The Walking Dead: 11ª Temporada (2021/2022) – Episódios Finais

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The Walking Dead - 11ª Temporada
Original:The Walking Dead - Season 11
Ano:2021/2022•País:EUA
Direção:Sharat Raju, Greg Nicotero, Frederick E.O. Toye, Kevin Dowling, Laura Belsey, David Boyd
Roteiro:Angela Kang, Jim Barnes, Vivian Tse, LaToya Morgan, Kevin Deiboldt
Produção:Ryan DeGard, Kevin Deiboldt, Meredith Meade, Vivian Tse
Elenco:Norman Reedus, Melissa McBride, Lauren Cohan, Christian Serratos, Josh McDermitt, Seth Gilliam, Ross Marquand, Khary Payton, Cooper Andrews, Callan McAuliffe, Jeffrey Dean Morgan, Eleanor Matsuura, Nadia Hilker, Cailey Fleming, Cassady McClincy, Lauren Ridloff, Paola Lázaro, Michael James Shaw, Angel Theory, Laurie Fortier, Kien Michael Spiller

Após oito episódios que mais serviram para encaixar os personagens em seus devidos lugares, a temporada tentou intensificar sua trama com mais sequências de ação e tensão – e até mais errantes, tentando se esquivar dos momentos em que nada acontece. Com a proximidade de seu término, era preciso encerrar núcleos ao mesmo tempo em que pudesse deixar um gosto de quero mais nos prováveis spinoffs e derivados. Assim, foi ao ar em 20 de fevereiro, o nono episódio, “No Other Way“, com direção de Jon Amiel, continuando exatamente onde o anterior terminou, com o conflito entre o grupo de Leah (Lynn Collins) e a descoberta da traição de Daryl (Norman Reedus). Com a ajuda de Gabriel (Seth Gilliam), eles contornam uma situação problemática, culminando nas ações violentas de uma insana Maggie (Lauren Cohan). Com o grupo voltando a Alexandria, a trama dá um salto de seis meses.

New Haunts” se passa no Halloween da cidade “perfeita” de Commonwealth, quando um incidente envolvendo um o ex-soldado Tyler Davis (Cameron Scott Roberts) já traz desconfianças quanto à conduta da governadora Pamela (Laila Robins) e a do seu filho Sebastian (Teo Rapp-Olsson). O seguinte, “Rogue Element“, centrado em Eugene (Josh McDermitt), apresenta uma trama de mistério envolvendo o sumiço da amada Stephanie. Toda a busca por sua amada locutora, que gerou a ida do grupo até o local, encontra seu fim com a revelação de que Max, irmã de Mercer (Michael James Shaw), é a verdadeira Stephanie (Margot Bingham). O episódio 12, “The Lucky Ones“, mostra um Eugene ainda confuso pela descoberta, e as tentativas de Commonwealth de trazer os residentes de Alexandria, Oceanside e Hilltop para a cidade, mas sem o interesse de Maggie, mostrando mais uma vez a força da personagem.

Quando Aaron (Ross Marquand) e Gabriel chegam a um complexo de apartamentos tomado por pessoas consideradas rebeldes, mais uma vez o caráter dos governantes de Commonwealth é posto em prova, com destaque para Toby Carlson (Jason Butler Harner) e Lance (Josh Hamilton), que se revelam grandes ameaças aos personagens. O local acaba se tornando palco de guerra com a chegada de Maggie, Lydia (Cassady McClincy) e Elijah (Okea Eme-Akwari), além do reencontro com Negan (Jeffrey Dean Morgan), que apresenta sua esposa grávida Annie (Medina Senghore). Nesse conflito com os soldados, Negan é obrigado a enfrentar a fúria do pequeno Hershel (Kien Michael Spiller), filho de Maggie, disposto a vingar a morte do pai.

Enquanto Ezekiel (Khary Payton) é operado do tumor, a tensão aumenta entre Commonwealth e Maggie, ainda mais com as insanidades de Lance. Leah retorna para se mostrar uma aliada dos soldados, mas com interesse principal em matar Maggie. Com direção de Catriona McKenzie, o episódio “Acts of God“, décimo sexto da temporada, conclui a situação envolvendo Leah, Maggie e Daryl, ao passo que Commonwealth entra em uma crescente tensão com a ameaça de rebeldes, como a “nova” Stephanie e Eugene. Depois a série teria mais um longo hiato até seu retorno para os episódios finais a partir de 2 de outubro. Sem também um gancho, cria-se pouca expectativa para o restante da temporada.

Os 8 Episódios Finais de The Walking Dead

Depois de um longo inverno, pelo menos aqui no Brasil, Greg Nicotero assume a direção de “Lockdown“, um episódio agitado pela participação de vários núcleos, destacando-se Negan, que é enviado a Commonwealth como espião, fingindo-se como novo morador. Exatamente o que ele não faz. Alguns confrontos isolados até a quebra de vez da harmonia local no episódio 18, “A New Deal“, de Jeffrey F. Janeiro, quando, nas comemorações do aniversário da cidade, com toda a concentração nos discursos e no sorteio da loteria, uma gravação de Sebastian, promovida pelos rebeldes, principalmente Eugene, traz o caos ao local, juntamente com uma horda de errantes. Nota-se que pouco falei nos zumbis, embora eles estejam lá como elementos de ameaça.

Com a credibilidade afetada, Pamela resolve ir atrás dos envolvidos na gravação, sobrando para Eugene a maior responsabilidade. “Variant“, de Karen Gaviola, propõe algo novo à condição dos zumbis, uma característica que poderia ter sido explorada antes, mas que é pouco vista no restante da temporada. Os errantes passam a demonstrar alguns sinais de inteligência, como escalar e até usar armas, surpreendendo Aaron, que chega a acreditar que se trata de um Sussurrador. O episódio também traz um possível relacionamento entre Elijah e Lydia, mas que não acrescenta nada à temporada. Já em “What’s Been Lost“, Yumiko (Eleanor Matsuura) é chamada por Pamela para ser advogada de acusação de Eugene, algo que não a agrada, enquanto os demais descobrem que alguns estão sendo obrigados a trabalhar como escravos da Commonwealth, o que vai contra o que havia sido mostrado anteriormente envolvendo a cidade. Parece um acréscimo de maldade dos responsáveis para trazer mais empatia aos heróis e rebeldes. Não soou bem.

Outpost 22” mostra esse Posto Avançado 22, que seria o local em que estão sendo mantidos presos os rebeldes. Ali, Negan e Ezekiel formam uma estranha aliança de resistência, buscando meios de escapar dos soldados. Há mais embates entre os soldados, e os errantes passam a ser um elemento que pode ajudar no conflito com a ideia de usar entranhas para se esconder entre eles. A série volta a empolgar nos três episódios finais, “Faith“, “Family” e “Rest in Peace“. Neles, as ações dos rebeldes são mais intensificadas, depois que acontece o julgamento de Eugene. A Princesa (Paola Lázaro), envolvida amorosamente com Mercer, consegue convencê-lo a mudar de lado, em uma operação de fuga que irá culminar com uma Judith (Cailey Fleming) baleada.

É possível imaginar que nada mais grave irá acontecer com ela pelo fato da garota ser a narradora dos episódios finais da série, resgatando momentos clássicos de todas as temporadas e mostrando os aprendizados adquiridos no processo. Contudo, é interessante o diálogo que acontece entre a cena inicial da série, quando Rick esteve em um hospital cercado de zumbis, e o da garota. Toda a sequência de luta pela sobrevivência, aliás, faz alusão ao episódio piloto, com o encerramento de um ciclo. Infelizmente, não é o que acontece realmente. Apesar das cenas empolgarem e o conflito final com Pamela conduzir a um desfecho que envolverá algumas perdas, a impressão deixada é que a série não se concluiu, deixou pontas soltas – muitas – para continuidade.

Sim, haverá uma série com Rick para concluir seu arco, além de outros spinoffs, mas como se pode terminar uma temporada sem realmente concluir? The Walking Dead teve finais de temporada que foram mais conclusivos que o desta, quando você poderia imaginar que novas comunidades podem surgir para bagunçar tudo. Não há razão para a partida de Daryl que não seja a de permitir que ele se reencontre com seu velho conhecido. E os errantes ainda estão caminhando por lá, sem uma cura, sem que se mostre qualquer sinal de que nada mais irá ameaçar as comunidades. A série de zumbis mais longínqua merecia uma conclusão adequada, como aconteceu em outras oportunidades, antes do surgimento de outros grupos com líderes cruéis.

Valeu a pena acompanhar The Walking Dead, apesar de sua óbvia irregularidade. Entre mortos e feridos e mortos-vivos, pode-se dizer que foi uma divertida jornada por um mundo apocalíptico, onde a humanidade e os roteiristas como sempre se mostraram a verdadeira ameaça.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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