A Noiva Ensanguentada / A Maldição da Vampira
Original:La Novia Ensangrentada
Ano:1972•País:Espanha Direção:Vicente Aranda Roteiro:Vicente Aranda Produção:Jaime Fernadez-Cid Elenco:Simón Andreu, Maribel Martín, Alexandra Bastedo, Dean Selmier, Ángel Lombarte, Montserrat Julió, Maria-Rosa Rodriguez |
Dentro da vasta produção espanhola do gênero horror podemos acrescentar com todos os méritos esta bela produção. The Blood Spattered Bride é uma adaptação do clássico conto de Sheridan Le Fanu, Carmilla, sobre vampirismo lésbico. Embora não tenha a qualidade e o cuidado de Blood and Roses de Roger Vadim ou a técnica do Vampyr de Carl Theodore Dreyer para esse assunto, The Blood Spattered Bride tem seus méritos e só não se expandiu mais pelo fato de não ter envelhecido o suficiente em comparação com os dois anteriores, mas é um incrível (e bizarro) filme sobre vampiras e sua ação sobre o destino através do sexo.
A sinopse é a seguinte. Após se casar com seu marido, Susan viaja com ele para a sua mansão isolada. O desejo sexual intenso do marido entra em conflito com a repulsa da esposa pelos seus jogos sádicos e fantasias sexuais causando uma série de desentendimentos entre o casal.
Para se desvencilhar do assédio do marido, Susan decide explorar a casa e nota que há somente pinturas de ancestrais masculinos e nenhuma de suas esposas até descobrir que as pinturas são guardadas no porão. Quando ela vê a pintura de Mircalla Karstein, também conhecida como Carmilla, sem o rosto, seu marido explica que Carmilla matou seu marido na lua-de-mel e, portanto, foi banida da família. Durante a noite, Susan tem pesadelos horríveis com Carmilla que mostram assassinatos brutais e sensuais cenas onde está nua nos braços da dama-vampiro.
Pela manhã, o marido de Susan encontra uma estranha mulher, que jazia enterrada nua na praia e a leva para sua casa, descobrindo logo após que ela é a lendária Carmilla e os pesadelos da pobre Susan começam a se tornar realidade por entre as paredes da antiga residência.
O filme é dirigido por Vicente Aranda, que, além de criar uma atmosfera gótica desde a abertura até o sangrento final, também elaborou um script surpreendentemente inteligente, que leva a premissa básica de idade em uma perspectiva totalmente diferente. A história é basicamente configurada como uma metáfora para mulheres descontentes com os seus maridos, e, às vezes, assemelha-se ao padrão do filme I Spit on Your Grave, só que com vampiros.
The Blood Spattered Bride também explora os temas da sexualidade reprimida. No decorrer do filme o espectador se vê preso a um dilema: os aspectos sobrenaturais são apenas alucinações causadas pela frustração sexual da protagonista ou a vampira Mircalla realmente existe? Outro fator muito interessante é a maneira como os quadros aparecem em cada cena, ilustrados como signos de ambiguidade ou como peças do misterioso quebra-cabeças proposto pelo filme assim como a legendária cena da gaiola dos pombos onde o casal transa sob o olhar de uma ninfeta, filha dos caseiros da propriedade.
No geral, uma peça muito interessante e muitas vezes perturbadora do sub-gênero “lesbian vampire“. Os fãs de Jean Rollin irão perceber a grandiosidade desta produção espanhola, já que tem um estilo semelhante ao do diretor, e é tão bom quanto qualquer coisa já produzida do gênero.
Excelente, caro Iam Godoy. Fiz uma edição em DVD desta beleza, para mim.
Se não me engano esse é um dos tantos filmes referenciados pelo Tarantino em sua filmografia! O título desse filme é o quase o mesmo titulo do segundo capítulo de Kill Bill vol. 1!!
*é quase o mesmo…
me interessei muito,tbm irei procura-lo já.
Filme interessante que descobri hoje, vou procurá-lo.
As premissas são bastante interessantes, pontuadas por vários simbolismos dos mais atraentes, como seu texto, Iam, esclareceu.