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It’s a Wonderful Knife
Original:It’s a Wonderful Knife
Ano:2023•País:EUA
Direção:Tyler MacIntyre
Roteiro:Michael Kennedy
Produção:Seth Caplan, Michael Kennedy, Daniel Bekerman
Elenco:Jane Widdop, Jess McLeod, Joel McHale, Katharine Isabelle, William B. Davis, Justin Long, Aiden Howard, Erin Boyes, Sean Depner, Hana Huggins, Cassandra Naud

Um dos principais representantes da Sétima Arte no que se refere a filmes natalinos, A Felicidade Não se Compra (It’s a Wonderful Life, 1946) mostra em tom fantástico quantas vidas poderiam ser afetadas quando uma pessoa acha que todos estariam melhor se ela não existisse. A proposta do clássico, em um bem interessante trocadilho, é apenas uma das referências do slasher It’s a Wonderful Knife, de Tyler MacIntyre, desenvolvido a partir de um roteiro de Michael Kennedy. Não foi o representante de horror natalino de 2023, mas até que diverte de maneira despretensiosa.

Na véspera de Natal, na pequena cidade de Angel Falls, o rico empresário Henry Waters (Justin Long, muito bem caracterizado) é mais uma vez responsável pela cerimônia anual de iluminação das árvores, com seu tom político ao lado da esposa Evelyn (Sydney Scotia) e de seu irmão Buck (Sean Depner). Ele atrapalha as comemorações da família Carruthers ao convocar o corretor de imóveis David (Joel McHale) para uma visita a Roger Evans (o canceroso de Arquivo X, William B. Davis), frustrando as intenções festivas de sua esposa Judy (Erin Boyes) e seus filhos Winnie (Jane Widdop) e Jimmy (Aiden Howard). Henry e David planejam convencer Roger a vender sua casa para a construção de um gigantesco espaço comercial, mas ouvem uma negativa que o condiciona a mais tarde receber a visita de uma figura mascarada em roupa de anjo, que lhe corta a garganta.

Esse mesmo assassino angelical cometerá outros assassinatos nessa noite, quando Judy é visitada pela irmã Gale Prescott (A Possuída Katharine Isabelle), nome em referência a dois personagens da franquia Pânico, e sua esposa Karen (Cassandra Naud). A neta de Roger, Cara (Hana Huggins), leva Winnie a uma festa na casa de seu namorado Robbie Olenger (Jason Fernandes). Lá o Anjo aparecerá para matar Cara e outras pessoas até ser morto e desmascarado por Winnie, sem que haja qualquer surpresa na identidade do assassino. Um ano depois, a cidade ainda mantém o clima festivo para o descontentamento de Winnie, que ainda flagra seu namorado traindo-a com Darla (Zenia Marshall), mesmo com a tentativa de distração da esquisita Bernie Simon (Jess McLeod).

Frustrada com todos e consigo mesma, ainda mais por não ter sido aceita na faculdade planejada, Winnie pede diante de uma aurora boreal que nunca tivesse existido. Nessa realidade alternativa, a cidade já não possui o mesmo brilho, assim como a fotografia já não traz mais tons alegres. E, para piorar, o assassino ainda está à solta fazendo mais vítimas, incluindo seu irmão Jimmy; Henry é o prefeito, que adquiriu todos os terrenos, enquanto o irmão dele é o xerife local. As tentativas de aproximação de seus conhecidos mostram que ninguém a reconhece, sua tia é uma alcoólatra e sua mãe está tendo um caso. Percebendo que houve uma piora em todos os aspectos, Winnie, com a ajuda de Bernie, acredita que terá que matar o assassino para colocar a cidade em ordem e quem sabe conseguir desfazer seu pedido. Mas será que o assassino ainda é o mesmo?

É claro que o tom fantasioso pede a paciência do espectador em diversas circunstâncias. Em dado momento, em referência à franquia Pânico, o assassino é nocauteado e a garota, ao invés de usar a faca para findá-lo, opta por um suspense raso de tentar passar por ele lentamente enquanto ele está caído no chão. Por diversas vezes, Winnie opta por fugir a tentar enfrentá-lo, ainda que esteja com mais pessoas para um combate, e assim perdurar a duração do filme, criando um ambiente de suspense. É interessante pensar como ela e Bernie logo compreendem o que devem fazer para desfazer o pedido, e contam com uma longa duração do fenômeno até dar tempo de sua realização.

É um slasher natalino com baixa violência, um número excessivo de personagens, mas que não incomoda, possuindo alguns bons momentos de diversão dispersos como as passas de um arroz natalino. Vale pelas referências, pelos aspectos técnicos, como a boa direção de MacIntyre (comandou um dos segmentos de V/H/S/99) e por alguns rostos conhecidos no elenco. Foi bom rever Katharine Isabelle em cena em um papel menor, assim como Justin Long – ambos que estrelaram filmes interessantes de terror na juventude.

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