A Babá: Rainha da Morte (2020)

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A Babá - Rainha da Morte
Original:The Babysitter: Killer Queen
Ano:2020•País:EUA
Direção:McG
Roteiro:Dan Lagana, Brad Morris, Jeremy Warden, McG
Produção:McG, Zach Schiller, Mary Viola
Elenco:Judah Lewis, Samara Weaving, Jenna Ortega, Emily Alyn Lind, Andrew Bachelor, Robbie Amell, Bella Thorne, Hana Mae Lee, Ken Marino, Leslie Bibb, Chris Wylde, Carl McDowell, Maximilian Acevedo, Juliocesar Chavez, Jennifer Foster

Devido à escassez atual de lançamentos de horror nos cinemas causada pelo cenário da pandemia do novo corona vírus, é sempre um agrado quando surge alguma produção do gênero, ainda que seja uma continuação produzida por um serviço de streaming. Após o bem recebido primeiro filme da Netflix, que soube agradar crítica e público com sua irreverência aliada a uma certa originalidade, bom uso de humor negro, e inocência face às produções oitentistas, chega esta continuação que se passa dois anos após os eventos originais, trazendo praticamente o mesmo carismático elenco do primeiro longa, algo que foi muito acertado.

Na trama, o jovem Cole (o mesmo Judah Lewis) convive agora não somente com o trauma causado pelos eventos do primeiro filme, como também com o acentuado bullying dos colegas de ensino médio, já que, para todos os efeitos, ninguém, nem mesmo seus dedicados pais, acredita em sua história, pois nenhum corpo foi encontrado. Somente sua melhor amiga e crush, Melanie (Emily Alyn Lind) é quem demonstra algum carinho, suporte e acredita nele. Paralelamente, sua classe recebe uma nova estudante, Phoebe (Jenna Ortega), o estereótipo da garota intimadora, rebelde e quieta, que, apesar de não interagir com o elenco principal, logo se mostra de importância para o desenrolar da narrativa. Cada vez mais paranoico e isolado, já que nem seus pais acreditam no adolescente, que vive à base de medicamentos controlados, Cole aceita o convite de Melanie para matar aula e ir festejar na praia, ainda que nutra ciúmes por Melanie estar namorando com o proverbial brucutu do colégio. Ainda na viagem seguem, além dos três, dois amigos (Juliocesar Chavez e Jennifer Carter) e, mais uma vez paralelamente, Phoebe. Chegando lá uma reviravolta digna do primeiro longa vai dar início novamente ao caos vivido por Cole, trazendo alguns personagens bem conhecidos do primeiro longa de volta à vida para infernizá-lo, bem como aproximando seu personagem ao de Phoebe.

Feito de tantos acertos quanto de vários erros, A Babá: Rainha da Morte traz de volta o mesmo clima irreverente e (auto)referencial do filme anterior. Se a reviravolta que dá ignição ao roteiro pode ser julgada pouco crível, a julgar pelo caráter da personagem nos eventos originais, é certo também que tal dinâminca ajuda a nunca deixar o longa cair no tedioso, dando a impressão de sempre estar acontecendo alguma coisa na tela. Alguns momentos são de elevada inspiração, gerando um humor de alta qualidade e cenas genuinamente engraçadas, como quando um personagem cita o “pós-horror” de Jordan Peele (Corra, Nós) para justificar sua sobrevivência prolongada no filme. Porém McG também erra feio em sua duração inchada, rendendo momentos de constrangimento (no excesso de letreiros gigantes e de momentos como a luta entre duas personagens, que emula uma luta de videogame com direito a uma bola de fogo saindo das mãos da personagem (!?!?!?)) e outros momentos preguiçosos (a forma que dois personagens simplesmente deixam o filme sem maiores explicações). Ainda assim, o filme se sustenta no carisma das personagens originais e no desenrolar tocante, que consegue, ainda que sem a originalidade fornecida em 2017, aliar muito bem um clima de jovialidade adolescente, horror gore e o núcleo de humor fornecido pelos pais de Melanie e Cole, rendendo, com tudo isso, o que poderíamos chamar de ótima opção de filme-pipoca.

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Marcus Augusto Lamim

Um seguidor fiel do cinema em todos seus formatos e gêneros, amante de rock e do gênero fantástico, roteirista amador e graduando em química.

7 thoughts on “A Babá: Rainha da Morte (2020)

  • 14/10/2020 em 07:53
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    Fiz um comentário educadamente sobre um modismo da crítica e não foi aprovado. Liberdade de expressão morreu faz tempo…

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      14/10/2020 em 16:16
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      Leandro, seu comentário acabou de ser aprovado e respondido, junto com este. Infelizmente não estamos disponíveis 24 horas por dia para moderar comentários, então pedimos um tantinho de paciência 😉

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  • 13/10/2020 em 06:18
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    19 anos lendo o site e ver escrito ”crush” numa crítica é foda, até aqui chegou o formato Capricho…

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      14/10/2020 em 16:15
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      Espero que essa implicância com uma palavra não atrapalhe sua visão da crítica como um todo 🙂

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    • 14/10/2020 em 16:35
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      Caro Leandro, a linguagem é viva, antigamente escrevíamos pharmácia e hoje, farmácia. A agregação ao idioma de diversos neologismos também não é novidade, tampouco coisa de “formato Capricho”, visto que diversas palavras advindas da língua inglesa (Shopping no lugar de Centro de Compras, “gore” em vez de horror sanguinolento e explícito, etc) já são amplamente utilizadas no nosso cotidiano. Assim também o é com o vocábulo “crush” que já é utilizado com significado de “paixão súbita ou avassaladora” há muito tempo nos Estados Unidos, e acabou aportando no Brasil, a princípio, utilizado pelo público adolescente, eu concordo com você, porém, assim como inúmeros neologismos, acabou, gostando-se ou não, sendo incorporado à linguagem corrente, inclusive textual, não havendo que se falar em qualquer modismo, ao meu ver. Além disso, por mais que eu ame muito a língua portuguesa, acaba-se tornando mais fácil à leitura a utilização de crush em vez de interesse romântico ou de gore em vez de horror violentamente explícito. No final das contas, salvo preferências pessoais, a utilização de uma palavra ou outra deve servir à mensagem que o texto passa.

      Grande abraço

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      • 15/10/2020 em 04:51
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        Entendo seu ponto de Vista, Marcus. Só nos resta esperar se ”crush” veio pra ficar de vez ou não né mas aí é outros 500. Grande abraço também 😉

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