Chá de Arruda
Original:Té de Ruda
Ano:2024•País:México Direção:Jennifer Remba Roteiro:Jennifer Remba Produção:Abigail Bonilla, Tim Luna Elenco:Carla Enciso, Ramón Medína |
Chá de Arruda (2024) é um dos curtas selecionados para a exibição no Festival Boca do Inferno 2024, incluso na categoria Diretoras. O curta será exibido no domingo dia 20/10 onde o público poderá assisti-lo gratuitamente.
Nele acompanhamos Isabel, situada num México de 1910. De início Isabel está fugindo de um homem e consegue um refúgio onde precisa lidar com as consequências de sua fuga. Com poucas falas e muito sangue, temos uma ótima entrega da atriz Carla Enciso para dar o tom dramático da história, que não revela tudo ao espectador, nos deixando preencher as lacunas com detalhes em cena.
O curta mostra que nós mulheres estamos sempre em modo de luta e sobrevivência, não importando a época, o país e o contexto. Olhamos para trás e percebemos em Isabel que quebrar um padrão de violências em busca da liberdade é um tópico mais atual do que gostaríamos.
Também nos é apresentado o contexto de monstruosidade atrelada ao feminino, porém sem ser tão gráfico, o que poderia ser melhor aproveitado e dado ao público mais envolvimento com a jornada da protagonista. Porém se atém a sons e um jogo de câmera que cumpre o que é possível, dentro de um curta-metragem.
A monstruosidade em si se desenvolve conforme Isabel segue tomando decisões para retomar o controle de sua vida e principalmente de seu próprio corpo. As metáforas são claras e alguns temas passam rápido demais pelas cenas. Mas sabemos que não é fácil sustentar uma trama com quase todo tempo de tela focado em apenas uma personagem.
Chá de Arruda, dirigido por Jennifer Remba, consegue transmitir o medo e a busca por autonomia de maneira coerente e bem sucedida dentro da contextualização em que se encontra. Flerta com o Folk Horror, que é um ótimo subgênero a ser explorado principalmente nas culturas latinas.