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Sorria 2
Original:Smile 2
Ano:2024•País:EUA, Canadá
Direção:Parker Finn
Roteiro:Parker Finn
Produção:Marty Bowen, Parker Finn, Wyck Godfrey, Isaac Klausner, Robert Salerno
Elenco:Naomi Scott, Rosemarie DeWitt, Lukas Gage, Miles Gutierrez-Riley, Peter Jacobson, Ray Nicholson, Dylan Gelula, Raúl Castillo, Kyle Gallner, Drew Barrymore, Zebedee Row, Roberts Jekabsons, Sean Stolzen, Jon Rua

Menos de dois anos após o lançamento do mediano Sorria (2022), chega aos cinemas brasileiros a continuação da história do demônio que enlouquece as pessoas com seu sorriso diabólico. Continuação entre aspas né, visto que Sorria 2 funciona de forma independente, apenas aparando as arestas que não foram tão trabalhadas no primeiro filme.

Segundo o IMDB, Sorria é o primeiro longa metragem do diretor e roteirista Parker Finn. A obra foi inspirada (ou expandida) em um curta de sua autoria, chamado Laura Hasn’t Slept, de 2018, e que narra a história de uma garota em meio a uma sessão de terapia tentando lidar com estranhos pesadelos com desconhecidos que a encaram sorrindo. O diretor parece vir, desde então com seus Sorrias, tentando encontrar a melhor forma de expressar sua visão, ou aperfeiçoá-la.

A trama de Sorria 2 segue a mesma linha do primeiro longa. Conta a história de Skye Riley (Naomi Scott), uma cantora pop de muito sucesso e um passado conturbado envolvendo abuso de drogas e um acidente de carro que matou seu namorado. Em fase de recuperação. A tentativa de se manter distante dos gatilhos mentais não sensibiliza sua empresária (sua mãe, vivida por Rosemarie DeWitt) e seus produtores, que apostam todas as fichas em shows e aparições públicas, e levam muito a sério todo o dinheiro em jogo.

Afundando num caos psíquico ocasionado pela falta de liberdade e a imposição do trabalho pelos “chefes”, além de todo o seu passado recente que ela revive constantemente em sua mente, a confusão mental de Skye toma novos contornos quando ela passa a ver repetidamente pessoas com um sorriso estranho lhe encarando em todos os lugares. A partir daqui, a saga de luta pela sobrevivência da heroína se inicia.

Sorria 2 parece ser dedicado a corrigir os erros e faltas do primeiro filme. Tanto que se pode, até, ignorar o primeiro filme – ainda que este valha o tempo dedicado. A trama não muda muito, mas se aprofunda, especialmente na visão da protagonista e nas questões que envolvem sua saúde mental e a relação com as bizarras aparições. As analogias entre o “monstro” sorridente e os diversos transtornos psíquicos presentes na sociedade são bem tangíveis, adicionando novas camadas para este universo, que confunde real e imaginação, ou o interior e exterior, a todo momento.

Os bons sustos e as mortes violentas e inesperadas, características que garantiram algum burburinho em torno do primeiro filme pois tudo muito eficiente, também se repetem aqui e melhor, com um suspense inquietante, jumpscares mais elaborados, e mortes mais criativas e surreais. A atmosfera arrepiante é uma constante em todo o longa, que somada à trilha sonora tétrica e pontual, despeja quilos de tensão no espectador.

Outro ponto é a construção dos personagens. Skye é muito bem desenvolvida e interpretada pela atriz Naomi Scott, que não carrega o filme nas costas pois quase tudo aqui é muito bom, mas o faria se precisasse. Conhecida pelo papel de Jasmine no live action de Aladdin, Naomi literalmente “entregou tudo” com sua personagem, se sobressaindo como cantora e dançarina, e com uma gana por sobrevivência que é preciso respeitar.

Sorria 2 entregou tudo que o primeiro filme prometeu (e não fez), e deixou um gancho excelente para uma continuação que talvez se torne muito esperada. Parker Finn é um bom construtor de climas e sustos, sabendo o que mostrar e o que não mostrar, e como agradar a galera. Com um subtexto tão em alta (transtornos psíquicos, saúde mental), acho difícil não vermos uma terceira parte em breve, e vou ficar na torcida para que seja sob a mesma direção.

 

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