Possessor
Original:Possessor
Ano:2020•País:Canadá, UK Direção:Brandon Cronenberg Roteiro:Brandon Cronenberg Produção:Fraser Ash, Niv Fichman, Kevin Krikst, Andrew Starke Elenco:Jennifer Jason Leigh, Andrea Riseborough, Tuppence Middleton, Sean Bean, Christopher Abbott, Kaniehtiio Horn, Rossif Sutherland, Christopher Jacot, Hanneke Talbot, Gabrielle Graham, Raoul Bhaneja |
Em seu segundo longa-metragem, Brandon Cronenberg segue os passos de seu pai em um filme com uma atmosfera tensa e perturbadora. Ele é filho de David Cronenberg, um dos principais nomes do cinema de horror. Muitas de suas produções se encaixam perfeitamente no subgênero Body Horror. Além da violência habitual em seus filmes, o diretor mostra também reflexões existencialistas. Sem lançar nenhum filme desde Mapa para as Estrelas (2014), David Cronenberg parece ter passado o bastão para seu filho.
Logo na primeira cena de Possessor, presenciamos um brutal assassinato, em que a pessoa que cometeu o crime tem suas ações controladas mentalmente por outra. A possessora é Tasya Vos (Andrea Riseborough). Ela trabalha em uma empresa secreta que criou uma tecnologia de implante cerebral. Por meio desse controle, os alvos escolhidos são assassinados. As consequências desse trabalho causam drásticas mudanças na personalidade de Tasya, logo percebidas por sua chefe Girder (Jennifer Jason Leigh). Tasya tem uma relação afetuosa com seu ex-marido, que tem a guarda do filho. Entretanto, vive um dilema em reatar o casamento, pois teme que seus impulsos violentos possam machucar seus familiares. Mesmo estando mentalmente afetada, Tasya aceita uma nova missão, que pode por em risco sua própria vida.
A próxima tarefa de Tasya é o assassinato do empresário John Parse. Para isto, ela deverá possuir a mente de Colin (Christopher Abbott), genro do alvo. Durante o processo, Tasya experimenta o relacionamento conturbado com a namorada de Colin, Ava. Colin trabalha na empresa do sogro, onde tem que monitorar a vida privada de algumas pessoas, recolhendo informações para fins publicitários. A mente conturbada de Colin traz dificuldades à Tasya em assumir o controle das ações dele.
As empresas em que Colin e Tasya trabalham não se importam com a privacidade alheia, e utilizam a tecnologia em benefício próprio com o único objetivo de lucrar. É possível traçar um paralelo entre elas e a maneira como as gigantes da tecnologia operam atualmente.
Neste cenário sombrio e ganancioso, Colin e Tasya vivem um pesadelo sangrento, onde lutam pela existência. E as consequências dessa disputa mental são extremamente desastrosas. A mistura de ultra-violência e questões existencialistas tornam Possessor um dos melhores filmes do ano. E deixou, com certeza, Cronenberg pai orgulhoso do filho cineasta.