A Forca Ato II (2019)

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A Forca Ato II
Original:The Gallows Act II
Ano:2019•País:EUA
Direção:Travis Cluff, Chris Lofing
Roteiro:Travis Cluff, Chris Lofing
Produção:Jason Blum, Guymon Casady, Travis Cluff, Benjamin Forkner, Chris Lofing, Dean Schnider
Elenco:Ema Horvath, Chris Milligan, Brittany Falardeau, Pfeifer Brown, Erika Miranda, Jener Dasilva, Jono Cota

A despeito de todo investimento na campanha de marketing com a brincadeira do “Charlie Charlie“, e que não serviu para divulgar o filme, uma vez que o público não soube associar as duas coisas, a verdade é que A Forca se revelou um dos piores lançamentos de 2015, além de um péssimo exemplar do desgastado subgênero dos found footages. Mesmo com um enredo bobo sobre uma maldição escolar e efeitos sonoros exagerados na movimentação do carrasco, ainda houve crítico que teve o atrevimento de compará-lo ao cult oitentista Clube dos Cinco. Absurdo maior é entender a razão que permitiu a realização de uma continuação, como se o tema tivesse algo a mais para contar sobre a assombração vingativa.

Se existe uma boa nova nesse segundo filme, pode-se dizer que é a escolha do formato tradicional, abandonando a tremida câmera em primeira pessoa e a clichezada intenção de investigar novamente a velha lenda. O recurso só é resgatado no prólogo, durante uma brincadeira entre jovens no contato com o sobrenatural, resultando em coisas saltando em direção a tela e as primeiras vítimas. É apresentada, então, a protagonista da vez, a esforçada espirante a atriz Auna (Ema Horvath), que se muda para uma escola visando oportunidades no teatro.

Com um canal no youtube pouco visado, ela recebe o contato de um anônimo que sugere que ela trabalhe a leitura da peça A Forca, um assunto relevante para atrair seguidores. Ela não apenas consegue chamar a atenção, como também seu monólogo na aula de teatro torna-se um verdadeiro sucesso. Contudo, ao lado do affair Cade Parker (Chris Milligan) e de sua irmã Lisa (Brittany Falardeau), ela aos poucos percebe que despertou uma maldição, que trará um terror crescente e um possível desfecho trágico. Assim, o que se vê são cenas de exagero sonoro na base de jumpscares – eram comuns no primeiro filme e parece ser um dos interesses dos diretores Travis Cluff e Chris Lofing.

Como é comum e irritante em muitas produções do estilo, nesta o inimigo sobrenatural também aparece mais para o infernauta do que para os personagens. Aquela aparição atrás, somente para trazer alguma tensão para quem está assistindo, não serve ao enredo. E A Forca Ato II opta concentrar boa parte da sua vontade de assustar na sequência final, com a tentativa de apresentar uma surpresa através de uma conspiração religiosa, quando a paciência do público já está no limite. Pode-se elogiar a intenção conduzir a obra a uma atmosfera pessimista, que remete à franquia Atividade Paranormal, algo que pelo menos impede o longa de ter uma avaliação ainda mais próxima do zero.

A Forca Ato II é uma tragédia como filme de terror, que consegue ser, com pouco esforço, pior do que o primeiro. É como assistir a uma peça interminável e mal encenada, com atores amadores, para simplesmente descobrir que alguém achou que devia ter uma continuação.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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