Frenzy Night: Quando o Sonho Vira Pesadelo
Original:Sorority House Massacre II
Ano:1990•País:EUA Direção:Jim Wynorski Roteiro:J.B. Rogers, Bob Sheridan, Mark Thomas McGee Produção:Julie Corman Elenco:Gail Thackray, Melissa Moore, Stacia Zhivago, Barbii, Dana Bentley, Jürgen Baum, Toni Naples, Mike Elliott, Bridget Carney, Bob Sheridan, Gunnar Johnson, Savannah |
Antes de começar esta análise, eu vou contar uma historinha verídica que aconteceu comigo há alguns anos. Se ela tivesse um título seria “Como fui enganado direitinho por um encarte inocente“: estava eu na minha eterna caçada por um filme para a minha coleção de VHS e consequentemente encontrar uma pauta para um novo texto quando surge em minha frente um filme chamado Frenzy Night – Quando o Sonho Vira Pesadelo. Uma mão agarrando o pescoço de uma garota ilustrando a capa e uma sinopse relativamente atraente me fizeram adquirir a bendita fita. O diretor era um tal de Arch Stanton. Desconfiado, fui procurar mais informações.
E não foi que eu acabei descobrindo que o filme na realidade era Sorority House Massacre II (também conhecido como Nighty Nightmare), uma produção fuleira de 1990, tendo Julie Corman como produtora executiva. Arch Stanton era um dos vários pseudônimos do diretor de porcarias Jim Wynorski. Nesta hora pensei: “Maldição, eu não vou ver outro filme de Jim Wynorski…“, afinal o último que eu vi deste cidadão havia sido Komodo vs. Cobra, um dos maiores disparates realizados em CGI de todos os tempos. No entanto, simultaneamente, pensei que poderia ser uma boa experiência por ser um slasher bagaceiro (meu subgênero favorito), além disso, no pior dos casos, o filme era extremamente curto, apenas 78 minutos.
Pois acabei vendo, e não é que gostei do bastardo!? Uma produção que vindo de quem veio só poderia ser um oportunista caça-níquel para surfar no final da onda dos slashers oitentistas, contudo são tantos exageros e tosquices que acaba saindo como se fosse uma sátira à lá Todo Mundo em Pânico, algo ao mesmo tempo desavergonhado e hilário. E, para a adolescentada por aí, cheio de mulheres nuas e seminuas.
A história (ou a desculpa para os assassinatos) começa com cinco belas garotas que estão prestes a se mudar para uma velha casa e fundar uma fraternidade (assim como poderia ser um grêmio, uma casa de massagem, não importa), mas a mudança vai chegar apenas no dia seguinte, assim como o conserto dos telefones e da energia elétrica.
São elas, Linda (Gail Harris, que participou de outra tranqueira de Wynorski, Criaturas), Jessica (Melissa Moore do clássico trash Samurai Cop), Kimberly (Stacia Zhivago), Suzane (Michelle Verran) e Janey (Dana Bentley, Karate Cop), que pretendem passar a noite no local mesmo em suas condições precárias. Janey revela que conseguiu a casa por um preço baixíssimo, pois há cinco anos um doido chamado Hockstetter matou toda a família e só parou porque uma garota conseguiu impedi-lo utilizando um facão bem afiado.
A noite cai. Aparece na casa das garotas Orville Ketchum (Peter Spellos de A Hora do Pesadelo 6 e Homens de Preto II), o bizarro vizinho da frente, que conta todos os detalhes sórdidos da história para elas, além de deixar a chave do porão onde Hockstetter supostamente guardava suas ferramentas de matar e que estava intacto desde o massacre. Apesar de assustadas com o relato, elas resolvem seguir para o porão onde encontram uma mesa Ouija e decidem utilizá-la para invocar o espírito de Hockstetter, o que é, obviamente, uma péssima ideia. Não tarda muito para que as garotas comecem a ser perseguidas por um misterioso assassino que quer iniciar um novo massacre. E esse não é um resumo do roteiro; é apenas isso mesmo.
Ah, sim, já estava me esquecendo. Existe uma trama paralela, obviamente para encher linguiça, onde um casal de policiais, o tenente Block (Jürgen Baum) e a sargento Shawlee (Toni Naples de Chopping Mall, outro petardo de Wynorski), investiga os acontecimentos de cinco anos atrás e a ligação de Orville com Hockstetter – o que não faz o menor sentido, pois não há nenhuma pista nova e eles agem como se os assassinatos tivessem ocorrido na semana anterior.
Infelizmente ainda não assisti a Sorority House Massacre e vou ficar devendo na comparação com esta continuação, entretanto fui informado por fontes seguras que o “roteiro” não tem ligação alguma com o original, apesar de mostrar o final inteiro em flashbacks e desvirtuar completamente a história, o que não me surpreende nem um pouco e até faz sentido, devido aos vários títulos alternativos e porque é nítido que esta continuação só foi feita para pegar embalo no primeiro. Na verdade, a única coisa estranha é que o fiapo do roteiro cheio de buracos da continuação tenha sido escrito por três pessoas (Mark Thomas McGee, James B. Rogers e Bob Sheridan).
Sobre o elenco, todas as atrizes se destacam em beleza e voluptuosidade, nada mais. Night Frenzy chama a atenção por possuir duas estrelas do pornô no elenco: Michelle Verran, conhecida como Barbii no papel de Suzanne, e Shannon Wilsey, conhecida como Savannah no papel da stripper Satana McVixen). Algumas até tentam atuar no meio do caminho, mas falham miseravelmente o que não é algo inesperado. O restante – uns dois ou três são medíocres, exagerados e não merecem menção, exceto Peter Spellos como o estranho Orville Ketchum, o vizinho das garotas que se recusa a morrer. Cada vez que o homem se estrepa é uma gargalhada só.
Falando do diretor, Jim Wynorski entrega um trabalho padrão sem nenhum suspense e sem o menor capricho, mas a ação é incessante por culpa da curta duração do filme. Claro que se analisamos como cinema “sério“, o filme seria tão ruim como os demais do diretor: efeitos toscos (dá para ver o mecanismo que espirra sangue na parede pelo menos duas vezes) e erros de continuidade a perder de vista. É importante frisar que qualquer um que quiser ver mais do que matança desordenada e mulheres em trajes sumários vai perder seu tempo. Assim, esvazie um pouco seu cérebro e divirta-se.