3.5
(2)

A Viúva das Sombras
Original:Vdova
Ano:2020•País:Rússia
Direção:Ivan Minin
Roteiro:Natalya Dubovaya, Ivan Kapitonov
Produção:Ivan Kapitonov, Svyatoslav Podgaevskiy, Vadim Vereshchagin, Aleksandr Yemelyanov
Elenco:Viktotiya Potemina, Anastasiya Gribova, Margarita Bychkova, Ilya Agapov, Aleksey Aniskin, Konstantin Nesterenko, Oleg Chugunov

Em 14 de outubro de 2017, uma equipe de resgate adentrou as matas densas e escuras de uma floresta ao norte de St. Petersburg em busca de uma criança desaparecida, e descobriu uma entidade maligna que ronda o local e é conhecida como A Viúva Manca (ou Viúva das Sombras, pelo título nacional). Além do grupo, ainda em fase de treinamento, eles são acompanhados pela jornalista Kristina (Anastasiya Gribova), que está realizando uma reportagem sobre a rotina deles de salvamento em lugares de difícil acesso como uma caverna, apresentada no começo. Como se percebe nessa breve descrição, há em A Viúva das Sombras pouca originalidade, mesclando filmes como [Rec] (2007) e A Bruxa de Blair (1999), embora não utilize como recurso as técnicas de found footage e dos falsos documentários. Mas, o começo chega a assustar…

No prólogo, são mostrados os depoimentos de duas senhoras que conheceram pessoas ou tiveram contato com a tal lenda macabra. Você até fica temeroso com a possibilidade de estar diante de mais um mockumentary, ainda mais quando desponta o letreiro informando que “anualmente, mais de 300 pessoas desaparecem nas florestas ao norte da região de Leningrad“. E se você pesquisar a respeito, existe até uma história “real” por trás, sobre uma tal equipe de resgate que teria desaparecido em 2017, embora essas informações só apareçam em sites de terror, sem vínculo com algum fato. Contudo, em menos de cinco minutos, a câmera subjetiva é abandonada, e você tem a possibilidade de experimentar como seria os tais filmes-referência, se tivessem apostado nas filmagens tradicionais.

Assim que finalizam o treinamento e estão prestes a abandonar a região, o grupo é avisado sobre duas crianças que teriam entrado na floresta, mas apenas uma retornara bastante desorientada. Eles seguem então as duas principais regras de salvamento: 1. Ninguém nunca é deixado para trás; 2. Quando se encontra uma pessoa ferida, você deve proceder o resgate antes de buscar a próxima. O carro se aproxima do local informado, e a equipe avança pela mata sombria, chamando pelo garoto desaparecido. Porém, encontram uma mulher, presa em uma armação de palha, completamente nua e com dificuldade de comunicação. É ela que, depois de levada ao carro de resgate, contará aos bombeiros a respeito de uma viúva que teria sido violentada na mata, tendo as pernas quebradas, anunciando que o Mal não permitirá que eles saiam dali.

Quando eles tentam levá-la ao hospital com a pretensão de retornar para buscar o garoto, a floresta começa a dar sinais de que a saída dali não será tão fácil. Logo, eles irão se separar na região, e logo a entidade passará a possui-los, e também os conduzirá a ações de desorientação. Em dado momento, ao seguir alguém que parece ser do grupo, a líder Vika (Viktotiya Potemina) encontra a “casa da Bruxa de Blair” e até mesmo o rapaz que ela perseguia é visto de costas, lembrando a cena final e antológica do filme de Eduardo Sánchez e Daniel Myrick. Se isso não fosse uma comprovação da falta de inspiração suficiente, ainda há uma sequência em que os sobreviventes estão caminhando pela floresta e passam a escutar os gritos de dor de um desaparecido, clamando por ajuda, mas sem explorar a escuridão e a sensação de abandono do longa de 1999.

Se a possibilidade de que saia algo bom venha pelo fato de ser um terror russo – e você se lembra de A Noiva e do clássico Viy – Espírito do Mal -, ela cai por terra quando se descobre que os roteiristas, Natalya Dubovaya e Ivan Kapitonov, à exceção do diretor Ivan Minin, são os mesmo que fizeram o fraco terror A Sereia: Lago dos Mortos. Tiveram um envolvimento também com Dark Spell e Baba Yaga: Terror of the Dark Forest, mas ainda não conferi essas produções. Assim como em A Sereia, há uma boa fotografia e direção, mas os efeitos digitais estão ali presentes para dificultar ainda mais qualquer perspectiva animadora. E se espera uma cena angustiante envolvendo a viúva perseguindo alguém com as pernas quebradas, irá se decepcionar. O longa irá terminar sem que exista um clímax assustador!

Lançado nos cinemas às vésperas de seu fechamento novamente pela pandemia, A Viúva das Sombras talvez fosse mais bem aceito, se realizado na década de 90, antes da lenda da bruxa de Maryland. Com toda a bagagem de produções de horror que vieram depois, desponta como uma apanhado de clichês, que não assusta e muito menos empolga.

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