Santa Claws (1996)

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Santa Claws (1996)
Peitos, Debbie Rochon e John Russo num filme natalino que é um horror!
Santa Claws
Original:Santa Claws / Tis the Season
Ano:1996•País:EUA
Direção:John A. Russo
Roteiro:John A. Russo
Produção:Robert V. Michelucci, John A. Russo, Jack Smith
Elenco:Debbie Rochon, Grant Cramer, John Mowood, Dawn Michelucci, Savannah Calhoun, Marilyn Eastman

Aqui está um filme de terror absolutamente esquecível. Apesar da originalidade do nome (o Claus originário do nome do bom Noel é substituído pela palavra “claws”, que traduzido do inglês significa “garras”), esta produção ficou um tanto distante tanto no elogio ao feriado quanto nos elementos de horror. O filme é escrito e dirigido por John A. Russo, que, junto de George Romero, foi um dos diretores do clássico Night of the Living Dead. Santa Claws também traz como carro-chefe a atriz canadense preferida da Troma, Debbie Rochon, como… bem, como ela mesma. Ela interpreta Raven Quinn, uma Scream Queen que, junto com outras garotas, se prepara para trabalhar em um novo filme que resolve apostar na sensualidade das “rainhas do grito” utilizando-se da temática de um feriado de Natal.

Ao que parece ela acabou chamando a atenção de Wayne (Grant Cramer), um fã obcecado (e muito próximo!) da atriz. O histórico de Wayne traz uma infância traumatizada. Wayne perdeu seu pai quando ainda era muito jovem e nunca se recuperou. Num certo dia o garoto encontra sua mãe transando com um homem vestido de Papai Noel e assassina os dois com a arma do seu pai. Como resultado deste surto edipiano passa a maior parte da infância em um reformatório…

Pelo pequeno release já deu pra notar que a originalidade não foi um dos fortes de John Russo que, ao que parece, optou por encaixar um Papai Noel em uma história já existente com o intuito de encaminhar esta arapuca cinematográfica para exposição em um feriado natalino. Bem, ao menos o atormentado Wayne se parece com um assassino natalino, não é?

Hmmm, não.

Quando o vemos pela primeira vez, Wayne está abrindo um pacote com um busto (não este busto que está pensando e sim um daqueles itens colecionáveis) da atriz. Nesta cena, o reconhecemos como um psicopata não-funcional que cobiça a scream queen. Ele tem todo um altar dedicado a Raven (claramente um tributo ao filme Friday the 13th – Part 2, onde Jason Voorhees reverencia a cabeça decepada de sua mãe). Ao lado do altar está um manequim com todos os apetrechos do maníaco como se ele já preenchesse o cargo de psicopata há alguns anos. No kit está um blusão de inverno, uma toca ninja e como a arma do crime (pasmem!), um pequeno garfo de jardinagem. Numa mudança de tomada vamos então encontrar Raven e descobrimos que ela está distante de seu marido (que trabalha como fotógrafo em outra cidade e, vez ou outra come algumas modelos) e tem duas pequenas filhas pré-adolescentes pra criar. Ela precisa de uma babá enquanto se prepara para encontrar S. William Hinzman, o diretor do filme, interpretado por Bill Hinzman, o primeiro zumbi a aparecer no filme Night of the Living Dead. Pode até ser bobeira minha, mas ao assistir este filme (que não existe com legendas em português, então me perdoem se eu cometer algum deslize) notei certa “carona profissional” utilizada por John A. Russo à respeito de ser um dos cabeças (muitas vezes não creditado!) na produção do clássico zumbi de Romero e isto se torna muito claro quando vemos que todos os camarins do estúdio onde Raven Quinn e as outras scream queens trabalham possuem quadros com os pôsteres do filme Night of the Living Dead. Até o próprio Russo faz uma ponta no filme como um detetive que investiga a morte das garotas.

Santa Claws (1996) (2)

Voltando à história, Raven Quinn precisava de uma babá e com centenas de mulheres pela cidade para contratar ela resolve escolher o vizinho como protetor de suas filhas. A julgar por suas brincadeiras, Raven e o psicopata parecem ser amigos de longa data e de repente, Wayne é um amigo calmo, bom e racional que escuta com atenção todas as picuinhas matrimoniais da atriz.

Bem, é sabido que as barbaridades cometidas pelos filmes B são inúmeras e talvez seja por isso que sejam tão divertidos de assistir, mas cadê o Papai Noel assassino do título? A descrição do IMDB diz o seguinte: “agora pensando que ele é Papai Noel, o homem desenvolve uma obsessão com uma estrela de filmes de terror erótico chamada Raven e começa a persegui-la.“. Hey… algo está errado! Wayne nunca achou que ele era o Papai Noel. Numa passagem muito mal explicada ele resolve se vestir como o bom velhinho apenas para poder entrar disfarçado no estúdio (seu plano é magnífico, pois ninguém iria desconfiar de um Papai Noel com uma fantasia pintada de spray preto!!!!), mas nenhuma referência ao seu trauma de infância é citada desde os primeiros minutos do filme deixando a escolha do assassino Noel um tanto confusa.

Como sempre, Debbie Rochon fez um ótimo trabalho e ela estava tão sexy como sempre. Em certos momentos parecia que ela estava realmente se divertindo ao interpretar uma versão fictícia de si mesma. Mas de resto, todo o elenco soou muito superficial, mas com um roteiro criado como se fosse uma colcha de retalhos eles não tiveram muito o que trabalhar. A trama, como você pode imaginar, é bastante fácil de seguir, mas há buracos e inconsistências na trama que fica realmente difícil chegar ao final deste filme e somente os verdadeiros fãs de bagaceiras teriam coragem de ler os créditos finais desta bagunça.

Como um filme de horror, Santa Claws é um fracasso total, com um assassino cujas motivações são completamente inconsistentes e o restante da película só é motivada por eventuais cenas de nudez. Como um filme de temática comercial natalina também é um tremendo abacaxi e entre tantas outras porcarias lançadas em vídeo esta vai ser uma que você não querer pedir para o Papai Noel.

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Iam Godoy

Escritor, colunista, fotógrafo, libertino, subversivo e um porra-louca sem noção do perigo. Comanda desde 2013 o site Gore Boulevard, antro de clássicos e bagaceiras sangrentas.

2 thoughts on “Santa Claws (1996)

  • 30/09/2014 em 14:57
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    Parece que toda a criatividade do filme se esgotou no trocadilho do título.

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