O Último Portal
Original:The Ninth Gate
Ano:1999•País:França, Espanha, EUA Direção:Roman Polanski Roteiro:Roman Polanski, John Brownjohn, Enrique Urbizu, Arturo Pérez-Reverte Produção:Roman Polanski Elenco:Johnny Depp, Frank Langella, Lena Olin, Emmanuelle Seigner, Barbara Jefford, Jack Taylor, James Russo, Allen Garfield, Jacques Dacqmine, Joe Sheridan |
Assisti esse longa quando do seu lançamento no cinema e minha impressão não foi das melhores. Revendo atualmente (está disponível no catálogo da Amazon Prime), o filme é bem melhor do que lembrava, mas ainda não chega ao nível dos melhores trabalhos de Roman Polanski.
Como já disse no passado quando escrevi a resenha para O Escritor Fantasma (2010), não há como ficar indiferente ao trabalho desse diretor, mesmo em seus momentos mais comerciais como este. Minha predileção por ele ainda segue com O Bebê de Rosemary (1968), Chinatown (1974) e O Inquilino (1976), três inspiradíssimos trabalhos desse mestre. Contudo, ele também não faz feio em outros momentos da carreira com Busca Frenética (1988) e Deus da Carnificina (2011), para citar apenas alguns exemplos. Bem, Polanski é um dos poucos diretores da velha guarda que mantêm uma constância em seu trabalho e consegue ser incômodo em quase todos os seus filmes, deixando o espectador aflito durante a projeção de seus thrillers.
Aqui, um Johnny Depp no auge da carreira e sem os seus maneirismos habituais interpreta um comerciante de livros, não exatamente muito idôneo, que recebe uma proposta de um bilionário (interpretado por um perturbador Frank Langella) para comparar sua mais recente aquisição, um livro de nuances satânicas, com as outras duas cópias remanescentes. A intenção, num primeiro momento, é apenas comprovar a autenticidade do livro, contudo, a trama envereda por caminhos sobrenaturais, com assassinatos grotescos, grupo de adoradores do diabo e seres com poderes extraordinários.
O elenco todo é muito bom, com destaque para Lena Olin e Emmanuelle Seigner, além de craques tanto na fotografia (Darius Khondji) como na trilha sonora (Wojciech Kilar). Por outro lado, o roteiro, que consegue avançar num crescendo de suspense bastante hábil, com sequências estranhas e fatos inesperados, ao final deságua num epílogo, no mínimo, decepcionante. O terceiro ato do filme não amarra as interessantes situações apresentadas, cria algumas soluções discutíveis (a cena final com Frank Langella é bem chinfrim) e deixa uma impressão negativa e amarga, de boas ideias concebidas mas que não tiveram um desfecho à altura.
Esse realmente é um problema que, infelizmente, derruba o filme no final pois ele não se resolve, ao contrário, parece que desistiram de dar um desfecho no mínimo satisfatório para a história.
Assim, as três caveiras valem sobretudo pelo desenvolvimento do longa, que tem uma trama tensa e intrigante. Busquem imaginar um final mais criativo e bacana… não é muito difícil fantasiar algo melhor do que se vê em tela!
Assistindo o filme uma segunda vez, observei que no final quando Corso está retornando ao castelo: É possível ver uma figura, na janela mais alta do castelo.
Eu assisti a primeira vez e fiquei impressionado!
Tornou-se mais um cult, para mim!
Gostei muito desse filme, independente do desfecho! Toda narrativa de mistério, suspense e mesmo puro terror, envolvendo livros, me atrai! Sou amante de filmes e livros também. No mesmo nível.