Um Lugar Secreto (2021)

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Um Lugar Secreto
Original:John and the Hole
Ano:2021•País:EUA
Direção:Pascual Sisto
Roteiro:Pascual Sisto
Produção:Michael Bowes, Alex Orlovsky, Elika Portnoy
Elenco:Charlie Shotwell, Michael C. Hall, Jennifer Ehle, Taissa Farmiga, Pamela Jayne Morgan, Lucien Spelman, Georgia Lyman, Samantha LeBretton, Tamara Hickey, Ivy O'Brien, Elijah Ungvary

A premissa desse filme disponível na Amazon Prime chamou minha atenção: um garoto já entrado na adolescência (Charlie Shotwell, que já esteve em vários bons filmes e é um nome a se prestar atenção) decide manter sua família (pai, mãe e irmã mais velha) em cativeiro num buraco no chão. Quem interpreta o pai é Michael C. Hall (o protagonista da série Dexter dispensa apresentações aos fãs do gênero), e Taissa Farmiga defende o papel da irmã (também figurinha tarimbada no gênero com a série American Horror Story). Se destacou também para mim o nome de Nicolás Giacobone no roteiro. É dele o script de Birdman ou A Inesperada Virtude da Ignorância (2014), que ganhou o Oscar de melhor roteiro original.

Trata-se de um thriller psicológico bastante interessante, mas para poucos. Lento, com uma direção fria que evita o conflito e aborda de forma anticonvencional uma situação bastante perturbadora. Contudo, o andamento está mais preocupado em dividir com o espectador a rotina do adolescente sem a família, de forma bastante crível, mas sem grandes emoções ou lances dramáticos.

No fundo, Um Lugar Secreto retrata de forma lúdica o amadurecimento da juventude atual, com a saída do convívio familiar para estudar, trabalhar, casar etc. Esse processo é mostrado no microcosmo do adolescente tendo que lidar com as pequenas coisas do dia a dia, a importância dos amigos no processo e as responsabilidades advindas de tal liberdade. Isso fica mais claro na curta história paralela que é contada entremeando o filme, qual seja, da criança que, sem mais nem menos, é abandonada pela mãe.

Tem cara e cacife de filme independente, rodou por Cannes, mas, novamente, é direcionado para os interessados em buscar algo diferente, tanto no formato como no seu conteúdo, já que a dramaticidade é diluída e a tensão fica em segundo plano, num thriller que poderia seguir inúmeros outros caminhos.

Sem muita ilusão, acho que o público adulto em busca de um entretenimento sério poderá curtir. Quem espera doses cavalares de medo, aflição ou simplesmente uma sangreira bem feita para passar o tempo deve fugir.

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Ricardo Gazolla

Formado em Direito e trabalhando no setor privado, apaixonado por cinema desde a infância quando assistiu Os Goonies (1985) na tela grande. Sua predileção pelo horror começou um pouco depois ao conhecer em VHS A Hora do Pesadelo (1984), Renascido do Inferno (1987) e A morte do demônio (1981). Desde então o cinema se tornou um hobby, um vício socialmente aceito, um objeto de estudo, um prazer público e, agora, no site Boca do Inferno, uma forma de comunicação com as pessoas.

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