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Planeta dos Macacos: O Reinado
Original:Kingdom of the Planet of the Apes
Ano:2024•País:EUA, Austrália
Direção: Wes Ball
Roteiro:Josh Friedman
Produção:Wes Ball, Joe Hartwick Jr., Rick Jaffa, Jason Reed, Amanda Silver
Elenco:Owen Teague, Freya Allan, Kevin Durand, Peter Macon, William H. Macy, Eka Darville, Travis Jeffery, Lydia Peckham, Neil Sandilands, Ras-Samuel, Sara Wiseman, Kaden Hartcher, Andy McPhee, Karin Konoval, Nina Gallas

Parecia que a nova saga dos “apes” tinha encontrado seu final com a morte de Caesar (Andy Serkis) em Planeta dos Macacos: A Guerra (War for the Planet of the Apes, 2017). No entanto, chegou aos cinemas mais uma aventura com elementos fantásticos, Planeta dos Macacos: O Reinado (Kingdom of the Planet of the Apes, 2024), dando indícios de que ainda veremos a macacada reunida mais vezes na tela grande. Pelo menos, fôlego para tal ainda há bastante, podendo explorar raças de macacos e de humanos e quem sabe projetar uma conexão com o clássico de 1968.

O reboot, Planeta dos Macacos: A Origem (Rise of the Planet of the Apes, 2011), apresentou Caesar em seu crescimento, quando participou de um experimento de Will Rodman (James Franco) em busca de uma cura para o alzheimer, pensando em ajudar o pai (John Lithgow). As doses do medicamento ajudaram realmente no processo cognitivo de Charles, ao mesmo tempo que desenvolvia uma inteligência fora do comum em seu animal de estimação. Ao final, Caesaer já liberava macacos de um zoológico e liderava a resistência, aproveitando que a evolução também havia desenvolvido uma doença epidêmica.

No início de Planeta dos Macacos: O Confronto (Dawn of the Planet of the Apes, 2014), os macacos já conviviam em uma comunidade na mata, distante de qualquer presença humana. A necessidade dos humanos de buscar eletricidade estabelece uma aproximação perigosa, ainda mais pelo fato do macaco Koba (Toby Kebbell) guardar em sua memória péssimas lembranças de quando ficava preso em um laboratório, participando de testes agressivos. Ao final, Dreyfus (Gary Oldman) conseguiu contato com uma base militar e pediu o apoio de soldados, no momento em que “o confronto” acontecia, com a vitória dos macacos. Caesar por fim sentencia ao bom humano Malcolm (Jason Clarke): “A guerra já começou. Macaco começou a guerra. E os humanos não vão perdoar.

Assim, em 2017, Planeta dos Macacos: A Guerra (War for the Planet of the Apes) mostrou o capítulo final da era Caesar, quando, após perder a esposa e um filho, ele partiu para uma vingança pessoal contra o Coronel (Woody Harrelson). Na busca, viu seus companheiros serem presos e teve o mesmo destino, tendo que trabalhar na construção de um muro de proteção de uma base militar. Enquanto lutam para uma fuga com o apoio de amigos macacos como Maurice (Karin Konoval) e o divertido Bad Ape (Steve Zahn), o enredo apresentou uma evolução da mesma doença que matou metade da população humana: as pessoas estão perdendo a habilidade de falar, voltando a um estado primitivo.

Muitas gerações depois da morte de Caesar – em entrevista, o diretor Wes Ball disse que se passaram 300 anos -, os macacos se multiplicaram em clãs, sendo que o apresentado no início tem uma relação com as aves, mais precisamente com as águias. O jovem ape Noa (Owen Teague) está se preparando para um ritual de amadurecimento com os amigos Anaya (Travis Jeffery) e Soona (Lydia Peckham), tendo que coletar ovos de águia. Durante a noite, uma humana, Mae (Freya Allan), que seguiu o macaco, acaba destruindo seu ovo, obrigando-o a uma saída noturna para reposição.

Alguns percalços no trajeto levam Noa a ter que se esconder na mata, enquanto gorilas soldados seguem seu cavalo até o clã. O local é incendiado, os macacos são capturados e seu pai, Koro (Neil Sandilands), líder local e experiente no comando das águias, é morto. Após enterrá-lo, ele parte para tentar salvá-los, encontrando pelo caminho o orangotango Raka (Peter Macon), que segue os preceitos de Caesar, “macacos unidos são mais fortes” e “macaco não mata macaco” – e se aproxima da humana que quebrou seu ovo, inicialmente chamando-a de Nova, como a humana do filme anterior e referência à franquia original.

Diferente dos humanos primitivos, chamados “Ecos“, Mae é de um grupo imune à evolução da doença. Ela fala e é inteligente, algo que atrai o interesse do rei ape Proximus Caesar (Kevin Durand) em sua pretensão de invadir um abrigo em busca de conhecimento e armas. Logo, Noa estará entre os prisioneiros, precisando da ajuda de Mae e de macacos corajosos para enfrentar o poderoso inimigo e seu exército. Entre os humanos conscientes, vale mencionar Trevathan (William H. Macy), que não é mantido prisioneiro e ensina a Proximus sobre guerras e reis do passado – do mesmo modo como existiam macacos nos filmes anteriores que atuavam contra sua espécie pela sobrevivência.

Planeta dos Macacos: O Reinado explora uma era de macacos inteligentes, espécies variadas, e a busca pela constante evolução. Dentro da História da Humanidade, seria como observá-los na Idade das Trevas, mas na descoberta da eletricidade, explorando aos poucos à ciência. Seria interessante em filmes futuros se víssemos macacos cientistas fazendo uso de elementos químicos alternativos, desenvolvendo armas adequadas à suas condições físicas. Como seria um novo mundo de descobertas e experimentos? Será que veríamos humanos primitivos sendo observados em jaulas, servindo de cobaias em experiências?

Como nos dois filmes anteriores, os efeitos especiais ainda impressionam. Efeitos em CGI e captura de movimento dão um incrível aspecto verossímil (ou seria verosímio?), desenvolvendo um mundo similar ao visto em Avatar, criativo e autêntico. Ainda que explore pouco os “ecos“, o roteiro de Josh Friedman segue despontando reflexões sobre “evolução” enquanto apresenta uma trama ágil de aventura e luta pela sobrevivência (a cena da inundação fez um paralelo triste com o que acontece no Rio Grande do Sul). Conta com a direção acertada de Wes Ball (da franquia Maze Runner), cenários impressionantes, boas edição e trilha sonora, atuações convincentes – destacando Freya Allan (de A Bruxa dos Mortos: Baghead), que deixa realmente uma dúvida sobre seus interesses – mas sem o envolvimento sentido dos bons posicionamentos de câmera de Matt Reeves.

Ao final, o olhar para o céu de dois personagens nos trazem boas expectativas para o futuro. Como a franquia “ape” poderá nos surpreender nos próximos episódios?

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3 Comentários

  1. O filme é bem bom e consegue manter a qualidade dos filmes anteriores da trilogia do César (apesar de ser o inferior entre os 4 filmes) o vilão é muito bom e com motivações convincentes, quase tão bom quanto o Koba da última trilogia. Meus maiores problemas com o filme foram a personagem Mae que além de egoista é uma personagem desnecessária e insuportável, a Nova do filme anterior e dos antigos Planetas dos Macacos não falavam nada e eram MUITO mais emotivas e o interessantes que essa tal de Mae. Outro gigantesco problema para mim é (SPOILERS) o grande número de humanos que continuam civilizados e sabem falar sendo que se passou centenas de anos desde o último filme e pra piorar ainda se vestem, falam e se comportam como se eles nunca tivessem se desevoluido.

  2. Gostei no geral, mas 300 anos após o filme anterior, cidades e edifícios destruídos, a energia elétrica ainda funciona?
    Enfim… 😎

  3. Estranho o mesmo critico ter dado nota 4 pra esse filme enquanto que no terceiro filme da trilogia anterior ele deu uma revoltante nota 3, sei que cada um tem o direito a sua própria opinião mas eu não entendo porque dar uma nota tão baixa para um desfecho tão satisfatório e bem feito de uma trilogia, e que pra melhorar ainda consegue fazer conexão com o Planeta dos Macacos de 68. O engraçado é que o mesmo critico que deu nota 3 pro anterior citou na crítica desse quarto filme que a direção do Matt Reeves faz falta.

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