O Bosque
Original:La forêt / The Forest
Ano:2017•País:França Direção:Julius Berg Roteiro:Delinda Jacobs Produção:Christophe Carmona Elenco:Samuel Labarthe, Suzanne Clément, Alexia Barlier, Frédéric Diefenthal, Patrick Ridremont, Nicolas Marié, Gilles Vandeweerd, Mélusine Loveniers, Martha Canga Antonio, François Neycken |
Séries ou filmes que se passam em pequenas cidades nas quais os moradores parecem viver em harmonia quando na verdade escondem segredos sórdidos não são novidades para ninguém. Desde que a primeira e clássica temporada de Twin Peaks foi lançada em 1990 que cidadezinha passaram a ser mostradas como endereços para elaboradas tramas de suspense, mistério ou horror. Ou todos estes misturados.
É claro que nem todas estas cidades trazem tramas de qualidade ou capazes de prender a atenção de quem pretende desvendar o mistério. E quando estamos falando de série para TV, ainda existe o risco da trama se arrastar em episódios ou temporadas desnecessários que apenas retardam a ação principal. Felizmente este não é o caso da série francesa O Bosque, produzida em 2017 e recém adquirida pela Netflix.
A série se passa em uma pequena cidade da França na qual uma jovem de 16 anos chamada Jennifer (Isis Guillaume) desaparece. Os esforços da polícia local em encontrar a adolescente se mostram inúteis até que duas amigas de Jennifer também desaparecem. Para piorar, a mãe de uma das jovens sumidas é a policial Virginie (Suzanne Clément), que acaba tomando a busca como pessoal. A situação piora quando Jennifer é encontrada morta, o que faz com que praticamente todos sejam suspeitos enquanto as outras duas jovens seguem desaparecidas.
Com apenas seis capítulos, a série consegue realmente prender atenção de quem assiste diante da tentativa de encontrar as duas garotas desaparecidas e o assassino da jovem Jennifer. E claro que nesta cidadezinha vamos ter alguns personagens que vão servir para tornar a trama ainda mais envolvente e misteriosa desde a vizinha fofoqueira que fala coisas que não aconteceram para atrapalhar a polícia, os alunos da escola que parecem saber mais do que dizem, um novo delegado recém chegado na cidade e até uma simpática e solitária professora que foi adotada 20 anos atrás e que ninguém sabe a origem. Esta professora parece ter uma conexão com o bosque no qual Jennifer foi encontrada morta e onde boa parte das investigações acontece.
Nestes seis episódios, segredos serão revelados mostrando que boa parte da população da cidade não é o que aparentava ser. Um dos pontos altos da série é sem dúvida a personagem Virginie e sua luta contra o tempo para encontrar a filha ainda viva.
A série trabalha com uma direção ágil e não perde tempo com situações que não interessam para a trama. Além disso, a direção de fotografia da série é primorosa trazendo um visual apurado e que agrega ao que está sendo narrado. Outro motivo que torna a série interessante é o passado da cidadezinha. O lugar coleciona pessoas desaparecidas e casos nunca solucionados. Outro ponto de destaque é justamente a existência de uma áurea de mistério em torno de bosque. Nada que remeta a criaturas ou monstros, mas sim a ideia de que o próprio lugar também possui seus segredos.
Alguns infernautas podem acusar a série de trabalhar com clichês de outras tramas de mistério que se passam em cidadezinhas. Aqui temos na verdade uma temática que até pode ser conhecida e distante de ineditismo, mas que consegue ser apresentada de forma interessante e bem amarrada. Temos seis episódios muito bem preenchidos nos quais, assim como a polícia, precisamos coletar provas e tentar entender o que está acontecendo. Em comparação com Dark ou Stranger Things, O Bosque se diferencia, não necessariamente por ser melhor, mas por talvez trazer a trama apresentada de forma mais direta, em comparação a Dark, e menos lúdica / mais adulta, em comparação com Stranger Things. Aqui vai depender de qual público você faz parte para gostar ou não de O Bosque.
Até o momento a série tem apenas esta temporada e é bom que assim continue. Apesar do final não ser dos mais surpreendentes, ele se basta e não deixa ponta aberta para uma segunda e com certeza desnecessária temporada.
Melhor em todos os sentidos. É um mistério que te prende e fácil de entender. Eu amei .
Gostei dessa série. Assisti achando que seria igual a muitos outros filmes e séries de florestas que surgiram nos últimos anos, mas apesar de alguns clichês, ela tem um assunto mais “adulto” que é revelado no decorrer dos episódios e isso me prendeu até o final. E aproveitando, estou gostando dessas séries de suspense da Europa que a Netflix tem passado, se alguém tiver alguma sugestão pode passar.