Pearl
Original:Pearl
Ano:2022•País:EUA Direção:Ti West Roteiro:Ti West, Mia Goth Produção:Ti West, Mia Goth, Kevin Turen, Sam Levinson, Kid Cudi, Peter Phok, Jacob Jaffka, Harrison Kreiss, Ashley Levinson, Dennis Cummings, Karina Manashil Elenco:Mia Goth, David Corenswet, Tandi Wright, Matthew Sunderland, Emma Jenkins-Purro, Alistair Sewell |
Inicio este texto dizendo que não sou um grande fã de X. Mesmo sendo um slasher divertido, não acompanhei a opinião generalizada de que o longa de Ti West foi a melhor coisa desde a invenção do tango. Baseado numa opinião preconceituosa de que a prequel de X seria um grande caça níqueis, produzido única e exclusivamente para aproveitar o hype do primeiro filme e elevar ainda mais a empolgação ao redor de Mia Goth (possivelmente a grande queridinha de Hollywood no ano de 2022, ao lado de Jenna Ortega), demorei para sentar e assistir Pearl. E mereço todos os julgamentos. Como estava equivocado. A X-traordinária história de origem da idosa assassina é simplesmente espetacular, e, na opinião deste que vos escreve, o grande filme de horror de 2022.
O ano é 1918. A jovem Pearl (Goth) voltou a morar na fazenda de seus pais após seu marido Howard (Alistair Sewell) ter sido convocado para a Grande Guerra. Pearl sonha em ser uma grande dançarina, famosa em todo o país, então é gigante sua frustração em voltar a viver na casa dos pais, onde precisa cuidar do pai enfermo e é constantemente humilhada pela mãe. Quando ela descobre que será realizado em sua cidade um processo seletivo para novas artistas em uma companhia de dança, Pearl enxerga ali a oportunidade para a vida que sempre quis. Mas as consequências de sua decisão irão muito além do que ela poderia imaginar…
Idealizado por Ti West e Mia Goth, e produzido simultaneamente com X (um tapa de luva de pelica na minha cara preconceituosa), Pearl é a continuação que eu não sabia que precisava. Muito se condena o overexplaining no cinema de horror, e realmente a história da idosa assassina em X não exigia maiores explicações. Mas West e Goth tratam o processo de transformação da personagem com tanto esmero e afeto, que as mínimas referências abordadas (como a justificativa da raiva da personagem por loiras, ou o icônico gesto de silêncio) funcionam quase que como um fanservice.
Assim como sua protagonista homônima, Pearl é um filme de muitas camadas. Pode ser encarado apenas como uma história de origem, mas é muito mais que isso. Também se trata de um ensaio sobre saúde mental, tendo em vista as tendências psicóticas demonstradas pela personagem desde o início, exacerbadas pelo encurralamento imposto pela sua própria realidade. Além disso, o filme é uma carta de amor ao “glorioso technicolor” do início do século XX, com uma paleta de cores quentes violentamente vívidas. Essa homenagem fica muito clara com a cena do espantalho, que remete diretamente ao Mágico de Oz (1939), classicamente (apesar de equivocadamente) tido como o primeiro filme colorido da história do cinema.
E precisamos falar sobre Mia Goth. Se sua competente Maxine é deveras superestimada pelo público, sua Pearl é simplesmente maravilhosa. Discorrer sobre como a atriz alterna entre períodos de remissão e surtos psicóticos em questão de segundos, ou o show de expressões no sorriso da cena final, é chover no molhado. Redundante. Mas o que ela entrega em um monólogo de 8 minutos em plano-sequência no último ato do filme é um assombro. E não poderia deixar de citar a cena seguinte, com a sequência do machado, que é simplesmente angustiante.
Quando ouvi que Pearl era tão bom quanto X, não pude evitar uma torcida de nariz e uma risadinha. Claro que esse filme seria só mais uma continuação caça níqueis mequetrefe. 2022 me transformou nessa pessoa, principalmente depois da tragédia que foi Halloween Ends. Infelizmente, tanto rancor me impediu de apreciar um dos melhores filmes de terror do ano. Desculpe Ti West. Desculpe Mia Goth. Desculpe Pearl.
Não curti muito “X”, então nem sei se vou dar uma chance a “Pearl”.
“X’ possui mensagens mais profundas em relação ao cinema, a metalinguagem. Pearl é mais social e psicológico, comparações com coringa são inevitáveis. Resta saber qual a temática abordada por maXXXine
Pearl é mil vezes melhor que X.
Agora bora aguardar MaXXXine.
Engraçado os dentes super brancos da atriz, sendo que a personagem vivia em uma época muito mais precária que não tinha tanto acesso a tratamentos dentários.
Um dos melhores de 2022, excelente. Mia Goth um show à parte.
Apenas uma cópia feminina do filme Coringa.
Gostei bastante de X e com certeza vou assistir essa prequel que tem recebido muitos elogios de quem já assistiu.