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A Noiva
Original:Nevesta / Hebecta
Ano:2017•País:Rússia
Direção:Svyatoslav Podgaevskiy
Roteiro:Svyatoslav Podgaevskiy
Produção:Zaur Bolotaev, Dmitriy Litvinov, Vladislav Severtsev
Elenco:Victoria Agalakova, Vyacheslav Chepurchenko, Aleksandra Rebenok, Igor Khripunov, Natalia Grinshpun, Valeriya Dmitrieva, Matt Fowler

Da Rússia. Essa informação sobre o país de origem do filme A Noiva já é mais do que suficiente para você reservar um tempo para assisti-lo. É possível imaginar uma produção que, no mínimo, fuja dos clichês do cinema de Hollywood e ainda traga um interessante contexto cultural. Apesar da alta expectativa, tendo como lembrança obras como o clássico Viy – Espírito do Mal, de 1967, inspirado em Nikolai Gogol, o longa de Svyatoslav Podgaevskiy passou distante de se tornar inesquecível, embora possua uma atmosfera macabra em um enredo que mistura assombração com maldição.

Com uma passagem pelo Festival de Sitges, na Sessão Panorama Fantástico, com reviews alternadas, A Noiva tem um começo absolutamente arrepiante. No século XIX, havia o costume tétrico de fotografar os mortos, seja apenas por um último registro ou com a intenção de preservar a alma dos mortos. Tal processo, visto em produções fantásticas como Os Outros e Evocando Espíritos, é um hábito comum do fotógrafo Barin (Igor Khripunov), que tem um momento de desconforto ao tentar tirar uma foto de sua esposa morta, cujo pescoço não se mantém na posição deixada – algo que se soma ao olhar congelado. No enterro dela, ele utiliza uma jovem virgem do vilarejo para um ritual de ressurreição, e obtém êxito, mesmo que o resultado não traga a satisfação da retornada.

Duzentos anos se passam – o que já traz um lamento para o que havia sido mostrado -, e Nastya (Victoria Agalakova) finalmente realiza o sonho de se casar com o homem de sua vida, Vanya (Vyacheslav Chepurchenko). Após a realização da cerimônia civil, o casal viaja até o vilarejo de infância do marido para que ela seja apresentada a sua família. Lá ela conhece pessoas aparentemente amistosas, como a irmã dele, Liza (Aleksandra Rebenok), empregados da residência e algumas crianças. Aos poucos, ela começa a perceber que o local traz a maldição de uma mulher que se esconde nas sombras, apenas aguardando o momento de retornar no corpo de uma nova virgem.

Com o desaparecimento de Vanya, Nastya até tentará se esquivar de seu destino, mas terá que resistir ao povoado e à ameaça sobrenatural. Talvez a solução esteja no comportamento das crianças ou na possibilidade de aceitar esse fardo, até encontrar maneiras de escapar dali para não ter sua alma apagada e seu corpo habitado pela assustadora “noiva“.

Nota-se pelo resumo do enredo que o longa não traz tanta inovação assim. A ideia de um fantasma de uma mulher às redondezas de uma casa antiga remete à várias produções, como a franquia A Mulher de Preto; assim como a intenção de permitir a possessão de um corpo através de um ritual, visando a ressurreição de alguém, teve um conceito bem desenvolvido em A Chave Mestra. Além disso, A Noiva carrega os clichês do gênero de produções que sempre trazem fugas dificultadas, moradores hostis e uma presença maligna no ambiente. E a solução encontrada pelo enredo de Svyatoslav Podgaevskiy para auxiliar a protagonista soa extremamente ingênuo, com muitas possibilidades de dar errado.

A caracterização da Noiva e alguns sustos bem feitos podem agradar os fãs de horror, assim como a fotografia belíssima de Ivan Burlakov e a atmosfera bem trabalhada, lembrando os antigos filmes góticos da Hammer. O elenco também é muito bom, principalmente Aleksandra Rebenok, que permite que sua personagem seja bastante amarga e incômoda, associada a uma sensação depressiva constante. Algumas boas cenas de tensão e claustrofobia contribuem para que o filme não chateie o infernauta, podendo ser indicada para aqueles que apreciam uma boa história de fantasmas.

Com o sucesso da bilheteria russa, como era de se esperar A Noiva já faz parte dos planos de Hollywood de produzir uma refilmagem. É provável que o interesse exista pela similaridade entre essa produção e muito do que já foi feito nos Estados Unidos. É a Rússia se rendendo ao cinema americano, e este devolvendo a inspiração através de uma nova versão!

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6 Comentários

  1. Gostei desse filme e discordo de todas as críticas que li na internet sobre ele. ‘Desceram o pau’ sem a menor necessidade. Os primeiros 15 minutos são excelentes e nos dão a impressão de que veremos uma coisa foda focada na questão folclórica das fotos sinistras com defuntos e tal, só que essa premissa inicial, infelizmente, foi só utilizada pelo roteiro para justificar a existência de uma maldição nos tempos atuais. Foi aí que o filme pecou. Faltaram mais elementos narrativos para enfatizarem a boa alegoria inicial e isso transformou o filme em mais uma saga genérica de sobrevivência da mocinha em perigo tentando desesperadamente escapar de um ritual qualquer. Tinha tudo pra surpreender, mas preferiram apostar no ‘mais do mesmo hollywoodiano’ e vacilaram. Agora, é, ainda assim, um bom filme, tem um bom clima de terror, dá sustos e causa desconfortos em algumas cenas. Tecnicamente é competente, tem uma fotografia e direção de arte excelentes e a atuação da Aleksandra Rebenok é muito boa, causando desconforto em vermos a personagem dela em todas cenas. A direção do filme é que é um tanto arrastada e cansativa, mas não o suficiente para estragá-lo, na minha opinião. No geral, gostei do que assisti e agradará à muitos fãs de filmes clássicos de terror americanos.

  2. Esse filme é mais arrastado do que a minha vida,espero que o remake seja melhor

  3. a cena inicial das tentativas frustadas do cara de fotografar a defunta parecem de comédia pastelão , kkkkkkk

  4. Caprichada? kkkk os 5 primeiros minutos eu concordo que são bem feitos, mas o resto parece que pertence a outro filme e um beeeem ruim.

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