The Boulet Brothers’ Dragula – 2ª Temporada (2017)
 The Boulet Brothers’ Dragula – 2ª Temporada
Original:The Boulet Brothers’ Dragula - Season Two
Ano:2017•País:EUA Direção:Nathan Noyes, Michael Varrati Roteiro: Produção:The Boulet Brothers, Brad Danks, Philip Webb, Anhony Jiwa, Ian Davoglaer, K. C. Lindley Elenco:Abhora, Biqtch Puddin’, Dahli, Disasterina, Erika Klash, Felony Dodger, James Majesty, Kendra Onixxx, Monikkie Shame, Victoria Elizabeth Black |
Após o sucesso da 1ª temporada, era mais do que previsível que The Boulets’ Brothers Dragula tivesse uma continuidade. Até que no Halloween de 2017, apenas oito meses após o fim da temporada anterior, estreia a 2ª temporada do reality show.
Devido a boa repercussão da temporada de estreia, a distribuição que antes era feita pelo canal Hey Qween TV do Youtube, dessa vez fica por conta da Amazon Prime, nos EUA e Reino Unido.
Quando alguma produção independente do gênero, seja ela filme ou série, ganha notoriedade e alcança o mainstream, nosso medo é que a obra perca aquela essência trash e visceral e vá para um lado mais comercial. Felizmente, isso não aconteceu com Dragula. O aumento no orçamento e os novos nomes envolvidos vieram para somar e corrigir as – poucas – falhas da 1ª temporada. Tudo isso aconteceu ainda sob o comando da dupla Boulet Brothers, que já deixou claro não ter interesse algum em mudar o formato do programa. Isso fica evidente na cena de abertura do primeiro episódio, em que empresários de um grande canal de TV se recusam a exibir a série, por conta do seu conteúdo “nojento e perturbador”. É claro que todos são mortos pela dupla de apresentadores.
Assim como na primeira temporada, o ponto alto ainda fica por conta dos figurinos e maquiagem de efeitos especiais apresentados pelo elenco. Dentre as inúmeras obras de arte, destaco os visuais de cenobitas criados em homenagem à franquia Hellraiser, o desafio de cidade fantasma e os looks de aliens.
Nessa nova temporada, também tivemos melhores cenas de ficção, sejam elas as sequências de abertura dos episódios, ou a morte das competidoras sempre ao final de cada desafio. Foram feitas inúmeras referências aos clássicos do horror, como a morte de Monikkie Shame inspirada no assassinato da irmã mais velha de Michael Myers em Halloween – A Noite do Terror, a morte de Disasterina no chuveiro à la Psicose e um desafio inteiro inspirado nas scream queens dos slashers dos anos 80. O catálogo de mortes dessa temporada também inclui uma das participantes sendo brutalmente assassinado por uma serra elétrica, off-screen, e depois pendurada em um varal de roupas. A cena de Erika Klash no elevador, sendo controlada por um boneco de vodu e ganhando múltiplas fraturas, também é bem interessante.
Na categoria trilha-sonora e performances musicais, também vemos uma evolução. Podemos ressaltar o desafio Monsters of Rock, com a música Pissed Away da banda de punk rock Suckerpunch, e a performance gótica de Gutter Glitter da banda Switchblade Symphony.
Os desafios de extermínio também alcançaram outro patamar de extremo. Logo no episódio de estreia, as três participantes com pior desempenho no desafio da noite tiveram que competir entre si em uma seção de body piercing, para ver quem aguentava o maior número de agulhas de grande calibre sendo introduzidas em sua pele.
E para encerrar uma temporada tão foda, tivemos uma semifinal ambientada no festival pós-apocalíptico Wasteland Weekend, no deserto da Califórnia. A final, como já é de costume, nos presenteou com designs incríveis, valendo a pena mencionar a performance de Victoria Black, que dominou esse quesito durante toda a temporada.
Dessa vez, quem levou o prêmio e o título de drag supermonster foi Biqtch Puddin’. A participante apresentou a melhor storyline, começou como o azarão da temporada, foi odiada pelas demais competidoras, acabou vencendo desafios importantes, como o Scream Queens e Monsters of Rock, e surpreendeu a todos com o seu look repugnante de zelador – é difícil ver essa performance sem sentir náusea.
Com um elenco de primeira, desafios memoráveis e arte visual impecável, a segunda temporada pode ser considerada a definitiva de Dragula, pelo menos até o momento. Vida longa às drag supermonsters!
