Espontânea
Original:Spontaneous
Ano:2020•País:EUA Direção:Brian Duffield Roteiro:Brian Duffield e Aaron Starmer Produção:Nicki Cortese Elenco:Katherine Langford, Charlie Plummer, Hayley Law, Yvonne Orji, Piper Perabo, Rob Huebel |
É possível que uma premissa aterradora possa ser transformar num filme terno, dramaticamente bem resolvido e com muito a dizer sobre as relações humanas? Sim, é possível e Spontaneous vem confirmar isso com muita graça e competência.
A tal premissa aterradora é a seguinte: sem nenhuma explicação, os adolescentes de uma escola prestes a se formarem no ensino médio começam a explodir. Literalmente, sem mais nem menos, eles explodem. É isso… O que poderia gerar um terror podreira, um suspense conspiratório ou uma ficção científica com um ser extraterrestre de poderes desconhecidos virou um drama adolescente sobre as dores do crescimento, uma love story contemporânea e um drama sobre perda que bate em muitos outros filmes “sérios” vendidos por aí com essas temáticas.
O medo e a aflição perpassam por todo o filme pois a qualquer momento alguém pode simplesmente explodir na tela (há cenas bem sanguinolentas nesse sentido), mas o que se sobressai ao longo da projeção é uma história cativante de adolescentes buscando entender o mundo e seu papel (esperado ou não) na sociedade. Tudo executado de forma bastante sensível e poética, equilibrando romance, suspense e bom humor.
O foco recai em Mara (Katherine Langford), adolescente desbocada e meio outsider que, entre as explosões de seus amigos, engata um romance com o seu colega de turma Dylan (Charlie Plummer). O casal de atores é uma simpatia e a direção sabiamente deixa eles brilharem e encherem a tela. O roteiro, por sua vez, torna os personagens críveis, tem diálogos espertos e soluções bem orquestradas, raridade hoje em dia.
Tanto roteiro, produção e direção estão a cargo de Brian Duffield, que também escreveu e produziu os divertidos A Babá (2017) e sua continuação A Babá: Rainha da Morte (2020). Um nome a se prestar atenção em seus trabalhos futuros.
Mesmo com todas essas características não convencionais para um terror, o filme é bem sombrio e causa medo, vejam só, diante das incertezas da vida. Sugiro que mesmo os leitores mais aguerridos do puro terror experimentem… afinal, como nem só de pão vive o homem, nem só de pavor extremo vive o fã de cinema fantástico!
Em tempo: disponível na Netflix.
Nossa, eu não esperava nada desse filme e me gostei demais, a cada explosão era um choque, mas confesso que no terceiro ato fica meio broxa porque mergulha de vez no drama.
“Os adolescentes de uma escola prestes a se formarem no ensino médio começam a explodir. Literalmente, sem mais nem menos, eles explodem.”
Eu sei que é mania das pessoas das regiões Sudeste e Sul falarem sem usar “SE” mas acho importante e lógico, senão deixa a entender que elas estão explodindo algo que não é citado, usando a palavra “SE” sabemos que elas estão se explodindo.
Não está errado falar sem o “se”. Trata-se de objetos diretos e indiretos. Quando o autor menciona a frase: “Os adolescentes de uma escola prestes a se formarem no ensino médio começam a explodir. Literalmente, sem mais nem menos, eles explodem.”, temos como objeto direto “Os adolescentes”, visto que não temos uma resposta “o que” no final da frase.