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O Mistério do Convento
Original:The Bad Nun
Ano:2018•País:UK
Direção:Scott Chambers
Roteiro:Scott Chambers
Produção:Scott Chambers, Becca Hirani
Elenco:Becca Hirani, Thomas Mailand, Tiffany-Ellen Robinson, Patsy Prince, Lucy Chappell, Mika Hockman, Chris Kaye, Cassandra French, Gilda Waugh

Quando o demônio Valak despontou no longa Invocação do Mal 2, era de se imaginar que a freira maligna teria obra solo. Também era previsível que outras produções de um nunxploitation moderno seriam feitas para aproveitar o embalo do sucesso de James Wan. Assim, filmes como A Maldição da Freira (The Devil’s Doorway, 2018), Não Adianta Rezar (Curse of the Nun, 2018) e O Mistério do Convento (The Bad Nun, 2018) foram lançados no mesmo ano de A Freira, sem que os realizadores soubessem se o longa de Corin Hardy iria fazer o sucesso esperado. Até fez, ainda que seja uma produção comum, benzida por clichês e sustos fáceis. Contudo, à exceção do primeiro, dirigido por Aislinn Clarke, os demais filmes conseguiram a proeza de serem exemplares ruins, mal realizados e apenas oportunistas. É o caso de O Mistério no Convento, disponível na plataforma Looke.

Trata-se de uma produção mequetrefe, aproveitadora, difícil de digerir e nada mais. Nem precisaria dispor de tantas linhas para falar sobre, mas pode servir de alerta aos infernautas curiosos pela capa, pelo título ou aos que são fãs de filmes com freiras assustadoras, maléficas, distantes de suas vocações e dedicação religiosa. Com direção e roteiro de Scott Jeffrey, o longa começa com uma filmagem caseira, mostrando um garotinho sofrendo pressão psicológica da própria mãe. Anos depois, a jovem Lea (Lucy Chappell) resolve agir de maneira incauta ao marcar rapidamente um encontro com alguém que acabou de conhecer virtualmente, optando, inclusive, por ir até a casa do estranho e entrar na moradia, sem sequer tê-lo visto ao vivo ou em vídeo. Pior, ela nem sequer ouviu a voz dele para saber se não é um doido qualquer.

Ao chegar à casa, ela percebe a porta trancada e precisa fugir de uma freira, armada com uma faca de cozinha, enquanto o vídeo caseiro é exibido pela TV. Na cena seguinte, a jovem Aesha Wadia (Becca Hirani), após um encontro com Mr. Big (Chris Kaye) – não tem relação com o diretor Bert I. Gordon -, recebe como castigo da mãe (Patsy Prince) um tempo “sozinha” numa casa alugada por um tal Dan (Thomas Mailand), um homem simpático que mora com a filha gripada e cede um espaço para a francesa Tilda (Mika Hockman). Quando o proprietário precisa se ausentar temporariamente, Aesha convida a amiga Imogen (Tiffany-Ellen Robinson) para curtir um tempo juntas. Nessa mesma noite, uma freira bate à porta querendo entrar…

Embora tenha vidros nas laterais da entrada, Aesha opta apenas por conversar com a estranha freira (voz de Cassandra French) e negar as inúmeras tentativas de convencê-la a abrir a porta. É claro que as intenções não envolvem uma visita para pregar a palavra de Deus, e logo a garota se vê ameaçada pela freira, precisando fugir pelos cômodos e proteger a amiga Imogen. Não há surpresa em relação à identidade da freira, tanto que torci por uma reviravolta, uma surpresa que pudesse mudar os rumos na parte final. Nada. É aquilo mesmo. Restar torcer para que todos morram rapidamente e a metragem seja menos dolorosa do que está indicando na plataforma: 97 minutos.

Com um título que não realmente condiz com a proposta – até existe o tal convento, mas o ideal seria uma tradução mais próxima do verdadeiro, ainda que venha um “A Freira do Mal” -, O Mistério do Convento transpira amadorismo, tanto em questões técnicas como nas atuações medíocres. Pouco acontece de interessante e os personagens, incluindo a moça do prólogo, são muito estúpidos, com ideias idiotas o tempo todo. “Oh, tem uma garotinha enferma no quarto, mas é melhor nem abrir a porta para verificar se ela está bem, SE ELA EXISTE.“. “A freira assassina amarrou uma corda com uma forca aqui. Deixa eu colocar a cabeça bem perto para ver uma coisa“. E o final inconclusivo já deixa as portas abertas para um segundo filme que, acreditem, foi feito no ano seguinte. Assim como um terceiro, dirigido por Francesco Gabriele.

Scott Jeffrey gostou tanto de fazer filmes ruins que passou a dedicar a carreira para alimentar as plataformas de streaming com coisas como Clowndoll (2019), Bats: The Awakening (2021), Devil Djinn (2021), Spider from the Attic (2021), Exorcist Vengeance (2022), Kingdom of the Dinosaurs (2022)… Ele costuma fazer filmes em baciada, e está por trás da produção da leva de longas inspirados em obras infantis como Ursinho Pooh: Sangue e Mel, Bambi: O Acerto de Contas e O Pesadelo da Terra do Nunca de Peter Pan. Quem gosta de trashes modernos, obras feitas sem o menor tratamento de roteiro e imagem, com atuações ruins e direção capenga, se tornará fã do diretor até mesmo na franquia da freira maligna.

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1 comentário

  1. O filme é péssimo, protagonistas burros que dá dó, o pior que eu já tinha visto uma vez e acabei vendo de novo, ninguém merece.

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