Múmia - A Ressurreição
Original:The Mummy Resurrected
Ano:2014•País:EUA Direção:Patrick McManus Roteiro:Patrick McManus Produção:Ray Haboush Elenco:Lauren Bronleewe, Elizabeth Friedman, Bailey Gaddis, Iyad Hajjaj, Fouad Hajji, Pablo Nuñez, Jessie Paddock, Alena Savostikova |
A única boa notícia sobre The Mummy Resurrected é que basicamente há uma múmia no filme, mas não Brendan Fraser. Não verá The Rock, nem Jet Li no elenco. Todos eles foram substituídos por seis beldades, com se o elenco de Baywatch resolvesse explorar as ruínas de uma pirâmide. A comparação com a franquia A Múmia, de Stephen Sommers e Rob Cohen, não é para menos; os realizadores dessa produção picareta, dirigida por Patrick McManus, fizeram questão de copiar um dos cartazes até mesmo na ênfase da letra M do título. The Mummy Resurrected é a segunda produção da Halcyon International Pictures e seu selo Still Night Monster Movies – o primeiro foi Dracula Reborn -, que tem como desafio resgatar os monstros clássicos da Universal em filmes ruins, realizados com baixíssimos orçamentos.
É provável que boa parte da quantia reservada para a produção serviu para os efeitos digitais, presentes em inúmeras tomadas, incluindo névoas e fumacinhas que saem da boca das vítimas da tal múmia – e isso não quer dizer que sejam bons. São tão mal distribuídos como a cabeça de Anubis e seus olhos brilhantes, que teimam em aparecer em vários momentos. Tudo poderia ser abrandado se o enredo tivesse algo bom para mostrar, tentando trazer algo novo para o estilo, mas nem isso salva a produção de sua mediocridade completa.
Um grupo de belíssimas garotas – aparentemente fugidas de alguma fraternidade – está no Egito (ou qualquer outro lugar, já que não há nada que comprove isso) aguardando o pai de uma delas para explorar uma pirâmide. O Professor Tralane (Stuart Rigby, também de Dracula: Reborn, 2012), que teve uma estranha experiência no prólogo, chega ao local e conhece as garotas, enquanto mata saudade da filha que não vê há tempos. O curioso (ou furo no roteiro) é que nessa apresentação há 5 garotas apenas, mas quando chegam à caverna (ou Pirâmide, sei lá) tem uma loira a mais, uma tal de Daw (a russa Alena Savostikova), como se ela tivesse sido inserida no filme depois. Todas as meninas se destacam pela beleza, valendo a pena lembrar da protagonista Maggie (Lauren Bronleewe, de My Trip to the Dark Side, 2011), a experiente em línguas (sem malícia) Sara (Elizabeth Friedman), e a que veste uma camiseta rosa com os dizeres “I run like a girl – try to keep up”.
Sem acessórios de exploração – apenas shorts, bonés e mochilas – elas chegam ao local, com o apoio de três egípcios, que depois serão mortos por pistoleiros (!!!). No interior da iluminada pirâmide, com todos os clichês que se esperam de um ambiente assim, eles encontram facilmente a tumba de Anankotep. O que deveria ser a maior descoberta arquelógica dos últimos tempos soa ridículo pelo acesso rápido e facilitado, como se tivessem pago um ticket para entrar. Aos poucos, as garotas começarão a morrer, sem que as demais demonstrem muita preocupação, além da incoerência quando uma delas diz: “Três de nossas amigas já morreram aqui hoje.” – sendo que a terceira morreu na cena anterior e ela nem estava perto para saber.
E os diálogos ruins, escritos em hieróglifos por múmias, aposto, estão por todos as cenas. Como quando Tralane conhece alguém e diz em referência à filha: “Eu a amo mais que a vida, o que significa que te amarei ainda mais.” (!!!). E a filha apresentando o pai: “Ele é meu pai.” E a pessoa responde: “Esperamos que sim. Você nunca realmente sabe com certeza quem uma pessoa é.“. Amizade e sinceridade!
É claro que não se pode esperar muito de um filme de múmia feito com $750 mil e que quer evidenciar cada centavos nas cenas. Talvez, a possibilidade de rir com os amigos de cada situação tosca, das atuações ruins, dos efeitos caseiros e do esforço da equipe em considerá-lo parte da franquia de Brendan Fraser. Múmias ainda aguardam produções que honrem o que Boris Karloff e Lon Chaney Jr. fizeram no passado, quando valia a pena vê-las em cena!
Desse filme passo longe com certeza.