4.2
(5)
A Empregada
Original:The Housemaid
Ano:2023•País:EUA
Autor:Freida MacFaden •Editora: Arqueiro

Lembro até hoje como foi meu encontro literário com grandes autores que fazem parte da minha vida: meu primeiro livro da Agatha Christie quando adolescente e a minha completa obsessão por ler todos os casos de Hercule Poirot, a indicação de uma bibliotecária pelo Reverso da Medalha, do Sidney Sheldon, e mais um convite ao completo fascínio por um autor e tudo que ele produziu e, por fim, meu primeiro livro do Stephen King, que foi O Cemitério, e que até hoje está sendo meu autor que acompanho de maneira visceral a cada lançamento. Tenho meu panteão heroico na literatura, todos no limiar do sombrio, e pretendo falar mais sobre eles no futuro com vocês, entretanto venho hoje para apresentar uma autora que, em sua obra de estreia no Brasil, conseguiu me causar esse mesmo impacto de fascinação e vislumbre: Freida McFadden e sua obra A Empregada, um livro único em sua narrativa e qualidade.

Aqui acompanhamos Millie, uma protagonista forte e cheia de camadas que já inicia o livro nos dando vislumbres de um passado sombrio e misterioso que está sendo deixado para trás, ou pelo menos essa é sua pretensão. Numa narrativa em primeira pessoa a acompanhamos indo a uma entrevista de emprego para ser doméstica na casa da família Winchester (que não tem nenhuma relação com os irmãos da série Sobrenatural). Somos apresentados a Nina, uma mulher simpática e meiga que parece ser a patroa perfeita do emprego dos sonhos, uma casa linda e arrumada que nem parece precisar de uma empregada e uma família feliz e receptiva, composta por seu esposo Andrew e a filha do casal, que é uma garota pequena e mimada, mas que é um desafio pequeno para o alto salário proposto. O emprego parece tão perfeito que a protagonista nem se imagina no cargo, dado seu passado misterioso, mas é surpreendida com uma ligação de Nina, poucos dias após a entrevista, que confirma que o cargo é seu.

Feliz, ela passa então a morar com a família e a cumprir seus afazeres, mesmo tendo que dormir em um quarto minúsculo que mais parece um calabouço e tendo que lidar com a suposta bipolaridade de sua nova patroa, que oscila entre amigável e carrasca tirânica.

A trama toma tons mais sombrios, pois o fato de ninguém saber quem é Millie, inclusive nós leitores, cobra seu preço quando alguém é assassinado e tudo indica que esse lar perfeito esconde segredos maiores que o imaginado.

Já dei um spoiler da minha recepção a essa obra, e a Freida, como autora de modo geral, pois para mim foi impossível largar esse livro até seu capítulo final. Deixei minha sinopse bem aberta, pois aqui realmente fui surpreendido a todo momento e não sabia o que esperar. A ideia de escrever essa trama em primeira pessoa funciona muito, pois julgamos as ações dos personagens junto com a protagonista, que não poupa nada e ninguém com suas críticas ácidas e divertidas. O fato de não confiarmos completamente na protagonista também funciona e isso é necessário para o andamento da trama, e as surpresas que irão chegar a seguir. Todas as ações nos confrontam para dilemas morais e até mesmo profissionais, afinal, quem nunca teve aquele patrão que é insuportável?

Essa autora tem alguns livros publicados lá fora e falei sobre a minha obsessão como leitor, pois, assim que terminei essa obra, corri atrás de sua sequência, mesmo sendo em inglês, e não me decepcionei nem um pouco. Está à procura de um livro bom que não te causará arrependimento com o dinheiro gasto? Aposte nessa obra e caso você já a tenha lido, faça como eu e a divulgue, afinal não é sempre que encontramos algo tão bem escrito.

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