Love, Death + Robots (2019)

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Original:Love, Death + Robots
Ano:2019•País:EUA
Direção:Víctor Maldonado, Alfredo Torres, Gabriele Pennacchioli, Franck Balson, Dominique Boidin, Léon Bérelle, Jerome Chen, Rémi Kozyra, Maxime Luère, Alberto Mielgo, Tim Miller, Damian Nenow, Javier Recio Gracia, Vitaliy Shushko, Owen Sullivan, Oliver Thomas, Robert Valley, Dave Wilson, Jon Yeo, István Zorkóczy
Roteiro:Tim Miller, Philip Gelatt, John Scalzi, Alastair Reynolds, Claudine Griggs, Peter F. Hamilton, Marko Kloos, Joe R. Lansdale, Alberto Mielgo, Janis Robertson
Produção:Joshua Donen, David Fincher, Jennifer Miller, Tim Miller
Elenco:Samira Willey, Scott Whyte, Nolan North, Matthew Yang King, Michael Benyaer, Josh Brener, Elly Condron

Definitivamente não há nada parecido com Love, Death + Robots na própria Netflix. Embora a produtora de streaming tenha um catálogo grande de animes, invista pesado em animações para o público adulto – geralmente voltadas para a comédia de humor adulto ou heroicas – e as vezes saia da obviedade com produtos grandiosos como o remake de Devilman Crybaby, nada pode ser comparado a ousadia que é a antologia de Love, Death + Robots.

Com 18 episódios em animação, a série trabalha em seu tema justamente aquilo que está em seu nome. Cada episódio funciona como uma história completamente independente, sem haver nem mesmo uma relação entre elas, sempre vagando pelos temas de envolver, amor, ou morte, ou robôs, ou tudo junto.

Há um pouco de tudo. Ficção científica, distopias, comédia, terror, cyberpunk, às vezes mais cyber, às vezes mais punk. E ainda assim pouca coisa aqui é previsível. Há muito espaço para ser surpreendido a cada episódio de Love, Death + Robots, mas também há produtos esquecíveis.

A série foi criada criada por Tim Miller, mais conhecido pelo seu trabalho como diretor do primeiro Deadpool (2016). Na antologia, ele é creditado como escritor e produtor dos 18 episódios (junto a outros parceiros de peso como John Scalzi), retomando seu cargo de diretor em apenas um episódio, Ice Age. A produção conta com diferentes estúdios que nos deslumbra com diferentes estilos de animação, a maioria pouco conhecida do grande público, envolvidas principalmente na produção de animação para games.

O Blur Studios, fundado pelo próprio Tim Miller, é um dos estúdios de animação creditado na produção, sendo responsável pela animação de quatro episódios. Mais outros quinze estúdios de animação deram vida à antologia, que deu a oportunidade de muito se experimentar, explorar e trabalhar com diversos estilos, que variam desde o ultra realismo, até métodos mais clássicos, se destacando a Axis Studios e a Unit Image, envolvidas nos jogos God of War, Halo e Destiny. E praticamente tudo é deslumbrante aos olhos.

De longe, os episódios mais surpreendentes são A Testemunha, Para Além da Fenda de Áquila e Zima Blue, com produções que transcendem a tela e nos acompanham muito além do que se apresentam.

Alguns outros como A Vantagem de Sonnie, Os Três Robôs, Quando o Iogurte Assumiu o Controle, Boa Caçada, Metamorfos, Ajudinha, 13 Número da Sorte (estrelado por Samira Willey), Era do Gelo e A Guerra Secreta podem surpreender com ideias boas, saindo da zona de conforto de produções do mesmo estilo.

Proteção Contra Alienígenas, Sugador de Almas, O Lixão, Noite de Pescaria, Ponto Cego e Histórias Alternativas até tentam, mas não são lá muito marcantes.

Tanto experimentalismo no projeto de Love, Death + Robots chamou até mesmo a atenção do consagrado David Fincher, que se envolveu como produtor executivo à convite de Miller, sendo um nome de peso que acabou trazendo bastante visibilidade e capital para a série.

Obviamente nem tudo é perfeito. Além de alguns episódios mais fracos que diminuem o ritmo e atração pela série, Love, Death + Robots extrapola em alguns momentos a nudez e o erotismo, por vezes gratuitos, gerando debates principalmente sobre o uso vazio do nu feminino, algo marcante no genial episódio A Testemunha, onde a objetificação visual da protagonista é inegável.

Ainda assim, é impossível não se sentir atraído pela antologia. Sua versatilidade é um grande bônus, com histórias tão distintas, tendo seu próprio universo centrado naqueles poucos minutos, tomado por narrativas que nos deixam na ânsia por mais daquilo.

Love, Death + Robots é obrigatório para os amantes de animação, mas principalmente para os amantes do experimentalismo. Que a antologia se torne ainda maior e mais bizarra no futuro.

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Samuel Bryan

Jornalista, acreano, tão fã de filmes, games, livros e HQs de terror, que se não fosse ateu, teria sérios problemas com o ocultismo. Contato: games@bocadoinferno.com.br

2 thoughts on “Love, Death + Robots (2019)

  • 03/06/2020 em 02:00
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    Achei essa série genial, e mesmo tendo alguns curtas um pouco mais fracos, daria 5 caveiras fácil pelo conjunto da obra.
    Meus episódios favoritos foram:
    Para além da fenda de Aquila (que merecia um filme, na minha opinião)
    Guerra Secreta e Metamorfos.

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  • 09/06/2019 em 22:58
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    Gostei demais desta série. Difícil escolher minha história favorita, mas particularmente me diverti bastante com os episódios que adaptaram contos de John Scalzi, como o dos três robôs, uma bela combinação de ficção científica com comédia.

    Resposta

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