Você Deveria ter Partido
Original:You Should Have Left
Ano:2020•País:EUA, UK Direção:David Koepp Roteiro:David Koepp, Daniel Kehlmann Produção:Kevin Bacon, Jason Blum, Dean O'Tool Elenco:Kevin Bacon, Amanda Seyfried, Avery Tiiu Essex, Colin Blumenau, Lowri Ann Richards, Joshua C Jackson, Eli Powers |
Mudar de país e tentar uma vida nova pode ser complicado se você não conseguir se desprender de seu passado. Kevin Bacon estrela este terror psicológico repleto de lugares-comuns, com uma premissa já revisitada à exaustão no subgênero “família se muda para uma casa estranha“, mas que traz um novo fôlego pela possibilidade metafórica sem apelar o tempo todo para sustos fáceis. A boa aceitação – não suficiente para tornar o trabalho inesquecível – também acontece pela presença sempre interessante de Amanda Seyfried (A Garota da Capa Vermelha e 12 Horas), que cria um curioso contraponto com o seu par. E vale uma espiada por envolver novamente a parceria entre Kevin Bacon e o diretor David Koepp, que, em 1999, resultou no ótimo Ecos do Além.
Baseado em um romance de Daniel Kehlmann, o enredo, também roteirizado por Koepp, traz um Bacon mais velho, interpretando o banqueiro Theo, casado com a atriz Susanna (Seyfried), bem mais nova do que ele, e pai da pequena Ella (Avery Tiiu Essex). Ciumento, bastante evidente em duas cenas – quando ele a visita no set de filmagem no dia em que ela está tendo um momento quente; e quando resolve espionar as mensagens recebidas -, Theo ainda precisa conviver com o passado trágico envolvendo a morte de sua ex-mulher na banheira, e que o levou a julgamento pela justiça e pela sociedade, ganhando apenas na primeira.
Assim, com o apoio da esposa, eles se mudam para um casarão isolado no País de Gales, na busca de discrição e paz. Como era de se imaginar, coisas estranhas começam a acontecer antes mesmo que eles consigam visitar toda a morada; e não conseguirão, pois ela é imensa e mutável. A partir de sombras sinistras, portas que se abrem para o nada e às vezes para longas escadarias, desproporcionais ao tamanho da casa, e quartos que trazem fotografias e passagens do tempo não percebidas, Theo é ainda atormentado por pesadelos constantes, usando os áudios de ajuda e sua agenda como maneiras de relaxar.
A situação se aperta quando ele encontra recados em sua agenda, como um que serviu ao título do filme, e a filha desaparece em meio ao labirinto de portas e salas, e até para uma versão sua envelhecida e que traz a terrível lembrança à tona. Haverá o dono de um mercadinho que irá apresentar a mitologia da morada e até uma relação com pessoas que são obrigadas a ficar lá para sempre – “não é você que encontra a casa, e ela que a encontra” -, mas tudo funcionando como um simbolismo ao seu próprio trauma e ao passado que sempre encontra meios de torturá-lo, como se lá fosse um reflexo de seu subconsciente.
Mesmo com uma certa profundidade, principalmente no referente ao encontro consigo mesmo e o amadurecimento de um acontecimento que irá acompanhá-lo por toda vida, Você Deveria Ter Partido peca em sua realização como filme de horror, diferente do longa de 1999. Pouca coisa realmente assustadora acontece, e essa confusão entre pesadelo e realidade, portas e salas escuras já não empolgam mais. E o final também é bem morninho, deixando o infernauta com a sensação de que faltou alguma cena ali, um clímax, algo que pudesse fechar a trama de maneira mais intensa e surpreendente.
Ainda assim, é um filme que pode despertar o interesse, pelo elenco e realização. Porém, será facilmente esquecido pouco tempo depois, diferente do trauma do protagonista.
Você foi gentil em tua resenha. O filme é uma porcaria! Não segue um foco e o desenvolve, nem em relação ao ciúme, a dinâmica da casa, ou o vilarejo. Nada é aprofundado. A culpa dele e o segredo não nítidos desde o começo, causando zero surpresa e suspense. E o final? Nem chamo aquilo de final. Parece uma cena mal feita e às pressas só para irem tomar um porre. E, por falar em porre, deveria ser o “adjetivo” oficial do filme.
Fui com a expectativa alta, até pelo fato de ser produzido pela Blumhouse e com a direção e roteiro do David Koepp. Infelizmente me decepcionei muito, filme fraco, atuações decepcionantes, e confuso em alguns momentos. O diretor tinha uma premissa interessante em mãos, mas não soube executar da melhor forma, que pena.
A trama não chega a lugar nenhum. Fraco!
Nossa, esse filme é mesmo bem ruim.
Poxa pena não falarem bem do filme. Estava na expectativa.
Já tinha achado Ecos do Além tão sem sal… vontade zero de conferir esse.