Rogue One: Uma História Star Wars (2016)

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Rogue One - Uma História Star Wars
Original:Rogue One: A Star Wars Story
Ano:2016•País:EUA, UK
Direção:Gareth Edwards
Roteiro:Chris Weitz, Tony Gilroy, John Knoll, Gary Whitta
Produção:Kathleen Kennedy, Simon Emanuel, Kiri Hart; Finni Johannsson, John Knoll; Jason D. McGatlin, Allison Shearmur, John Swartz, Susan Towner
Elenco:Felicity Jones, Diego Luna, Alan Tudyk, Donnie Yen, Wen Jiang, Ben Mendelsohn, Forest Whitaker, Riz Ahmed, Mad Mikkelsen

Os fãs da franquia Star Wars estão divididos entre aqueles que, como eu, gostam do Universo Expandido, que é formado de quadrinhos, livros, games e animações, e aqueles que não gostam. Este chamado Universo Expandido está por aí desde 1978 quando Alan Dean Foster lançou Splinter of The Minds Eye, o primeiro romance baseado na franquia criada por George Lucas e continuou crescendo e expandindo a mitologia envolvendo aquela galáxia muito distante, até que, em 2014, a Disney comprou os direitos da franquia e anunciou que o UE ganharia seu primeiro longa-metragem live action – se desconsiderarmos Caravana da Coragem – para o cinema, Rogue One- Uma História Star Wars.

O longa, com roteiro escrito por Chris Weitz (A Bússola de Ouro) e Tony Gilroy (Trilogia Bourne), baseado numa história de John Knoll e Gary Whitta (Depois da Terra), parte de uma premissa bastante interessante para os fãs e para aqueles que apenas acompanham a franquia: mostrar como os planos da primeira Estrela da Morte foram parar nas mãos dos Rebeldes em Uma Nova Esperança. Divulgado como um “filme de guerra” dentro do universo Star Wars, Rogue One acerta na direção espetaculosa de Gareth Edwards (Godzilla) que não faz feio e entrega as melhores batalhas da franquia no cinema até o momento. Edwards sabe transmitir a noção de escala no cinema como poucos e isso faz toda a diferença ao mostrar a construção da Estrela da Morte, a escala de sua destruição e as batalhas envolvendo Star Destroyers e muitos Caças. Rogue One é, sem dúvidas, um dos filmes com o visual mais bonito da franquia.

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O filme ainda acerta ao se mostrar menos maniqueísta do que seus antecessores e apresenta personagens que se situam naquela zona cinza entre o bem e o mal. Temos um engenheiro e um piloto do Império arrependidos e desertores e rebeldes lutando pela liberdade da galáxia que não se importam de ir até as últimas consequências. Em um universo onde versões mais recentes colocam Han Solo apenas revidando ao tiro de Greedo, isso é um dos maiores méritos de Rogue One. Uma pena que estes mesmos personagens, mais ambíguos, não possuam arcos mais elaborados permitindo que o público se relacione melhor com eles e toda essa ambiguidade soa gratuita, como parte dessa nova tendência de deixar tudo mais “sombrio e realista”.

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A protagonista, Jyn Erso (Felicity Jones) carece de um desenvolvimento mais elaborado e acaba muito aquém da Rey de Daisy Ridley ou da própria Leia de Carrie Fisher. Sua adesão à Rebelião é pouco convincente, assim como muitas outras motivações no filme, e sua postura no filme é muito diferente daquela apresentada pelos trailers. Rogue One também carece de um vilão emblemático, característica marcante da franquia, e Orson Krennic (Bem Mendlesohn) acaba se mostrando um vilão muito menos ameaçador do que as peças de divulgação do filme sugeriam. Suas motivações como um sujeito que quer crescer dentro do Império se mostram convincentes, mas falta espaço para que o personagem possa mostrar a que veio. Vale ainda a menção ao Grand Moff Tarkin totalmente feito em CGI com feições de Peter Cushing, falecido em 1994, que apesar de uma homenagem respeitosa, soa bastante estranho pelos movimentos nada naturais do personagem. E tem Darth Vader, que rouba a cena sempre que aparece, culminando no ponto alto do filme perto do final da projeção, onde outro famoso personagem aparece.

rogue-one-2016-4Porém, inversamente proporcional à habilidade de apresentar escalas colossais na tela do cinema de Edwards, está sua capacidade de criar personagens com que o público possa se relacionar. Seus personagens são frios e distantes e, num filme de guerra, isso é um erro fatal. Mas sejamos justos. Boa parte deste problema está no roteiro de Chris Weitz e Tony Gilroy, o pior de toda a franquia até aqui. Na tentativa de preencher todas as lacunas em aberto entre os episódios III e IV, Rogue One é um bom exemplo daquele dito popular sobre um cobertor muito curto para se cobrir a cabeça e os pés. Enquanto o roteiro cobre alguns furos, outros aparecem demasiadamente em evidência. Junte isso aos supostos rumores de que 45% de Rogue One tenha sido refilmado por exigência do Estúdio, como algumas cenas dos trailers que não estão no filme apontam, e você entende aquela impressão de que ficou faltando algo para que Rogue One pudesse ser o melhor Star Wars de todos.

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Rodrigo Ramos

Designer por formação e apaixonado por HQs e Cinema de Horror desde pequeno. Ao contrário do que parece ele é um sujeito normal... a não ser quando é Lua Cheia. Contato: rodrigoramos@bocadoinferno.com.br

4 thoughts on “Rogue One: Uma História Star Wars (2016)

  • 15/01/2017 em 23:37
    Permalink

    Gostei muito desse filme.

    Achei muito melhor que o episódio 7.

    A adesão da protagonista na causa rebelde precisava ser melhor trabalhada. Porém o filme possui mais pontos positivos do que negativos. Os efeitos são lindos e impecáveis, a batalha final é uma das melhores da série e a última cena com Darth Vader é sensacional!!

    Além disso o filme possui algo pouco visto nos filmes recentes. Os personagens dão o sangue para cumprir as missões, abraçam a causa rebelde e vão até as últimas consequências.

    Ótimo filme!!!!

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  • 23/12/2016 em 02:15
    Permalink

    Desculpe,mas existe alguns pontos na critica que não fazem lá muito sentido(eu admito que alguns deles seja por questão pessoal,mas de qualquer modo):Por elemento de comparação,você pode dizer que a Jyn não teve um motivo forte para entrar na aliança(sem spoiler),mas dizer que a Rey teve um desenvolvimento melhor(com o seu roteiro meio batido de “garota boa que não sabe o que fazer da vida”)soa um pouco embaraçoso e quanto á comparação com a Leia acho justa até certo ponto,principalmente devido ao tempo de tela de cada uma em toda a saga(sei que é culpa dos criadores,mas mesmo assim).
    Quanto a parte dos personagens,cabem dois comentários:O primeiro é que pela quantidade deles na tela,no geral eles foram bem apresentados(basta lembra da confusão que o esquadrão suicida teve com o mesmo problema)e provavelmente a Disney vai ficar feliz com a venda dos bonecos(entenda como quiser) e segundo,mesmo achando que todos os personagens do longa tenham características com que as pessoas possam se identificar(uns mais, outros menos,mas o básico está lá)acho meio chato essa ideia ser colocada em tudo quanto é obra(algo que é estranhamente é comum hoje em dia),parece muito mais um egocentrismo latente do que qualquer outra coisa.
    Por último,se a questão dos erros de roteiro for apenas a idade de alguns personagens(sem spoiler de novo) e a ausência de outros(já disse,sem spoiler),acho que são erros menores e não são o bastante para chamar o roteiro desse filme de “O pior da saga”(mas claro,se souber de outros pode responder aqui).

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  • 19/12/2016 em 16:22
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    [COMENTÁRIO COM SPOILERS]

    É um ótimo filme, muito melhor que o episódio 7.

    E a cena final do Darth vader é linda demais!!!

    As cenas de batalha são muito boas e a história podia ser melhor trabalhada e aprofundada.

    Nota: 4 caveirinhas.

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  • 19/12/2016 em 10:26
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    Eu gostei. Achei legal. Mas, a porra do Peter Cushing digital fodeu tudo! A Princesa Léia digital também.
    Porém, o vilão desse filme é legal pra caramba!

    Resposta

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