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Mapa para as Estrelas (2014)

Mapa para as Estrelas
Original:Maps to the Stars
Ano:2014•País:Canadá, EUA, Alemanha, França
Direção:David Cronenberg
Roteiro:Bruce Wagner
Produção:Saïd Ben Saïd, Martin Katz, Michel Merkt
Elenco:Julianne Moore, Mia Wasikowska, Robert Pattinson, John Cusack, Evan Bird, Olivia Williams, Sarah Gadon, Jonathan Watton, Jennifer Gibson, Gord Rand, Justin Kelly, Niamh Wilson, Clara Pasieka

Desde o início do novo milênio o cinema de David Cronenberg vem sendo destratado por espectadores de mentes estreitas. Convencionou-se separar o “velho” Cronenberg, de filmes como A Mosca e Scanners, do “novo” Cronenberg, fase que teria começado em 2005 com o sensacional Marcas da Violência e vem até hoje. Alguns dizem que a nova fase é mais madura e realista, enquanto outros a repudiam, alegando que o diretor se vendeu a Hollywood e perdeu a ousadia que o consagrou com Rei do Horror Venéreo.

Digam o que quiser, a essência dessa divisão parece ser que o “velho” Cronenberg gostava de encher seus filmes de delírios visuais e deformidades enquanto o “novo” se tornou um diretor mais comedido. Essa classificação, além de ser injusta é ignorante, pois não se dá conta de que a essência do cinema de Cronenberg não é a nojeira ou as aberrações. Esquecem-se de que seus filmes sempre foram feito para adultos, ao contrário do que dizem por aí, e não enxergam que películas como Crash – Estranhos Prazeres e Spider – Desafie sua Mente já apontavam para o terreno dos filmes atuais de Cronenberg, sem perder aquilo que faz do canadense um gênio.

Mapa para as Estrelas (2014) (2)

Depois de entregar duas obras pouco acessíveis (mas de excelente qualidade), Um Método Perigoso e Cosmópolis, Cronenberg ataca com Mapa Para as Estrelas, um olhar único sobre a máquina de Hollywood. O roteiro de Bruce Wagner é absurdamente bem amarrado, ao entrelaçar a história de uma prima-donna do cinema (Juliane Moore, no papel de sua vida – o que não é dizer pouco), um terapeuta pouco ortodoxo (John Cusack), um astro mirim (o jovem Evan Bird, notável), uma garota com queimaduras severas (Mia Wasikowska) e um motorista de limusine (Robert Pattison, surpreendente). As suas histórias são mostradas aos poucos, em uma trama que envolve incesto, traições e fantasmas (literais e figurativos) do passado.

A entrega dos atores é completa e absoluta, cada um perfeito no seu papel. O filme não tem pudor de retratar Hollywood como um mundo selvagem e decadente, onde amizades não significam nada, e vale até comemorar morte e destruição, se isso significar conseguir um grande papel. Mapa para as Estrelas já entra na galeria de melhores do ano e, embora precise disputar a tapa um lugar na lista de melhores do diretor, é um atestado claro de que o canadense ainda tem muita bala no pente.

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1 comentário

  1. Não sei, não consegui pensar em outro adjetivo a esse filme a não ser ‘pretencioso’. Ao invés de pensar em um roteiro muito bem amarrado, penso em uma história construída de tal maneira que beira o exagero da teledramaturgia.
    Valeu pelo desconforto e pela visão crua de Hollywood, mas como filme, não daria as quatro estrelas que ele recebeu não…

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