Espontânea (2020)

4.3
(7)

Espontânea
Original:Spontaneous
Ano:2020•País:EUA
Direção:Brian Duffield
Roteiro:Brian Duffield e Aaron Starmer
Produção:Nicki Cortese
Elenco:Katherine Langford, Charlie Plummer, Hayley Law, Yvonne Orji, Piper Perabo, Rob Huebel

É possível que uma premissa aterradora possa ser transformar num filme terno, dramaticamente bem resolvido e com muito a dizer sobre as relações humanas? Sim, é possível e Spontaneous vem confirmar isso com muita graça e competência.

A tal premissa aterradora é a seguinte: sem nenhuma explicação, os adolescentes de uma escola prestes a se formarem no ensino médio começam a explodir. Literalmente, sem mais nem menos, eles explodem. É isso… O que poderia gerar um terror podreira, um suspense conspiratório ou uma ficção científica com um ser extraterrestre de poderes desconhecidos virou um drama adolescente sobre as dores do crescimento, uma love story contemporânea e um drama sobre perda que bate em muitos outros filmes “sérios” vendidos por aí com essas temáticas.

O medo e a aflição perpassam por todo o filme pois a qualquer momento alguém pode simplesmente explodir na tela (há cenas bem sanguinolentas nesse sentido), mas o que se sobressai ao longo da projeção é uma história cativante de adolescentes buscando entender o mundo e seu papel (esperado ou não) na sociedade. Tudo executado de forma bastante sensível e poética, equilibrando romance, suspense e bom humor.

O foco recai em Mara (Katherine Langford), adolescente desbocada e meio outsider que, entre as explosões de seus amigos, engata um romance com o seu colega de turma Dylan (Charlie Plummer). O casal de atores é uma simpatia e a direção sabiamente deixa eles brilharem e encherem a tela. O roteiro, por sua vez, torna os personagens críveis, tem diálogos espertos e soluções bem orquestradas, raridade hoje em dia.

Tanto roteiro, produção e direção estão a cargo de Brian Duffield, que também escreveu e produziu os divertidos A Babá (2017) e sua continuação A Babá: Rainha da Morte (2020). Um nome a se prestar atenção em seus trabalhos futuros.

Mesmo com todas essas características não convencionais para um terror, o filme é bem sombrio e causa medo, vejam só, diante das incertezas da vida. Sugiro que mesmo os leitores mais aguerridos do puro terror experimentem… afinal, como nem só de pão vive o homem, nem só de pavor extremo vive o fã de cinema fantástico!

Em tempo: disponível na Netflix.

O que você achou disso?

Clique nas estrelas

Média da classificação 4.3 / 5. Número de votos: 7

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.

Avatar photo

Ricardo Gazolla

Formado em Direito e trabalhando no setor privado, apaixonado por cinema desde a infância quando assistiu Os Goonies (1985) na tela grande. Sua predileção pelo horror começou um pouco depois ao conhecer em VHS A Hora do Pesadelo (1984), Renascido do Inferno (1987) e A morte do demônio (1981). Desde então o cinema se tornou um hobby, um vício socialmente aceito, um objeto de estudo, um prazer público e, agora, no site Boca do Inferno, uma forma de comunicação com as pessoas.

3 thoughts on “Espontânea (2020)

  • 06/08/2022 em 13:12
    Permalink

    Nossa, eu não esperava nada desse filme e me gostei demais, a cada explosão era um choque, mas confesso que no terceiro ato fica meio broxa porque mergulha de vez no drama.

    Resposta
  • 26/07/2022 em 16:07
    Permalink

    “Os adolescentes de uma escola prestes a se formarem no ensino médio começam a explodir. Literalmente, sem mais nem menos, eles explodem.”
    Eu sei que é mania das pessoas das regiões Sudeste e Sul falarem sem usar “SE” mas acho importante e lógico, senão deixa a entender que elas estão explodindo algo que não é citado, usando a palavra “SE” sabemos que elas estão se explodindo.

    Resposta
    • 30/07/2022 em 20:30
      Permalink

      Não está errado falar sem o “se”. Trata-se de objetos diretos e indiretos. Quando o autor menciona a frase: “Os adolescentes de uma escola prestes a se formarem no ensino médio começam a explodir. Literalmente, sem mais nem menos, eles explodem.”, temos como objeto direto “Os adolescentes”, visto que não temos uma resposta “o que” no final da frase.

      Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *