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Dupla Jornada
Original:Day Shift
Ano:2022•País:EUA
Direção:J.J. Perry
Roteiro:Tyler Tice, Shay Hatten
Produção:Shaun Redick, Yvette Yates Redick, Jason Spitz, Chad Stahelski
Elenco:Jamie Foxx, Dave Franco, Natasha Liu Bordizzo, Meagan Good, Karla Souza, Steve Howey, Scott Adkins, Oliver Masucci, Snoop Dogg, Eric Lange, Peter Stormare

Alguns filmes pecam por não conseguir fisgar o espectador, que vê a projeção transcorrer na tela com apatia e desinteresse, esperando o sono chegar… Infelizmente é isso que ocorre neste Dupla Jornada que, apesar de um início promissor com Jamie Foxx lutando com uma idosa que se mostra uma vampira bem difícil de matar, cai num amontado de clichês até o final quadradinho.

Percebe-se na tela que o trabalho dos dublês foi crucial para as cenas de enfretamento entre caçadores e vampiros, que houve a tentativa de misturar ação no estilo John Wick com terror, e uma preocupação em injetar algum humor na história, contudo, nada disso realmente funciona direito. Transparece genuinamente a boa vontade dos envolvidos no projeto, mas o enredo é tão batido que, mesmo as boas ideias (como um sindicato de caçadores de vampiros) se perdem na condução.

Na trama, um esforçado Jamie Foxx precisa arrumar uma grana alta para pagar as contas da ex-esposa e filha, de forma a impedir que elas mudem de cidade. Como caçador de vampiros, ele precisa voltar ao tal Sindicato para turbinar seus ganhos e caçar a maior quantidade possível de sanguessugas. Ele ganha a parceria de Dave Franco (atuando como um sub Rick Moranis), numa mal ajambrada alusão às famosas duplas de policiais da década de 80, e serão envolvidos na trama de corrupção imobiliária capitaneada por uma poderosa gangster vampira interpretada por Karla Souza (da série Como Defender um Assassino).

É estranha a falta de qualquer introdução a esse universo (há vampiros aos borbotões por aí, mas poucos conhecem a existência deles), existe toda uma estrutura para exterminar os dentuços (sabe-se lá patrocinada por quem) e dá-lhe lutas, cenas em câmera lenta dos heróis partindo para o extermínio (algo que incomoda pois não há justificativa para a matança desenfreada desses seres da noite) e muitos furos no roteiro (o mais flagrante, apesar de todos os vampiros morrerem – definitivamente – quando a cabeça é cortada, em determinado momento, um personagem que acabou de se transformar é degolado mas, sem qualquer explicação, ele pega a cabeça, coloca de volta e vida que segue).

Os realizadores foram até audaciosos na tentativa de fazer algo diferente (as cenas de luta são bem coreografadas – mérito do diretor que tem uma extensa carreira como dublê), mas faltou lapidar melhor o roteiro, que se entrega à rotina sem nem mesmo um leve rubor de vergonha.

Pode funcionar como mera diversão adolescente, mas se for por esse caminho, prefira assistir ao ótimo A Hora do Espanto (1985), recentemente comentado aqui no Boca do Inferno pelo nosso colega Juvenatrix.

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2 Comentários

  1. Não querendo defender essa bomba cujo único mérito são as cenas de ação, mas aqui “algo que incomoda pois não há justificativa para a matança desenfreada desses seres da noite” foi um erro feio de quem escreveu a crítica. Os motivos são simples: por serem vampiros por si e no próprio filme diz que eles estão se organizando a criando alianças entre diferentes “tribos” para dominar a cidade.

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