Circle (2015)

3.3
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Circle (2015) (1)

Circle
Original:Circle
Ano:2015•País:EUA
Direção:Aaron Hann, Mario Miscione
Roteiro:Aaron Hann, Mario Miscione
Produção: Justin Bursch, Scott Einbinder, Michael Nardelli, Tim Nardelli, Brent Stiefel
Elenco:Julie Benz, Mercy Malick, Carter Jenkins, Molly Jackson, Michael Nardelli, Sara Sanderson, Kevin Sheridan, Cesar Garcia, Lisa Pelikan, Zachary James Rukavina

Cinquenta pessoas despertam para uma situação inusitada: estão presas a um círculo, sem grandes chances de mobilidade, e, a cada três minutos, devem escolher alguém para morrer. A decisão pode ser feita em conjunto, através de votos pela movimentação das mãos, ou pelo sacrifício, caso você acredite que não mereça estar ali. Essa é a curiosa proposta de Aaron Hann e Mario Miscione, diretores e roteiristas estreantes do thriller de ficção científica Circle, disponível temporariamente no Netflix.

Tramas que envolvem pessoas sendo acordadas para uma realidade estranha sempre atraem a atenção do espectador. Cubo, de Vincenzo Natali, é provavelmente o melhor exemplo da fórmula, com metáforas que permitem uma reflexão sobre a sociedade e a sua busca pela sobrevivência a qualquer custo. São nesses ambientes fechados que a falta de caráter se evidencia, transformando cidadãos comuns em vilões de momento, com o despertar de sua verdadeira natureza. No caso de Circle, a situação é mais evidente já que traz discussões sobre o que deve ser valorizado ou qual a importância de cada um para a evolução da sociedade.

Circle (2015) (2)

Aqueles que tentam justificar sua utilidade se tornam foco para uma possível eliminação, enquanto alguns tentam criar regras para se manter vivo como a de começar a eliminar os mais velhos primeiro “pois já viveram bastante“. Para sobreviver vale até considerar a morte de uma criança e uma mulher grávida para que todos tenham a mesma chance, isso sem falar naqueles que se unem através de mentiras e evidenciam seus preconceitos: “Todos votam no cara negro“; ou na justificativa para eliminar uma lésbica, um deficiente físico, uma suposta atriz pornô, um casal de amantes e até aquela que diz ter vencido o câncer.

A mini-sociedade que se estabelece não sabe se valoriza o soldado, a que participa de ONGs, o policial ou o executivo, mas não pensa duas vezes em aceitar o sacrifício de um adolescente. Quando duas pessoas alcançam o mesmo número de votos inicia-se uma nova berlinda, uma espécie de mata-mata, como se os envolvidos fossem passíveis de serem brevemente descartados.

Mas, como foram parar ali? Teste do governo, influência alienígena ou simplesmente para satisfazer o prazer de milionários? Para aqueles que consideram importante, o final vai além de uma tela branca e o surgimento dos créditos, mostrando mais do que precisava. Algumas dúvidas não serão sanadas – e nem poderiam -, mas eu não me espantaria se uma continuação fosse realizada nos mesmos moldes futuramente. Um filme que, para alguns, pode soar descartável, Circle permite reflexões e isso mais do que suficiente para que tenha um voto de confiança.

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Média da classificação 3.3 / 5. Número de votos: 11

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

10 thoughts on “Circle (2015)

  • 12/01/2023 em 06:37
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    Filme trás reflexões interessantes, discussões acerca do comportamento humano e seus vícios, pecados, virtudes e méritos. Embora seja filmado quase que em sua totalidade num único ambiente, não chega a ser monótono.

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  • 30/09/2019 em 10:43
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    Realmente um ótimo filme, a crueldade do ser humano é mostrada de forma nua e crua quando se trata da própria sobrevivência.

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    • 03/04/2020 em 13:38
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      O filme é muito inovador, traz uma dinâmica tensa, mas o final foi meio forçado, como é que a mulher e meninas não escolhem o cara mas enfim não fazia nenhuma diferença, a gente sabia que só 1 ia sobreviver. No meio do filme eu ficava torcendo pra que matassem os que eu não gostava kkk.

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  • 07/10/2017 em 18:36
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    Bom filme! Um pouco longo demais, mas vale muito a pena. Recomendado!

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  • 16/01/2017 em 00:29
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    Bom filme.

    Os personagens são jogados dentro da trama e face de cada um vai se mostrando ao longo do filme.

    Um filme cruel.

    Indicado.

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  • 01/12/2016 em 10:19
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    Excelente. A meu ver bebe muito da fonte de Cubo e Jogos Mortais mas é um fime que vale muito a pena

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  • 07/01/2016 em 19:51
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    A tempos eu procurava um filme como este, me lembrou bastante Cubo. Filme é bem reflexivo e muito inteligente, o final apesar de não explicar não faz o filme ser ruim pois a mensagem do filme fala mais alto.

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  • 27/12/2015 em 14:37
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    Vi recentemente e gostei. Traz boas reflexões e é um bom passatempo. O final deixa muitas perguntas sem respostas, mas tbm não te faz ter a impressão de perda de tempo, já que mostra o necessário para pelo menos justificar todo o acontecido. Vale conferir.

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