identificáveis a qualquer um que assista. Dá para imaginar o que faríamos no lugar dos personagens, tamanha a identificação que podemos traçar.

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Além da ótima narrativa, os atores são um show à parte. O entrosamento entre eles é excelente, o que gera, automaticamente, simpatia e identificação no público. Você torce pelos personagens, e mesmo eles fazendo milhões de cagadas, esperamos que no final a família fique bem. Isso caracteriza uma narrativa bem costurada, uma direção competente e atores talentosos. O resultado só pode ser positivo. E, entre os atores, não podemos deixar de destacar a presença de dois expoentes sul coreanos: Song Kang-ho, dos excelentes Mr. Vingança (2002), Memórias de um Assassino (2003), o Hospedeiro (2006), dentre diversos outros filmaços do gênero; e Choi Min-sik, de Lady Vingança (2005), Eu Vi o Diabo (2010) e, num dos melhores filmes de todos os tempos, Oldboy (2003).

A trilha sonora não é muito presente na trama e quando aparece é de forma abrupta. Sem um encaixe continuo e natural, o que pode ser visto como um ponto negativo para a produção, porque corta o clima da narrativa. Entretanto, as músicas são excelentes, incluindo Stray Cats e Delinquent Habits, que se enquadram perfeitamente na trama do momento em que são abordadas, mesmo sendo de forma exagerada (tudo pára e a música começa mais alta que o som do filme, parece que seu celular começou a tocar do nada, e não que a música está vindo da tela).

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Além desse ponto negativo, pelo filme ser o primeiro deste diretor, ainda existia pouca verba envolvida, o que gera imagens apagadas e edições bem bruscas em algumas cenas. Por outro lado, vale destacar que estas falhas técnicas acabam sendo mínimas, diante da boa trama.

Resumindo, Tudo em Família, ou The Quiet Family (nome original, que vocês vão ver que se enquadra perfeitamente a toda a história de forma não óbvia, mas genial) é um excelente filme de humor negro, com doses de horror. Vale a pena conferir!

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