Viral
Original:Viral
Ano:2016•País:EUA Direção:Henry Joost, Ariel Schulman Roteiro:Christopher Landon, Barbara Marshall Produção:Jason Blum, Sherryl Clark Elenco:Sofia Black-D'Elia, Analeigh Tipton, Travis Tope, Michael Kelly, Machine Gun Kelly, John Cothran, Stoney Westmoreland, Linzie Gray |
Mais um filme do subgênero “zumbis” ou “pessoas infectadas“, daqueles que ocupam várias prateleiras de um mesmo estilo e você não entende porque ainda continuam fazendo. “Talvez seja porque as pessoas continuam assistindo“, você poderia dizer! Mesmo com tantas produções similares e que se confundem pela estrutura parecida, o que pode atrair olhares curiosos é o modo de realização. Se for bem feito, com grandes cenas de tensão e uma sensação incômoda de claustrofobia, pode até ser que você se divirta. Personagens carismáticos e profundos, uma direção correta e um enredo que busca, pelo menos, caminhos alternativos na rota conhecida já são suficientes para 90 minutos de entretenimento rasteiro. Pode não ocupar algum lugar na sua lista dos melhores do ano, mas também não precisa incomodar, despertando a vontade de recuperar o tempo perdido.
Viral segue a linha fast-food do gênero. Uma produção que não busca o ineditismo, nem pretende ir além do que se espera, apenas uma maneira de manter o espectador sentado na poltrona sem se chatear. Até consegue não incomodar tanto quanto podia se imaginar, mas não deve permanecer na memória por muito tempo. Ele é co-dirigido por Henry Joost e Ariel Schulman, ambos de Atividade Paranormal 4, 2012, e traz basicamente o início de uma invasão zumbi, disfarçada de infecção causada por um estranho parasita.
No enredo, a tímida Emma Drakeford (Sofia Black-D’Elia, de Projeto Almanaque, 2015) acaba de se mudar de Berkeley para a pequena Shadow Canyon, em companhia do pai Michael (Michael Kelly, de Everest, 2015) e da irmã revoltada Stacey (Analeigh Tipton, de Lucy, 2014). Ainda se habituando ao novo universo escolar, mesmo tendo o pai como professor de Biologia, ela faz amizade com Gracie (Linzie Gray) e começa a se sentir atraída por Evan (Travis Tope). Diferente da “atirada” irmã, que já começa a se relacionar com CJ (Machine Gun Kelly) nos primeiros dias, ela aos poucos vai se aproximando do pretendente, enquanto na TV e nas salas de aulas se discute um estranho parasita que está modificando o comportamento das pessoas pelo mundo, fazendo com que hajam com violência e sem controle emocional.
Gracie, cujos pais acabaram de retornar de uma viagem a São Francisco, passa mal durante uma aula, e vomita sangue em um outro aluno. Como consequência, aulas são suspensas e a pequena cidade entra em quarentena no exato momento em que o pai está fora dos limites. Com apenas a irmã e os amigos, tendo a presença opressora de militares pelas ruas em investidas médicas e policiamento, eles tentam sobreviver ao “apocalipse zumbi“, sem imaginar que os problemas estão mais próximos do que eles imaginam, principalmente quando decidem participar de uma festa adolescente.
Só pela descrição acima, nota-se influência de inúmeras produções, de Prova Final e Cooties – A Epidemia (ambiente adolescente) a Dia dos Mortos e Extermínio (opressão militar). E quem acompanhou a segunda temporada de Fear the Walking Dead vai encontrar ainda mais similaridades, desde o uso do telhado para observação do movimento, a cidade pequena isolada pela quarentena até aqueles que abrigam infectados. Não há realmente nada novo até mesmo na concepção dos “zumbis“, com olhos avermelhados devido a um verme que se alojou no corpo e passou a controlar o cérebro (A Noite dos Arrepios). Aliás, há até uma referência a esse clássico dos anos 80 no papel do menino que usa muletas e é chamado CJ – no filme de 1986, havia um JC nas mesmas condições.
E se as personagens não são carismáticas o suficiente para que você se importe com elas, Viral tenta pelo menos despertar uma sensação constante de claustrofobia. Há, é claro, algumas bobagens no enredo co-escrito por Christopher Landon (de vários filmes da franquia Atividade Paranormal) e Barbara Marshall, como quando Emma tenta realizar uma cirurgia para salvar alguém, mesmo não imaginando que isso já deve ter sido feito pelos médicos centenas de vezes pelo mundo, já que seria a primeira atitude a se tomar na extração de um parasita. Aliás, por que o filme se chama Viral se a infecção não se alastra por um vírus?
Razoável em sua realização, Viral pode divertir os menos exigentes ou aqueles que já foram dominados por algum parasita controlador de suas emoções.