Tubarões da Areia
Original:Sand Sharks
Ano:2011•País:EUA Direção:Mark Atkins Roteiro:Joe Benkis, Cameron Larson Produção:Dana Dubovsky, Anthony Fankhauser, Cameron Larson, Mark L. Lester, Stan Spry, Scott Wheeler, Eric Scott Woods Elenco:Corin Nemec, Brooke Hogan, Vanessa Evigan, Eric Scott Woods, Gina Holden, Robert Pike Daniel, Hilary Cruz, Delpaneaux Wills |
Ok, caso o título não tenha deixado isso bem claro, Sand Sharks é um filme sobre uma rara espécie de tubarões que não vive/ataca na água, mas sim em terra firme! É o tipo de trama absurda e idiota que, nas mãos certas, poderia render um trashão engraçadíssimo, cheio de situações insólitas, mortes criativas, sangue e mulher pelada. Mas veja bem: “nas mãos certas“. Não foi o que aconteceu aqui.
Enquanto eu agonizava vendo essa bobagem, me peguei pensando em inúmeras soluções simples que poderiam ter feito Sand Sharks ficar legal, ou pelo menos divertido. Tipo uma cena em que os policiais gritassem “Entrem na água!” para o pessoal na praia, satirizando o clássico alerta de “Saiam da água!” da franquia Tubarão. Ou mais situações curiosas envolvendo os tubarões que atacam em terra firme, já que estas são completamente sub-aproveitadas – e quando você tem tubarões que atacam em terra firme e não consegue aproveitá-los decentemente, é porque devia estar trabalhando como pedreiro ou atendente de lanchonete.
Pois é assim: Sand Sharks tem uma única piada e não sabe como explorá-la. O primeiro ataque de um tubarão que sai da areia até surpreende o espectador pelo inusitado. Mas e depois? Não tem “depois“: a piada simplesmente é repetida várias e várias vezes até cansar, porque os realizadores não têm capacidade de criar situações interessantes em cima do material! Não basta ter Brooke Hogan, a filha do Hulk Hogan, no papel principal para ser “cult“, tem que oferecer algo diferente ao espectador.
O engraçado é que se você mentalmente trocar “areia” por “água“, vai perceber que Sand Sharks é exatamente igual a qualquer um desses filmes genéricos sobre tubarões assassinos, mudando apenas a ambientação para o lado de cá da praia, mas sem nunca explorar a capacidade de os bichos se locomoverem na areia.
E antes que apareça alguém reclamando que levei o filme muito a sério, esclareço: não levei. A questão aqui é o filme ser divertido, original e de a piada funcionar, ou “não” para tudo isso. Talvez até pudesse funcionar com mais gore, nudez gratuita e essas coisas todas que valorizavam os filmes cretinos com monstros assassinos do passado. Mas não tem nem um peitinho de fora, enquanto o sangue é mantido num nível baixíssimo, com duas ceninhas mais elaboradas na parte final, e os efeitos, claro, são todos produzidos por computação gráfica tosquíssima.
Eu já escrevi que quase todos esses filmes com monstros malucos feitos hoje (esse, Sharktopus, Mega Shark vs Giant Octopus…) ficariam muito melhores como trailers falsos do que como longas, porque a criatividade da ideia maluca não se sustenta por um filme inteiro. É triste, mas os caras que fazem essas bombas não conseguem sequer criar situações legais com tubarões que atacam em terra firme!
Aí eu pergunto: por que será que é tão difícil fazer um novo Piranha 2 – Assassinas Voadoras, ou um novo Humanoids From the Deep nos dias de hoje? Talvez porque os realizadores são muito acomodados e acham que criar um monstro legal, ou ter a filha do Hulk Hogan no elenco, já faz valer o filme inteiro. Não, não faz, e tranqueiras como essa são o melhor argumento para comprovar minha afirmação.