The Walking Dead (2010): 1×06 TS-19
The Walking Dead
Original:The Walking Dead
Ano:2010•País:EUA Direção:Gwyneth Horder-Payton Roteiro:Frank Darabont, Robert Kirkman, Tony Moore, Charlie Adlard Produção:Denise M. Huth, Tom Luse Elenco:Andrew Lincoln, Jon Bernthal, Sarah Wayne Callies, Norman Reedus, Juan Gabriel Pareja, Laurie Holden, Jeffrey DeMunn, Steven Yeun, Chandler Riggs, Irone Singleton, Emma Bell, Jim R. Coleman, Linds Edwards, Keisha Tillis |
Desde que os mortos deram seus primeiros passos em The Walking Dead, foi grande a expectativa em torno desse seriado de terror ambientado num mundo apocalíptico, com referências constantes aos clássicos do gênero. Não era para menos: o primeiro episódio, Days Gone Bye, colocou um sorriso no rosto dos fãs de produções de zumbis e de quadrinhos, ainda que suas diferenças fossem evidentes. Acompanhar a trajetória do policial Rick pelas ruas desertas de uma Atlanta sem vida, enquanto sonha em reencontrar sua família, sem saber o que aconteceu com o mundo ou porquê as pessoas resolveram voltar dos mortos, era realmente uma ótima ideia: por que ninguém havia pensado nisso antes?
Rick não estava sozinho nessa busca. Nas proximidades da cidade, um grupo espreitava os acontecimentos de um acampamento, tentando se comunicar com outras pessoas através de um rádio. Havia também aqueles que se escondiam num edifício e o ajudaram, tirando-o de um tanque de guerra envolto de comedores de carne humana. No ótimo Guts fica evidente que nem todas as pessoas que sobreviveram são boas, e algumas são piores do que os zumbis que caminham pelas ruas. Rick e seus novos amigos fugiram do local para encontrar os demais vivos, o que gerou grandes encontros no terceiro episódio.
Tell It to the Frogs pode ser considerado o momento mais fraco da temporada. Os zumbis são deixados de lado para a apresentação dos personagens, seus conflitos e reencontros, ao passo que a traição de um amigo é colocada em cheque, fazendo o público questionar os atos de Shane ao ter escondido da esposa Lori a sua sobrevida. Mas, não é culpa dos roteiristas, já que era necessária essa interação para que o público pudesse se importar com aqueles sobreviventes. Também pesou contra a série a decisão absurda de Rick em comandar um grupo de resgate do mau-caráter Merle Dixon, deixando sua família e novos conhecidos a mercê dos zumbis.
Se o terceiro não teve um bom resultado, pelo menos tudo foi compensado pelo espetacular Vatos, quarto episódio da série. Além de trazer bastante ação e mortos-vivos – além de uma gangue escondida na cidade que sequestrou Glenn -, a narrativa se relacionava ao sonho profético de Jim, que, de repente, surtou e começou a cavar buracos no chão; covas indicando uma tragédia iminente. O final sangrento e surpreendente trouxe de volta a esperança de bons episódios e momentos marcantes e assustadores.
Wildfire prometia ser mais um episódio de lágrimas e enterros, mas o roteiro acertou em apostar no tema “zumbis conhecidos” para mostrar a relação entre as pessoas que perdem seus parentes e são obrigados a enfrentá-los como criaturas irracionais. A volta de Amy, a vontade que Shane tem de matar Rick e o novo rumo dos sobreviventes tornaram o episódio bastante dinâmico, e o final Lost também ampliou a curiosidade dos telespectadores para o final da temporada.
As referências à série de sucesso Lost foram muitas em The Walking Dead, mas não tão evidentes quanto os acontecimentos de TS-19, último episódio da primeira temporada. Deixando de lado as ações dos quadrinhos, The Walking Dead procurou apostar na relação entre os personagens e desenvolver conflitos que possam continuar na próxima temporada. Neste último capítulo, os personagens chegaram à desejada “C.C.D“, provavelmente o lugar mais seguro da região. Toda a situação envolvendo a chegada do grupo e a estrutura do local lembraram bastante aquela série que passava numa ilha cheia de mistérios. No entanto, a referência maior está na ausência de explicações, deixando diversas pontas soltas para 2011.
Assim que os sobreviventes foram recepcionados pelo Dr. Edwin Jenner (Noah Emmerich, de Pecados Íntimos), ele, armado, perguntou se alguém estaria infectado e disse que o ingresso seria um exame de sangue (tal atitude ocasiona um furo no roteiro, já que a ação do final do episódio contradirá todo esse medo do médico). Depois, todos tiveram oportunidade de tomar banho quente e jantar bem, e até uma boa noite de sono, regada a muito vinho.
Shane, que era visto pelo público como um possível vilão pela mentira contada à esposa de Rick, acabou sendo inocentado por um flashback (outro momento Lost), que mostrou o policial fazendo de tudo para ajudar o amigo quando a situação fugiu ao controle de todos. Porém, a bebedeira fez com que ele agisse de modo agressivo com Lori, tentando beijá-la à força. Parece que essa irregularidade do personagem será arrastada até a segunda temporada.
Quando o final parecia perfeito, com o grupo feliz pela nova morada, o doutor explica o processo de evolução da doença e apresenta a paciente que serviu como base da experiência, chamada TS-19. É interessante acompanhar como o vírus age no cérebro da vítima da sua morte até seu ressurgimento; também são dadas pistas de que o vírus pode ter surgido num laboratório como esse. Descobrem um cronômetro que indica que algo aconterá dentro de uma certa hora e que as pessoas ali presentes, assim como o prédio inteiro, poderão ser eliminados antes que a ameaça abandone o local. As portas são trancadas…o medo da morte toma conta do ambiente!
Ameaça? Será que os exames apontaram a presença do vírus entre os sobreviventes? Ou o erro cometido pelo doutor no começo poderia justificar o processo de auto-destruição? Por que os cientistas cometeram suicídio se ainda não estavam contaminados e o prédio aparentava ser um local seguro? E mais: o que teria dito o doutor para Rick, nos últimos minutos?
TS-19 bateu recordes de audiência e aumentou a credibilidade de uma nova temporada. Porém, foi extremamente decepcionante para aqueles que esperavam mais ataques de zumbis e vítimas, em cenas sangrentas; eles pouco apareceram no último episódio, ficando apenas o mistério em relação ao Centro de Controle de Doenças e sua influência no que está acontecendo lá fora – situações que não existem nos quadrinhos. Questionamentos assim também aconteciam em séries como a extinta 24 Horas (se houvesse um episódio em que Jack Bauer não desse um tiro), por exemplo. Além disso, pesou contra The Walking Dead as diferenças entre as Comic Book e a série, com os fãs irritados por cada mudança na história.
Ora, é preciso entender que a linguagem de uma série de TV é diferente da de uma revista em quadrinhos ou da de um filme de zumbis. É claro que erros graves ocorreram no seriado – alguns como furos no roteiro e clichês característicos de produções assim -, mas, no geral, a avaliação pode ser positiva.
The Walking Dead está distante de ser uma série perfeita, porém os primeiros passos foram dados. Com a demissão da equipe de roteirista, fica ainda mais evidente de que o seriado terá novos rumos em 2011. Pena que diferente de um zumbi, ela só retorne em outubro, daqui a dez longos meses.
The Walking Dead (2010): 1×05 Wildfire
The Walking Dead
Original:The Walking Dead
Ano:2010•País:EUA Direção:Gwyneth Horder-Payton Roteiro:Frank Darabont, Robert Kirkman, Tony Moore, Charlie Adlard Produção:Denise M. Huth, Tom Luse Elenco:Andrew Lincoln, Jon Bernthal, Sarah Wayne Callies, Norman Reedus, Juan Gabriel Pareja, Laurie Holden, Jeffrey DeMunn, Steven Yeun, Chandler Riggs, Irone Singleton, Emma Bell, Jim R. Coleman, Linds Edwards, Keisha Tillis |
Pior do que enfrentar um morto-vivo é enfrentar um morto-vivo conhecido! Aquela pessoa com quem você conviveu anos, teve afinidade, dividiu emoções…agora precisa da sua carne para sobreviver. O velho amigo de Rick, Morgan, ainda sofria com a necessidade de por um fim à sua esposa morta, sem que seu filho soubesse, enquanto no acampamento novos mortos eram recrutados pelo exército de Satã.
No final do episódio anterior, os zumbis invadiram o acampamento e surpreendeu o grupo que aguardava a chegada de Rick e seus companheiros. Com isso, ocorreram várias perdas, mas duas em especial foram marcantes: Amy e a futura transformação de Jim. Não que o ato violento de uma esposa com uma picareta sobre o marido que a batia não tenha sido marcante, apenas trouxe um impacto maior a cena em que acompanhamos a volta de Amy, desde seus espasmos até a busca pela primeira fatia de carne. E não há como não lamentar a ferida de Jim, já que os sonhos premonitórios do personagem poderia render outros grandes momentos na série em futuras temporadas. Ainda assim suas visões da morte, seus pesadelos e a dor sofrida na lenta transformação tenham sido bastante educativos para a mitologia da série.
O abandono de Jim pelo caminho, assim como a despedida de Morales e sua família, podem ocasionar novos zumbis conhecidos na série, seja para esta ou para as próximas temporadas de The Walking Dead.
Questionando a todo momento seus atos, Rick novamente é obrigado a tomar decisões pelo grupo, quando surge uma possibilidade de chegar ao C.C.D (o tal Centro de Controle de Doenças) para evitar que novas perdas aconteçam por mordidas de zumbis. Ele então deixa um recado para Morgan, indicando para aonde estão indo, o que pode fazer com que outros velhos conhecidos saibam o destino dos viajantes.
Com o final do episódio fica a sensação de que a série tomará novos rumos tanto no final desta como na próxima temporada. Só fica a esperança de que os passos adiantes não sejam cambaleantes como os dos mortos…
The Walking Dead (2010): 1×04 Vatos
The Walking Dead
Original:The Walking Dead
Ano:2010•País:EUA Direção:Gwyneth Horder-Payton Roteiro:Frank Darabont, Robert Kirkman, Tony Moore, Charlie Adlard Produção:Denise M. Huth, Tom Luse Elenco:Andrew Lincoln, Jon Bernthal, Sarah Wayne Callies, Norman Reedus, Juan Gabriel Pareja, Laurie Holden, Jeffrey DeMunn, Steven Yeun, Chandler Riggs, Irone Singleton, Emma Bell, Jim R. Coleman, Linds Edwards, Keisha Tillis |
Assim que Rick, Glenn, Daryl e T-Dog chegaram ao topo do edifício onde Merle fora abandonado, eles descobriram que ele já não estava lá; havia fugido ao estilo Jogos Mortais, depois de serrar sua mão para se livrar da algema. Seguindo seu rastro de sangue, os rapazes eliminaram uma zumbi – com uma caracterização incrível mais uma vez ao cargo do experiente Gregory Nicotero – até encontrar pistas que mostram que ele cauterizou a ferida e está vagando pela cidade.
O entregador de pizza, Glenn, traça um plano genial para o resgate da sacola com armas de Rick, porém não imaginava que os problemas maiores não seriam as criaturas que se alimentam de carne-humana e, sim, uma gangue que está na região e que acaba sequestrando o oriental, obrigando o grupo a uma nova missão. Do outro lado da ilha…ops…da cidade, no acampamento, os sobreviventes tentam entender o porquê de uma atitude suspeita de Jim (Andrew Rothenberg), que resolvera cavar covas no alto do morro, enquanto aguardam o retorno dos demais personagens do local.
The Walking Dead sofreu uma queda de qualidade no episódio anterior – considerado pelos fãs como um “episódio de transição” para a segunda metade da temporada e, principalmente, para os acontecimentos em Vatos. Na verdade, este foi um dos mais interessantes momentos da série, incluindo o ato final, quando os gestos de Jim são revelados e um massacre acontece.
Surpreendendo o público ao mostrar que as aparências enganam, o episódio mostrou que há mais pessoas vivas na cidade e que a gangue de Vatos pode ter intenções diferentes do que demonstram, deixando Rick em total constrangimento. Aliás, imagina-se que o ator terá que desempenhar uma carga dramática extrema no próximo episódio quando seu ato insano de resgate do cafajeste Merle for levado a julgamento pelos danos causados. Mas, é apenas uma suposição.
O final também surpreendeu ao trazer novamente os zumbis num papel importante na trama para aqueles que aguardavam a chegada de uma outra pessoa ao acampamento. Outra surpresa foi a queda de vários personagens, até então considerados importantes – e você entenderá o porquê da cena inicial da conversa familiar entre as irmãs -, não poupando o espectador ao manchar a tela de sangue e pedaços de crânios.
Enfim, um episódio belíssimo, movimentado e repleto de surpresas para ninguém vivo ou morto colocar defeito!
The Walking Dead (2010): 1×03 Tell It to the Frogs
The Walking Dead
Original:The Walking Dead
Ano:2010•País:EUA Direção:Gwyneth Horder-Payton Roteiro:Frank Darabont, Robert Kirkman, Tony Moore, Charlie Adlard Produção:Denise M. Huth, Tom Luse Elenco:Andrew Lincoln, Jon Bernthal, Sarah Wayne Callies, Norman Reedus, Juan Gabriel Pareja, Laurie Holden, Jeffrey DeMunn, Steven Yeun, Chandler Riggs, Irone Singleton, Emma Bell, Jim R. Coleman, Linds Edwards, Keisha Tillis |
Após dois grandes momentos, The Walking Dead teve seu primeiro episódio apenas regular. Talvez pela vasta expectativa deixada, Tell It to the Frogs acabou falhando na quebra de ritmo, num pequeno deslize do roteiro e no sumiço dos zumbis. No entanto, a avaliação geral ainda é positiva, com a esperança no retorno da proposta inicial.
No episódio anterior, o grupo da loja de departamentos conseguiu escapar da “cidade dos zumbis” em dois veículos, rumando em direção aos sobreviventes no trailer. Abandonaram Merle Dixon à própria sorte, no alto do edifício, algemado a um cano, enquanto vários mortos começavam a forçar a entrada. Logo, o grupo conseguiu chegar ao acampamento, proporcionando dois reencontros: Andrea e sua irmã Amy acabaram sendo ofuscadas pelo momento em que Rick revê sua esposa Lori e seu filho Carl. Com isso, Shane teve um choque de reações: estava feliz pela volta do melhor amigo, mas, ao mesmo tempo, sabia que perderia Lori e a sua confiança, já que havia dito a ela por diversas vezes que Rick estava morto.
Quando tudo parecia caminhar para a reunião de uma família feliz, eis que surge mais uma ovelha negra no rebanho: Daryl Dixon (Norman Reedus, de Pandorum), irmão de Merle. Tal qual o parente, este também é de difícil convivência, tornando-se pior ainda quando descobre um certo abandono no alto de um prédio. Não vendo outra alternativa e com o peso na consciência, Rick decide organizar um retorno ao local numa missão de resgate, contrariando os desejos de seus familiares e novos conhecidos.
Ainda que o argumento desse terceiro episódio seja interessante – acentuando os problemas de convívio -, a condução pouco atrativa de Gwyneth Horder-Payton atrapalhou no resultado final, tornando-o confuso. Como o ritmo de um seriado exige uma movimentação mais branda, é comum que sequências mais lentas aconteçam, embora não seja essa a proposta dos quadrinhos, nem do que se espera numa produção de terror. Observe como a narrativa perdeu tempo precioso entre diálogos e consertos de carros, para depois acelerar o processo no ato final, não permitindo que o público saiba como tudo aquilo aconteceu.
Além do mais, o episódio peca pela ausência de zumbis; aparecem apenas dois: um numa ótima cena na mata, onde a criatura se alimentava de um cervo quando é surpreendida pelo grupo; outro na loja de departamentos, entre os manequins. E se houve uma grande dificuldade para fugir do prédio, o que motivou todo o segundo episódio, o retorno a ele foi surpreendentemente simples. A desculpa do roteiro surge na fala de um dos personagens, quando este diz que eles estão saindo da cidade em busca de alimentos. Seria plausível caso fossem encontrados alguns pelo caminho; ora, como todos podiam desaparecer em apenas um dia se eles caminham a passos lentos e desorientados?
Tell It to the Frogs exigia uma grande atuação de Jon Bernthal, com seu Shane dividido entre sentimentos. Pois o ator não soube transmitir adequadamente as sensações, deixando um pouco confuso o seu papel de herói ou futuro vilão. Até mesmo quando ele descontou a raiva no malandro Ed, que agride a esposa sem piedade, suas expressões não foram convincentes o suficiente.
A despeito dessa cambaleada, ainda acredito no potencial desta série de zumbis! Só é preciso evitar que os coadjuvantes desse apocalipse não sejam deixados de lado como Merle.
The Walking Dead (2010): 1×02 Guts
The Walking Dead
Original:The Walking Dead
Ano:2010•País:EUA Direção:Michelle MacLaren Roteiro:Frank Darabont, Robert Kirkman, Tony Moore, Charlie Adlard Produção:Denise M. Huth, Tom Luse Elenco:Andrew Lincoln, Jon Bernthal, Sarah Wayne Callies, Laurie Holden, Jeffrey DeMunn, Steven Yeun, Chandler Riggs, Lennie James, Emma Bell, Jim R. Coleman, Linds Edwards, Keisha Tillis |
Muitas expectativas em torno do segundo episódio de The Walking Dead, principalmente depois do início fenomenal da série. A boa notícia é que Guts manteve a mesma qualidade do material, acrescentando novos personagens e potenciais problemas para o protagonista. Se o primeiro episódio lembrou Extermínio, este fez referência direta à Despertar dos Mortos, quando uma loja de departamentos passa a ser o ambiente de sobrevivência do protagonista.
Depois de um começo lento, com uma cena exageradamente longa com Lori e Shane num encontro na mata – apenas para mostrar que a garota ainda sente a falta do marido -, o episódio parte para o local onde terminou o anterior, com Rick dentro de um tanque de guerra, cercado por zumbis que se alimentam de seu cavalo. Orientado por uma voz misteriosa, ele resolve sair do veículo bélico e arriscar a enfrentá-los pelas ruas da cidade até um encontro com o dono da voz, Glenn (Steven Yeun, que fez uma participação na série The Big Bang Theory), que o leva a um edifício comercial, onde estariam outros sobreviventes.
Conforme havia anunciado em suas entrevistas, Frank Darabont apresenta novos personagens, alguns não presentes na versão comic, incluindo nomes já conhecidos dos fãs do gênero como Laurie Holden (O Nevoeiro e Terror em Silent Hill), que faz Andrea – também procura um ente querido no holocausto zumbi (que está no grupo que se esconde no campo); além do veterano Michael Rooker (Seres Rastejantes), que faz o insuportável Merle Dixon, alguém que promete dar uma boa dor de cabeça para os heróis, principalmente Iron E Singleton (Um Sonho Possível) e seu T-Dog, que sofre do racismo do companheiro. No outro ambiente, temos Amy (Emma Bell, de Pânico na Neve, Terror no Pântano e Premonição 5) e Dale (Jeffrey DeMunn, de O Nevoeiro), em mais algumas cenas no acampamento, enquanto tentam se comunicar com outros sobreviventes.
No entanto, a ação acontece mesmo no edifício! É lá que ocorre um inevitável confronto entre Merle e Rick, que acaba tendo que algemá-lo, assim como duas tentativas de fuga do local – pois o novo companheiro teria atraído a atenção dos mortos. Na mitologia de The Walking Dead, os zumbis seguem os sons diversos, além do cheiro “das pessoas vivas“; e parece que o simples contato com a pele já seria suficiente para uma contaminação. Após uma frustrada tentativa pelos esgotos, onde os mortos parecem já ter dominado, surge a ideia de tentar andar entre eles, disfarçando o odor. Portanto, esquartejam um cadáver e sujam duas pessoas – Rick, claro, e Glenn – com as entranhas, incluindo um cachecol feito com as tripas.
Numa cena divertida – que lembra Shaun of the Dead -, os dois rapazes caminham por uma rua lotada de mortos-vivos, sob os olhares desconfiados das criaturas, enquanto tentam chegar a dois veículos, um para conduzir o grupo para fora do prédio, e outro para atrair os comedores de carne humana.
Guts manteve o nível de excelência da série, com mais movimentação e personagens. A qualidade do material trouxe ainda mais espectadores para a minissérie, fazendo a AMC já contratar uma segunda temporada, com 13 episódios! Não tão cedo os mortos poderão descansar em paz…
The Walking Dead (2010): 1×01 Days Gone Bye
The Walking Dead
Original:The Walking Dead
Ano:2010•País:EUA Direção:Frank Darabont Roteiro:Frank Darabont, Robert Kirkman, Tony Moore, Charlie Adlard Produção:Denise M. Huth, Tom Luse Elenco:Andrew Lincoln, Jon Bernthal, Sarah Wayne Callies, Laurie Holden, Jeffrey DeMunn, Steven Yeun, Chandler Riggs, Lennie James, Emma Bell, Jim R. Coleman, Linds Edwards, Keisha Tillis |
Os mortos voltaram à vida…mais uma vez. Talvez o inferno esteja sofrendo de superpopulação, algum tambor do exército tenha sido aberto por engano, ou a ocorrência da explosão de um satélite da Nasa carregado de radiação…enfim, eles estão cambaleando por todos os lugares em busca de carne fresca e miolos criativos como os do escritor Robert Kirkman e do artista Tony Moore e, posteriormente, Charlie Adlard, que, em 2003, iniciaram a produção de uma comic book em preto-e-branco baseado no universo criado pelo mestre George A.Romero, em 1968, com o seu clássico A Noite dos Mortos-Vivos.
The Walking Dead saiu de sua tumba com periodicidade mensal até que a primeira coletânea fosse lançada em 2004 juntando as seis primeiras revistas num único volume intitulado “Days Gone Bye“. O sucesso foi tão absoluto que novos volumes e coletâneas com formatos mais qualificados e com bônus e informações adicionais chegaram às livrarias nos anos seguintes, tendo na “The Walking Dead Deluxe HC” a mais completa com 72 edições em três volumes. Ainda sairia em 2009 a vigésima quarta coleção, “The Walking Dead Compendium Volume 1“, contendo 48 edições.
Com passos lentos como o de um zumbi romeriano, a produção ganharia o prêmio Eisner Award por ser a melhor série contínua em quadrinhos na San Diego Comic Convention de 2010. Mas, antes mesmo disso, em 11 de agosto de 2009, era dada a luz verde para uma versão em minissérie para a TV em 6 capítulos, baseada na coletânea ”Days Gone Bye“,com as filmagens começando em 15 de maio, em Atlanta, Georgia, visando uma estreia em 31 de outubro de 2010, na AMC. Para evitar que os fãs ansiosos baixem na internet, no Brasil, a FOX ousou ao exibir na terça-feira, dia 2 de novembro, às 22 horas, a versão dublada do primeiro episódio. Apesar de que não se pode dar os méritos ao canal pela rápida exibição, pois o episódio inicial já havia vazado na internet dias antes da estreia americana, e, além disso, a FOX fez o papel de um zumbi faminto ao cortar vários minutos da produção para se enquadrar na sua grade de programação.
Com direção de Frank Darabont (O Nevoeiro), que escreveu o roteiro dos seis primeiros episódios mas só dirigiu o primeiro, e produção executiva de Gale Anne Hurd, a série conta a saga do oficial de polícia de Cynthiana, Kentucky, Rick Grimes (Andrew Lincoln, de Simplesmente Amor), sua família, entre outros, que precisam lutar para sobreviver a um mundo dominado por mortos-vivos. O episódio tem início com o policial em busca de gasolina num cemitério de carros abandonados, utensílos largados e rastros de sangue. Ele encontra uma garotinha zumbi no local, carregando seu ursinho de estimação, e é obrigado a atirar em sua cabeça. Belo começo, não?
Na cena seguinte, Grimes e seu parceiro Shane Walsh (Jon Bernthal, de Uma Noite Fora de Série) estão num fogo cruzado com alguns bandidos que fugiam de carro, quando o oficial é baleado duas vezes, sendo encaminhado para um hospital, onde entra em coma. Assim como em Extermínio (2002) e Resident Evil – O Hóspede Maldito (2002), ele acorda um tempo depois num cenário de completa desolação. Ainda não se sabe quanto tempo ele estivera naquele estado, mas aqui já ocorre a primeira lição da cartilha de sobrevivência contra ataques de zumbis: “se o mundo for invadido por essas criaturas, entre em coma pois eles não costumam atacar pessoas assim“.
“Não abra, mortos dentro”. O policial caminha pelo ambiente tétrico, entre buracos de bala e cadáveres expostos, até que encontra a saída (nos quadrinhos, ele abre a porta no hospital e logo se depara com os zumbis) e defronta com outra visão mórbida: centenas de corpos colocados do lado de fora do hospital, com tanques de guerra e helicópteros nas redondezas. Parece que o mundo acabou, mas Grimes não sabe como e quando aconteceu!
Antes que você consiga dizer “more brains“, ele enfrenta seu primeiro zumbi, ou talvez metade dele. Numa maquiagem impressionante, com o rosto cadavérico e assustador, que remete aos bons filmes de zumbis, a criatura só consegue se rastejar em busca de suas vítimas. Grimes rouba uma bicicleta e retorna para seu lar, querendo saber notícias de sua esposa Lori (Sarah Wayne Callies, de Prison Break) e seu filho Carl (Chandler Riggs). Sem saber o paradeiro deles, o policial conhece mais dois sobreviventes, Morgan Jones (Lennie James) – que não tem coragem de matar sua esposa zumbi Andrea (Laurie Holden) -, e seu filho Duane (Adrian Kali Turner).
No entanto, o policial não ficará no abrigo da casa de Morgan pois pretende ir para Atlanta, onde dizem que há mais sobreviventes. Ele não sabe, mas sua família e seu amigo Shane estão vivos com outras pessoas na saída da cidade, sendo que este tem demonstrado muito carinho pela esposa do parceiro.
The Walking Dead começou de forma fantástica! Seu episódio de estreia teve uma excelente audiência, com 5.3 milhões de espectadores só nos Estados Unidos, chegando a entrar para os Trending Topics do twitter mundial. A premiere tem colecionado críticas positivas nos mais conceituados jornais e revistas, sendo considerada uma visão real do que seria um mundo devastado por zumbis. Mas não é para menos: é extremamente bem feito mesmo, com efeitos incríveis e cenas memoráveis como aquela em que Grimes cavalga por uma cidade abandonada até avistar uma rua lotada de zumbis, uma espécie de 25 de Março dos mortos, com o cavalo sendo devorado ao som de “Space Junk“, de Wang Chung.
Se a série manterá seu fôlego, ainda é cedo para dizer, embora uma segunda temporada já esteja garantida pelo canal AMC. No entanto, o episódio inicial pode ser considerado a melhor produção de zumbis desde Terra dos Mortos, último bom filme de zumbis de Romero, e Shaun of the Dead, num retrato ousado e quase fiel ao universo dos quadrinhos, que deveria servir de lição para os mortos que ainda queiram sair de seus caixões daqui pra frente.
Todo mundo sabe que zumbis são atraídos por barulho. Podendo usar, sei lá, um cabo de vassoura quebrado ou um espeto de churrasco no olho do zumbi, pra chegar direto no cérebro, não, estadunidenses sempre vão usar armas de fogo, atraindo zumbis num raio de centenas de metros. Burrice ou o conhecido tesão deles por armas? Ou os dois juntos? Outra coisa, com o mundo se acabando, quase ninguém vivo, a reação natural a um recém-chegado vivo e saudável deveria ser de grande alegria, mas lá na meca do individualismo, a reação é sempre de competição e guerra. Por esses dois fatos, principalmente, acho essa série um lixo.