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O Homem Invisível
Original:The Invisible Man
Ano:2020•País:Austrália, EUA, Canadá, UK
Direção:Leigh Whannell
Roteiro:Leigh Whannell
Produção:Jason Blum, Kylie Du Fresne
Elenco:Elisabeth Moss, Oliver Jackson-Cohen, Harriet Dyer, Aldis Hodge, Storm Reid, Michael Dorman, Benedict Hardie, Renee Lim, Brian Meegan, Vivienne Greer, Nicholas Hope, Cleave Williams

O australiano Leigh Whannell tem sido um nome relacionado a projetos muito interessantes do gênero terror nas últimas duas décadas. Roteirista, diretor, produtor e ator, Whannell esteve envolvido em franquias como Jogos Mortais e Sobrenatural. Os roteiros dos três primeiros Jogos Mortais foram assinados por ele. Vale destacar que são os únicos três filmes da longa franquia que realmente são bons. Além disso, Whannell também estrelou o primeiro filme.

Após o seu envolvimento em Jogos Mortais, foi a vez dele apostar na franquia Sobrenatural, onde também trabalhou como roteirista e ator. Apesar dos capítulos 3 e 4 serem realmente chatos e desnecessários, os dois primeiros foram muito bem recebidos e elogiados por fãs e crítica especializada.

A carreira de diretor de Whannell é mais discreta tendo comandado o terceiro e irregular filme da franquia Sobrenatural e o já mais interessante Upgrade: A Atualização. Seu terceiro filme como diretor responde pelo título de O Homem Invisível e este tem sido considerado uma obra bastante bem realizada e capaz de elevar ainda mais o prestígio do rapaz.

Antes de falar da versão de Whannell para O Homem Invisível, é importante destacar que trata-se de um título bastante conhecido. Originalmente escrito por H. G. Wells, O Homem Invisível é uma novela de ficção lançada em 1897 e também no formato romance no mesmo ano. A trama acompanha um cientista chamado Griffin que inventa uma maneira de mudar o índice de refração de um corpo de modo a se tornar invisível. Decidido a provar suas teorias, Griffin realiza nele mesmo este procedimento, mas falha em sua tentativa de reverter isso.

A primeira versão para o cinema surgiu em 1933 com direção de James Whele e Claude Rains como o homem invisível. O filme fez sucesso e gerou sequências e novas adaptações. A última tentativa de reviver a trama de Wells aconteceu em 2000 com direção de Paul Verhoeven e estrelado por Kevin Bacon e Elizabeth Shue. Isto sem contar a péssima sequência lançada em 2006 com Christian Slater.

Falar de um novo filme sobre O Homem Invisível veio acompanhado de uma grande dúvida da necessidade de mais uma adaptação do tema. Afinal, mais uma vez teríamos um cientista louco que fica invisível, enlouquece e começa a matar todo mundo, certo? Foi neste ponto que a mente criativa de Whannell foi bastante feliz nas suas escolhas. Apesar do título, não temos cientistas, laboratórios ou a perda da sanidade em função de uma condição física. Aqui temos um psicopata disposto a fazer de tudo para se vingar da ex-namorada.

A trama acompanha o drama de Ceci (Elizabeth Moss), que após fugir do namorado Adrian Griffin (Oliver Jackson-Cohen) passa a viver escondida na casa de um amigo policial. Algumas semanas depois, Ceci recebe uma carta de um advogado informando que Adrian se matou e deixou uma fortuna para ela. Tudo parece bem até que Ceci começa a perceber estranhos fenômenos ao redor dela. No começo tudo parece ser coincidência até que as coisas realmente ficam estranhas passando a ameaçar a segurança não apenas de Ceci como das pessoas próximas dela.

A direção e o roteiro trabalham muito bem com momentos de suspense e de tensão ao mesmo tempo em que Elizabeth Moss arrasa em cena. Chega a ser perturbador acompanhar o mergulho de Ceci na teia de loucura criada por Adrian. Se o enredo é interessante, algumas cenas são de uma tensão bastante eficiente. Crédito para a liberdade criativa da história, o tom encontrado pela direção e o elenco que vai além de Moss e inclui coadjuvantes como o amigo policial (Aldis Hodge ), a irmã de Ceci (Harriet Dyer ) e até o irmão de Adrian (Michael Dorman ). Todos muito bem em seus papeis.

Ao final, O Homem Invisível se mostra um interessante exercício dentro de um tema que aparentemente já estava fadado ao esgotamento. Fica a lição para novas versões de trabalhos antigos apostarem na liberdade criativa para tornarem suas obras autorais e não apenas cópias sem profundidade.

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6 Comentários

  1. Arrastado, lento, não se define no próprio gênero durante um terço do filme, plot twist previsível e morno, conclusão mais do que óbvia… Terrível em pleno 2020, filmes em que a mocinha pasta na mão de todo mundo tentando provar que não esta louca durante 90% do filme. Chega a ser irritante, antes da metade só filme, já torcia para que ela fosse trancafiada num hospício e nunca mais saísse de lá.

  2. Não achei tudo isso. Moss repete muito do papel dela em “Handmaid’s Tale” e o filme soa bem previsível a quem já viu muitas produções do gênero, mas vale conferir por ser do Whannell.

  3. Bom filme, mas eu daria 3,5 caveiras, no máximo. Sinceramente, fiquei decepcionado como o filme já dá logo na cara que Cecilia não está maluca. Acho que seria muito melhor se houvesse um suspense se o “homem invisível” realmente existe ou não. Esse suspense, que poderia fazer tão bem, já acaba na primeira aparição de Adrian.
    O fim foi maravilhoso, especialmente a trilha sonora. O começo do filme foi muito bom também, o comecinho mesmo, com a maré batendo nas pedras. Foi confortável ver.

    1. Ah, primeira aparição de Adrian após o suposto suicídio.

  4. Eita, cinco estrelas. me deu vontade de ir conferir

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