![]() Dancing Village: The Curse Begins
Original:Badarawuhi di Desa Penari / Dancing Village: The Curse Begins
Ano:2024•País:Indonésia Direção:Kimo Stamboel Roteiro:Lele Laila. SimpleMan Produção:Manoj Punjabi Elenco:Aulia Sarah, Maudy Effrosina, Jourdy Pranata, Ardit Erwandha, M. Iqbal Sulaiman, Claresta Taufan Kusumarina, Diding Boneng, Aming Sugandhi, Dinda Kanyadewi, Pipien Putri |
Fora do mercado de cinema de horror tradicional, é da Indonésia que andam vindo os maiores arrepios. Não é de hoje, se considerarmos a força criativa e insana de produções como The Queen of Black Magic (2019), Impetigore (2019), franquias como The Doll, Kuntilanak, Fortuna Maldita e O Terceiro Olho, e até, em um passeio mais distante, Primitives (1978) e Satan’s Slave (1982). Dancing Village: The Curse Begins (Badarawuhi di Desa Penari) poderia facilmente fazer parte desse grupo, como mais um filme atmosférico e curioso, mas peca em sua narrativa que não vai além do que se espera.
Dirigido por Kimo Stamboel, que tem uma parceria como o irmão intitulada The Mo Brothers (Macabre, 2009), o longa é um prelúdio de KKN di Desa Penari (2022), e que conta uma interessante lenda urbana sobre um vilarejo maldito. Começa em 1955, com um grupo de mulheres, aparentemente em transe, dançando enquanto cada uma passa a cair até que só reste uma, selecionada pela estranha Badarawuhi (Aulia Sara). O ancião local, Putri (Pipien Putri), aproveita a oportunidade no ritual e pede que sua filha Inggri (Princeza Leticia) leve para longe do vilarejo uma pulseira da entidade. Ela é tentada a não fazer isso, mas resiste à ameaça sobrenatural, atravessando a ponte que separa a comunidade de uma mata densa.
Em 1980, Inggri, acometida por uma doença degenerativa, é deixada catatônica em uma cama, sem que os médicos consigam encontrar uma cura. Um xamã instrui a filha dela, Mila (Maudy Effrosina), a devolver a pulseira à aldeia como uma unica forma de salvar a mãe. A jovem se une ao primo Yuda (Jourdy Pranata) e aos amigos Jito (M. Iqbal Sulaiman) e Arya (Ardit Erwandha) e partem em uma expedição para encontrar a tal vila, na ilha de Java, cuja entrada foi desenhada pelo xamã. Conseguem o apoio de um guia atrapalhado e que rende momentos dispensáveis de humor.
Já no local, enquanto aguardam o retorno do ancião, Mila consegue a simpatia da moradora Ratih (Claresta Taufan Kusumarina), que tem também a mãe nas mesmas condições de Inggri. O grupo começa a se familiarizar com as tradições do vilarejo, como o banho em um local a parte, barracas de refeições noturnas e pessoas que vão a um lugar cultuar algo através da dança. Mila passa a ser tentada a devolver a pulseira através de visões de serpentes e pessoas que caminham à noite como zumbis, mas nunca fica claro por que a entidade precisa que ela devolva de bom grado, uma vez que ela já está na vila. Por que há a necessidade de convencer Ratih a ajudá-la na condução de Mila até o ambiente das danças?
Apesar da ambientação maldita, acompanhada de uma fotografia que valoriza as paletas mais escuras, Dancing Village: The Curse Begins se estende mais do que precisa e não se conclui como se espera até pelo fato de existir uma narrativa posterior. De toda forma, Badarawuhi se mostra uma vilã ameaçadora, reinando em uma realidade alternativa em rituais de dança e escravidão; assim como Mila se apresenta com carisma e expressões de tristeza.
Sem figurar entre os provocadores de calafrios da Indonésia, Dancing Village: The Curse Begins é até bem feitinho, com alguns bons momentos de terror e um interessante ritmo (sem trocadilhos), mas deixa uma sensação de produção inacabada, o prólogo para o outro filme. Mas vale pela curiosidade e para quem aprecia esse cinema que procura desviar dos moldes americanos.