4.6
(5)

Veja o que Aconteceu ao Bebê de Rosemary
Original:Look What's Happened to Rosemary's Baby
Ano:1976•País:EUA
Direção:Sam O’Steen
Roteiro:Anthony Wilson
Produção:Anthony Wilson
Elenco:Stephen McHattie, Patty Duke, George Maharis, Broderick Crawford, Ruth Gordon, Ray Milland, Tina Louise

Você já ouviu falar da continuação de O Bebê de Rosemary (1968)? Não, eu não estou falando de O Filho de Rosemary (1997), escrito por Ira Levin, que passou praticamente despercebido. Veja o que Aconteceu ao Bebê de Rosemary foi a sequência direta do primeiro filme, criada exclusivamente para a televisão, lançada em 1976 no canal americano ABC e que não tem nada a ver com o livro de 1997.

Quando se trata de dar continuidade a um clássico, como é o caso da obra de Roman Polanski, são raros os casos em que a sequência consegue superar, ou ao menos estar à altura do original. Definitivamente, este exemplar não conseguiu alcançar nenhum desses feitos.

Para conseguir agradar tanto a crítica quanto o público, é importante que a continuação consiga se manter fiel à história original e reunir o máximo possível de profissionais que estavam envolvidos na produção do primeiro filme. Em Veja o que Aconteceu ao Bebê de Rosemary, Sam O’Steen, um dos editores do filme de Polanski, assume o cargo de diretor, enquanto Ruth Gordon reprisa o papel da caricata Minnie Castevet, personagem que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 1968. Outro fato curioso é que a protagonista, Rosemary Woodhouse, neste filme é interpretada por Patty Duke – uma das atrizes cotadas para o primeiro filme, ao lado de Jane Fonda e Goldie Hawn.

O filme é dividido em 3 partes: “O Livro de Rosemary”, “O Livro de Adrian” e “O Livro de Andrew”.

ALERTA DE SPOILERS!

Tudo começa com Rosemary arquitetando uma fuga com seu filho Adrian – na época com 8 anos – para se livrar do domínio do coven liderado por Roman (Ray Milland) e Minnie. Ao se refugiarem em uma sinagoga, o grupo de bruxos tenta descobrir com feitiços o paradeiro da dupla. Digamos que é no mínimo “curioso” ver Minnie com poderes de adivinhação para tentar localizar Rosemary e Adrian. Enquanto Rosemary telefona para o ex-marido, Guy (George Maharris), hoje um ator bem sucedido de Hollywood, Adrian acaba brigando com algumas crianças e em um ataque de fúria deixa todos inconscientes. Com medo de seu filho estar seguindo os passos do pai, Rosemary se esconde no trailer de Marjean (Tina Louise), uma prostituta seguidora de Roman, que a engana fazendo com que Rosemary entre em uma espécie de “ônibus fantasma”, desaparecendo. Marjean se torna a mãe adotiva de Adrian, com a benção de Roman.

Em seguida, o filme faz um salto temporal de aproximadamente 20 anos, mostrando como está a vida de Adrian, que segue vivendo com Marjean – agora dona de um cassino. Adrian se encaixa naquele estereótipo do jovem rebelde e inconsequente, que ama velocidade, rock ‘n’ roll, mas que carrega perturbações de sua infância (foi dito a ele que seus pais morreram em um acidente de carro). Seu único e melhor amigo é Peter (David Huffman), um ex-seminarista, que tenta ajudá-lo a lembrar do passado com seus pais. No dia de seu aniversário, após ter uma briga violenta com um bando de motoqueiros, recebe a visita de seus padrinhos Roman e Minnie. Chega então o grande dia do ritual que iria conjurar o demônio e iniciar a era das trevas na Terra. Em uma das – eu disse UMA, pois existem várias – partes mais bizarras do filme, Adrian, aparentemente possuído pelo pai, com uma maquiagem branca no rosto, caminha para a pista de dança, cambaleando e dançando ao som de uma banda de rock para possuir todos os jovens do local. No meio da confusão, Peter acaba morrendo eletrocutado e, ao ver seu amigo morto, Adrian desmaia.

Adrian acorda em um hospital psiquiátrico, sofrendo de amnésia e insiste em ser chamado de Andrew. Culpado pela morte do amigo, o jovem convence a enfermeira Ellen (Donna Mills) a ajudá-lo a fugir para procurar pelo verdadeiro assassino de Peter. Em um motel, Ellen droga Adrian/Andrew – semelhante ao que ocorreu com Rosemary no primeiro filme – para que juntos possam gerar um filho, ou melhor, um novo “hospedeiro” para o diabo, pois, ao que tudo indica, Adrian não foi um bom hospedeiro. Guy morre em uma batida de carro ao tentar atropelar Adrian, que sai vagando sem rumo pela noite. Ellen, grávida, sobrevive ao acidente e é acolhida pelos Castevet como neta do casal, se tornando, no final do filme, a nova mãe do anticristo.

FIM DOS SPOILERS!

Com um roteiro fraco e atuações exageradas Veja o que Aconteceu ao Bebê de Rosemary lembra muito mais uma novela de péssima qualidade do que um filme de terror. Impossível não sentir falta do suspense psicológico, das sutilezas e da trilha-sonora do primeiro filme. Nem a presença e o carisma de Ruth Gordon no elenco – diga-se de passagem, muito mal aproveitada – conseguiu salvar essa bomba.

O Bebê de Rosemary é um dos maiores clássicos da história do cinema de horror – e particularmente o meu favorito. Após um remake decepcionante, um prequel que não atendeu às expectativas e o fiasco desta continuação de 1976, é difícil acreditar que um dia a franquia consiga uma produção digna do original. Agora entendemos por que Mia Farrow não quis estar envolvida nesta produção, que parece ter sido fadada ao fracasso desde a concepção do seu título. Veja o que Aconteceu ao Bebê de Rosemary foi lançado em DVD pela Classicline.

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