Peles
Original:Pieles
Ano:2017•País:Espanha Direção:Eduardo Casanova Roteiro:Eduardo Casanova Produção:Carolina Bang, Álex de la Iglesia, Kiko Martínez Elenco:Macarena Gómez, Ana Polvorosa, Jon Kortajarena, Carolina Bang, Candela Peña, Carmen Machi, Secun de la Rosa, Eloi Costa, Joaquín Climent |
Anualmente alguns filmes são lançados e provocam debates acalorados entre crítica e público. Alguns destes títulos dificilmente se encaixam em uma forma simples de classificação ou mesmo de gênero. Definir Sexta-feira 13 como um slasher de terror é fácil. Mas como classificar Anticristo, de Lars von Trier? É drama? É terror? É drama sobrenatural? A ideia de não classificação seria uma forma de endereçamento? A verdade é que alguns filmes simplesmente não possuem categorias tão definidas.
Vindo da Espanha, o filme Peles (2017) facilmente pode se encaixar nesta categoria das películas sem categorias. É terror? Definitivamente não. Mas traz em sua narrativa alguns sentimentos e leituras bastante comuns ao gênero. O filme fez barulho no Festival de Berlim e se formos insistir em uma classificação, talvez Peles possa ser considerado uma comédia dramática visualmente forte destacando pessoas com deformidades físicas.
Engana-se quem pensa estarmos diante de um Freaks do século 21, filme dirigido por Tod Browning em 1932. Para quem não conhece, Freaks, Monstros em português, chocou o mundo ao trazer pessoas com deformidades reais em um filme no mínimo perturbador e que até hoje permanece como uma grande obra cinematográfica.
Todos os personagens de Peles são atores maquiados. Não que isto diminua o impacto da obra uma vez que a direção de Eduardo Casanova optou por destacar o grotesco dentro de um trabalho visual que vai muito além dos personagens e se espalha por cada parte da película como cenários, figurinos e palheta de cores. E se as imagens são perturbadoras, o roteiro é igualmente deformado destacando também personagens “normais” ou que possuem deformações apenas mentais. Isto pode levar naturalmente o público a entrar em um universo semelhante a um circo de horrores para acompanhar uma história doentia.
O enredo de Peles trabalha com condições reais, como nanismo, queimaduras e obesidade mórbida, assim como outras condições imaginárias como uma mulher que tem o ânus no lugar da boca, uma garota que possui a pele cobrindo o lugar dos olhos e um rapaz que sonha em ter as pernas amputadas para viver igual as sereias. Para trazer ainda mais polêmica, o diretor optou por tratar estes personagens como seres sedentos por desejos sexuais fortes. Afinal, a maioria dos seres humanos querem se apaixonar e fazer sexo. Alguns aqui vão mais além e se envolvem em fetiche, prostituição e até pedofilia. Tudo em nome do desejo.
Um dos destaques da direção de Eduardo Casanova, que também assina o roteiro, é pegar este enredo que pode ser considerado doentio e construí-lo quase de forma onírica através de um excelente trabalho de direção de fotografia e de arte com uso excessivo da cor rosa. Aqui a ideia de normalidade é vista dentro de uma sociedade formatada do que é considerado padrão. Além disso, o roteiro é bem escrito, mas de maneira muito inteligente não entrega todos os dados referentes aos personagens. Os mesmos passam a serem compreendidos com o avançar da história e algumas tramas podem se cruzar ou não.
Vamos repetir que Peles não é um filme de terror, mas trata de elementos comuns ao gênero justamente por apresentar este mundo tão sensorial e marcado visualmente como um sonho, ou pesadelo, repetitivo repleto de personagens deformados que insistem não apenas em existir, mas principalmente em sobreviver e serem felizes. Aqui o terror existe não pela deformidade, mas pela distorção do mundo diante dos personagens que buscam deixar as sombras.
Um filme grotesco, horrível e doentio.
Se choca, atingiu o propósito. Esta seria uma análise simples e imediata, porém o filme é muito mais que isso, é a expressão máxima da alma humana, que, assim como é, nos choca, incita, provoca, emociona, nesse enredo que mescla horror, amor, crítica social, contradições humanas, diferenças estéticas e preconceitos, tudo tratado com muito cuidado e sensibilidade, desde a escolha dos aturoes, cenários, plástica e trilha sonora. Um filme para reflitirmos sobre nossa propria existência, nossas convicções e (pre) conceitos. Na minha opinião, o filme é uma linda poesia impactante, que corta violentamente nossa alma e nos faz melhores…
achei o filme muito bom, a fotografia é incrível
Saibam que cinema como arte só diz respeito aos inteligentes, por isso a massa popular o vê como mero entretenimento. “Peles” do espanhol Eduardo Casanova é uma obra essencialmente dirigida a quem possui um discernimento além do convencional, já que a proposta do competente diretor é exaltar com responsabilidade e domínio o horror humano a que estamos submetido e não se valer do que seria asqueroso e escabroso apenas para chocar o espectador. O que realmente choca e provoca náuseas em determinadas pessoas na platéia é a possibilidade de ter nascido igual. Em outras palavras, o objeto subjetivo da questão transcende ao objetivo e o que seria algo surreal assume o aspecto real. Sempre valorizei o cinema e o teatro espanhol, já que dele trago toda a minha formação cultural, mas nesses 50 anos em que exerço o jornalismo crítico, jamais havia deparado com algo tão intenso e profundo. Considero “Peles” um dos filmes mais importantes da atualidade.
Filme ridículo, nojento, podre….mente doentia de quem fez essa merda!! Não tive estômago para assistir até o final, lixo!
COMO ASSIM GENTEEEEE? KKKKKKKKKKKK
Essa cena da última foto não está no filme. Foi cortada.
filme estranho, mas possivel. louco, mas real.
Filme Intrigante. Vou conferir.