Jack Frost 2: Revenge of the Mutant Killer Snowman
Original:Jack Frost 2: Revenge of the Mutant Killer Snowman
Ano:2000•País:EUA Direção:Michael Cooney Roteiro:Michael Cooney Produção:Jeremy Paige, Vicki Slotnick Elenco:Christopher Allport, Eileen Seeley, Chip Heller, Marsha Clark, Scott MacDonald, Ray Cooney, David Allen Brooks, Sean Patrick Murphy, Tai Bennett, Jennifer Lyons, Shonda Farr, Ian Abercrombie, Doug Jones, Stefan Marchand, Melanie Good, Stephanie Chao, Paul Kim Jr. |
Michael Cooney é mais reconhecido pelo trabalho como roteirista. Em sua filmografia escritora, há filmaços como Identidade (2003), O Terceiro Olho (2004) e Identidade Paranormal (2010)… e também Jack Frost (1997) e esta continuação. Não parece ser a mesma pessoa, a que transformou um assassino em um boneco de neve engraçadinho e a que colocou um baita elenco na resolução de um mistério em um hotel. E pensar que ele também assumiu a direção das duas bagaceiras, antes de se dedicar à série CenterStage (2007-2009). E quase fez um terceiro filme…
Jack Frost 2: Revenge of the Mutant Killer Snowman se justifica pelo condição cult do primeiro. O monstrinho, de variadas formas, conseguiu angariar uma legião de fãs, mesmo consciente de sua ruindade técnica, e se estabeleceu como um símbolo natalino de horror, como o Papai Noel assassino e posteriormente Krampus. Se o primeiro filme tentou se levar a sério na construção de uma trama de vingança com um psicopata sobrenatural, Jack Frost 2 deixou tudo de lado pela avacalhação. Uma comédia besteirol, com elementos sutis de terror, muito mal realizada, e, por isso mesmo, apreciada também pelos fãs de trasheiras absurdas. A própria premissa já evidencia a palhaçada:
Depois da experiência trágica do Natal passado, Sam Tiler (Christopher Allport) decide viajar com a esposa Anne (Eileen Seeley) para celebrar o casamento do oficial Joe (Chip Heller) e sua assistente Marla (Marsha Clark) – todos presentes no primeiro filme. A escolha do destino é uma ilha no Caribe, comprovada pela voz da chamada do “aeroporto” sobre um voo para Bahamas. Enquanto isso, agentes do FBI estão realizando pesquisas com o material genético de Jack Frost (voz de Scott MacDonald), com uma rápida participação de Doug Jones. Um funcionário da limpeza derruba um café na experiência e o assassino se reconstitui para fazer sua primeira vítima.
Na ilha tropical, personagens idiotas já mostram o teor besteirol: há a animação do Capitão Diversão (Sean Patrick Murphy), o barman das bebidas estranhas Bobby (Tai Bennett), o responsável pelo Hotel Tropicana, Coronel Hickering (Ray Cooney), um trio de moças buscando azaração, Ashlea (Shonda Farr), Rose (Jennifer Lyons) e Paisley (Granger Green), o fotógrafo Greg (Paul Kim Jr.) e a modelo Sarah (Melanie Good), e Cindy (Stephanie Chao) para garantir uma cena de nudez. Também retorna para a continuação o agente do FBI Manners (David Allen Brooks), agora como chefe de segurança da ilha, com um tapa-olho e obsessão por mistérios e assassinatos.
A desculpa para Jack Frost aparecer na ilha é a mistura com o DNA de Sam, que ainda tenta se recuperar do trauma em consultas com um terapeuta (Ian Abercrombie) e sendo visto como uma piada. Dois rapazes morrem num bote, sem nunca deixar a entender que estão no mar, e depois as três moças, sendo que Ashlea consegue escapar da queda de estalactites até Jack perder a paciência e se transformar numa bigorna ao estilo desenho animado. O assassino aparece nos estados líquido e sólido, como neve e gelo, e até movimenta uma cenoura (!!!), com a dublagem tosca e piadinhas ao estilo Chucky. Em dada madrugada, ele usa seu poder para nevar no local e, por fim, voltar à forma de boneco de neve.
Para ampliar o ritmo palhaçada do enredo, Jack solta bolas de neve que adquirem vida, cometendo crimes e brincando, em referência às criaturas alienígenas (Critters) e, claro, aos monstrinhos de Gremlins. Como não há anticongelante para enfrentar o vilão, a única arma é algo que o organismo de Sam não suporta, no caso a alergia a bananas, para o combate contra os pequenos inimigos falantes e o próprio Jack. Corpos destroçados, olhos furados, golpes com picador de gelo, e um Sam paranoico, dando lugar às investidas da esposa, completam a patifaria.
Tem mais ação e efeitos melhores que o primeiro, mas a direção continua com os excessos de aproximação da câmera. Atuações canastronas e diálogos idiotas mostram o quanto Michael Cooney partiu para o escracho, zoeira total com a própria criação. Nesse ponto, sem se levar a sério, o longa acerta no tom, deixando claro que não está ali para produzir um clássico do gênero, mas brincar com o estilo. Continua ruim e desnecessário, porém é mais honesto em suas intenções.
Desde sua realização, houve interesse de Michael Cooney por um terceiro filme, que traria um Jack Frost gigantesco atacando uma cidade, como o epílogo já deixa a entender. “Jackzilla” seria o ponto final da franquia, com efeitos especiais melhores e mais orçamento. O falecimento de Christopher Allport em 2008, ironicamente vítima de uma avalanche, diminuiu o interesse na produção, embora Cooney tenha dito em 2016 que espera o apoio de investidores para que o assassino retorne de maneira hiperbólica.