A Casa Mórbida
Original:House of Spoils
Ano:2024•País:EUA Direção:Bridget Savage Cole, Danielle Krudy Roteiro:Bridget Savage Cole, Danielle Krudy Produção:Jason Blum, Greg Gilreath, Adam Hendricks, Drew Houpt, Lucas Joaquin, Alex Scharfman Elenco:Ariana DeBose, Barbie Ferreira, Arian Moayed, Marton Csokas, Mikkel Bratt Silset, Amara Karan, Imola Gáspár, Gabriel Drake, Soroosh Lavasani |
Terror sobrenatural leve e eficiente que conta a história de uma chef de cozinha (Ariana DeBose) que decide deixar o restaurante onde trabalha e abrir o seu próprio negócio. Ambiciosa, competitiva e muito talentosa, ela tem que lidar com a inexperiência do time, com um investidor inseguro e uma propriedade, local onde será o restaurante, que parece assombrada.
Caminhando numa vertente de terror gastronômico – não sei nem se existe isso, mas lembrei do recente O Menu (2022) e do brasileiro Estômago (2007) -, este A Casa Mórbida não tem grandes sustos e nem é o pesadelo cinematográfico (no bom sentido) que o trailer fazia supor, mas possui uma história aceitável que foge do lugar comum, opta por soluções interessantes para evitar o batido esquema “casa assombrada por espíritos malignos” e há um clima inquietante o tempo inteiro, que segura a atenção do espectador até o fim.
Produzido pela Blumhouse Television e disponibilizado na Amazon Prime, este é aquele tipo de terror ameno, que não ofende a inteligência dos iniciados e que pode agradar até aqueles que não são fãs do gênero, por apresentar um conto moral, sob uma ótica feminina, embrulhado num pacote de soft horror.
Ariana DeBose, ganhadora do Oscar de melhor atriz coadjuvante pela atuação na refilmagem de West Side Story (2021), aproveita muito bem o papel e preenche o longa com uma ótima atuação. Por outro lado, a direção da dupla Bridget Savage Cole e Danielle Krudy, também autoras do roteiro, que dirigiram e escreveram o interessante mas insatisfatório suspense Blow The Man Down (2019), é apenas competente, a léguas de distância de algo extraordinário.
Há cenas bem construídas (e nojentas…) envolvendo comida, crítica à pressão que aflige os profissionais que trabalham com alta gastronomia e uma história levada a contento, mas sem risco e maior brilhantismo. Para uma experiência sensorial mais intensa, com cores e sabores diferenciados, seria necessário tempero e ousadia por parte dos realizadores. Esses mesmos ingredientes na cozinha de outros “chefs” contemporâneos como Mike Flanagan (das excelentes séries A Queda da Casa de Usher/Missa da Meia Noite/A Maldição da Residência Hill) ou Nia DaCosta (A Lenda de Candyman, refilmagem de 2021) teriam resultado num belo banquete aos comensais.