4.2
(20)

Aterrorizante
Original:Terrifier
Ano:2016•País:EUA
Direção:Damien Leone
Roteiro:Damien Leone
Produção:Damien Leone, George Steuber, Phil Falcone, Larry Bilello, Joe Patrick Marshall
Elenco:David Howard Thornton, Jenna Kanell, Samantha Scaffidi, Catherine Corcoran, Pooya Mohseni, Matt McAllister

A primeira aparição de Art the Clown se deu no curta The 9th Circle, de 2008, dirigido por Damien Leone, um especialista em maquiagem que dava seus primeiros passos na direção. A produção tinha como temática jovens mulheres que eram sequestradas por uma bizarra seita demoníaca, mas o que realmente chamou a atenção foi a participação (rápida) de Art, uma figura circense para lá de macabra. Em 2011, o palhaço voltaria a ter destaque, dessa vez no curta Terrifier, em que perseguia uma jovem na noite de Halloween. Enfim, em 2013, Leone dirigiu a antologia All Hallows Eve, que uniu os dois curtas anteriores (além de uma aleatória história sobre alienígenas) na primeira aparição de Art em um longa-metragem. Mas somente em 2016 o sádico mímico estrelaria seu próprio filme, com o lançamento de Terrifier (que não guarda nenhuma semelhança com seu curta homônimo, a não ser pela presença de Art).

A premissa é simples e direta. Após uma rápida introdução que dialoga diretamente com seu antecessor de 2013 (a atriz Katie Maguire havia interpretado a babá em All Hallows Eve), somos transportados à pequena cidade de Miles County, na noite de Halloween. As jovens Tara (Jenna Kanell) e Dawn (Catherine Corcoran), levemente embriagadas ao saírem de uma festa, se deparam com Art the Clown (David Howard Thornton), que passa a persegui-las.

A partir daí, tem início o show de horrores de Art. O roteiro, escrito novamente por Damien Leone (que também volta à direção), não é dos mais elaborados, nem se preocupa em ser. A intenção aqui é entregar um slasher, cru e visceral, como há muito não se via, com mortes muito gráficas e sangrentas. Muito sangrentas, aliás. A cena mais famosa do longa, envolvendo uma mulher e uma serra, é de embrulhar o estômago até do maior fã de Jogos Mortais. Outro ponto forte do filme é a maquiagem, que evidencia a experiência prévia de Leone, até por se tratar de um orçamento limitado.

Mas o principal destaque, sem dúvida, vai para Art. Desde sua aparência horripilante, passando pela interpretação tresloucada e silenciosa de David Howard Thornton (que substitui bem Mike Gianelli, o intérprete anterior), até a criatividade de suas mortes, o personagem rouba a cena sempre que aparece, alternando cenas de matança grotescas com caretas hilárias. Se os slashers clássicos possuem armas-assinatura (como motosserras ou luvas com dedos afiados), o palhaço assassino se mostra criativo, não tendo ressalvas em utilizar martelos, os próprios dentes e até armas de fogo. E, sinceramente, uma certa cena envolvendo uma peruca coloca Art em um patamar de psicopatia alcançado por poucos serial killers do cinema.

O mesmo, porém, não se aplica aos outros personagens. As protagonistas são muito pouco desenvolvidas, o que dificulta (e até impede) que o espectador se importe com alguma delas. As atuações ruins e a mudança súbita do protagonismo no terceiro ato contribuem para que você acabe torcendo para o próprio Art. Ao menos, a revelação da identidade de uma personagem apresentada no início do filme se configura em um plot twist interessante.

Terrifier está longe de ser uma obra-prima (na verdade, está mais próximo de um filme B), mas introduz um assustador monstro à galeria dos grandes serial killers do cinema. Art the Clown não deve se tornar um titã como Jason ou Michael Myers, mas seu surpreendente carisma impressiona, mesmo sem emitir um único som. Para os fãs do slasher e splatter, é altamente recomendado.

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Média da classificação 4.2 / 5. Número de votos: 20

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5 Comentários

  1. Sinceramente, o Art é interessantíssimo e, contrariando o que normalmente acontece, os filmes melhoraram com a sequência

  2. O filme é perturbador, porco e pervertido, porém no oceano de frescuras que vivemos na atual época do cinema conseguiu ser interessante.

  3. Para mim nada mais do que um razoável passatempo.

  4. Um prato cheio para os fãs do gênero.

  5. De todos os filmes de terror com palhaços, esse é o meu preferido.

    Tenho mais medo do Art do que do Pennywise (It).

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