4.2
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The Angry Black Girl and Her Monster
Original:The Angry Black Girl and Her Monster
Ano:2023•País:EUA
Direção:Bomani J. Story
Roteiro:Bomani J. Story
Produção:Darren Brandl, Jack Davis, Bomani J. Story
Elenco:Chad L. Coleman, Laya DeLeon Hayes, Denzel Whitaker, Tim Perez-Ross, Reilly Brooke Stith, Edem Atsu-Swanzy, Ellis Hobbs IV, Jeremy DeCarlos, Amani Summer

A literatura de Mary Shelley ainda inspira pesadelos envolvendo uma criatura desenvolvida a partir de cadáveres, com as passadas lentas de um morto-vivo incontrolável. Mais de duzentos anos depois, com toda a bagagem cinematográfica iniciada em 1910, atravessando estúdios e atores lendários, a obra ainda desperta reflexões e questionamentos sobre maneiras de criar vida e enganar a morte. Para a jovem Vicaria (Laya DeLeon Hayes), morrer nada mais é do que ser consumido por uma doença. E deve existir uma cura. Lidando com perdas como a mãe e principalmente o irmão Chris (Edem Atsu-Swanzy), a estudante de um “colégio de brancos” desenvolveu um laboratório em um prédio abandonado e tem feito experiências, com o uso do livro “Prometeu Moderno“, e seu conhecimento científico.

Além de inteligente e curiosa, Vicaria também vive incomodada com o mundo em que vive. Violência de gangues, pressão policial e racismo alimentam seu sentimento de raiva, assim como estimulam seus experimentos. Enquanto acompanha a sobrevida de Aisha (Reilly Brooke Stith), a viúva de seu irmão, e resiste ao olhar provocador da pequena Jada (Amani Summer), ela é também torturada física e psicologicamente pelo líder local, Kango (Denzel Whitaker, de #SemSaída), e seu capanga Jamaal (Keith Holliday), portando sempre um facão na intimidação a qualquer um que questione suas atitudes.

A partir do corpo de seu irmão e uma parafernália que conecta à fonte de eletricidade, ela faz a corrente de energia atravessar o corpo de seu Monstro e cria vida. Só não consegue ter controle sobre ele. O gigante, sempre à espreita, se aproxima de Jada e logo se torna uma ameaça para sua família e a própria criadora. Corpos mutilados dão o tom do horror que acometeu a comunidade já entregue à violência e ao tráfico de drogas, representando os sintomas que podem ocasionar a doença temida por Vicaria. E sua criação pode talvez ser a cura.

The Angry Black Girl and Her Monster era uma grande promessa pelo material de divulgação. O trailer interessante, imagens e o cartaz deram a entender que o filme poderia seguir a linha de May, Obsessão Assassina (2002), com a personagem principal evidenciando inteligência e insanidade nas mesmas proporções, mostrando mais uma vez o quanto a experiência com cadáveres e eletricidade podem levar à corrupção psicológica. Não é bem o que acontece: logo Vicaria se mostra menos esperta até do que Jada, agindo como uma menina frágil em momentos em que deveria tentar assumir o controle das ações locais.

Diante de outras “doenças” acometidas pela sua criação, percebe-se que a protagonista não entendeu realmente o que fez. E o próprio final do longa de estreia de Bomani J. Story mostra isso, mas não como Louis Creed, de Cemitério Maldito, enlouquecido em seus erros, e, sim, com a sugestão de que valeu a pena. Sem muita ciência para o que se propõe, The Angry Black Girl and Her Monster tem uma primeira metade promissora, porém se perde em suas próprias pretensões.

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