Trancers: City of Lost Angels
Original:Trancers: City of Lost Angels
Ano:1988•País:EUA Direção:Charles Band Roteiro:Danny Bilson, Paul De Meo Produção:Charles Band Elenco:Tim Thomerson, Alyson Croft, Helen Hunt, Art LaFleur, Telma Hopkins, Grace Zabriskie, Velvet Rhodes |
A franquia Trancers, com o tira do futuro Jack Deth (Tim Thomerson), “esconde” uma continuação oficial do primeiro filme. Quem acompanhou todas as críticas sobre a cinessérie, postadas nas últimas semanas aqui no Boca do Inferno, sabe que, após o primeiro filme, Trancers: O Tira do Futuro, e antes de O Tira do Futuro (Trancers 2), lançado em 1991, foi realizado um curta-metragem para compor a antologia Pulse Pounders (1988), intitulado Trancers: City of Lost Angels. Com a queda da produtora Empire, os segmentos – The Evil Clergyman, Dungeonmaster também compunham o material – foram considerados perdidos por mais de vinte anos até 2012, quando Charles Band disse ter conseguido recuperá-los. Disponível no sistema de streaming da Full Moon e também no Blu-Ray, lançado em 2013, vale a pena conhecer essa produção obscura que traz uma divertida aventura de Jack com pouco mais de vinte minutos de duração.
Começa no futuro, em 2352, com o agente McNulty (Art LaFleur) transferindo de prisão a perigosa trancer Edlin Shock (Velvet Rhodes). Apesar da “segurança máxima“, ela consegue escapar e alcança o local de viagens temporais, sob os cuidados de Raines (Telma Hopkins), indo atrás de Jack em 1986. McNulty resolve também fazer a viagem, consciente de que a assassina pode estar no corpo de qualquer pessoa, e precisa alertar Jack. Em 1986, o herói está tendo problemas de convivência com Leena (Helen Hunt), que não aguenta mais morar com alguém que não faz absolutamente nada, aproveitando a boa vida dos anos 80 assistindo a filmes noir, enquanto sua agência de detetives anda mal das pernas e ele não consegue nem sequer ajudar com as contas de casa.
Assim que Leena sai de casa, ele recebe a visita de McNulty na pele de uma adolescente de quinze anos (Alyson Croft), querendo levar Jack de volta ao futuro. Ele se recusa, enquanto mais dois personagens aparecem para confundir o herói podendo ser a tal Edin: um rapaz que está consertando o telhado e uma mulher que pede ajuda de Jack. Logo acontecerá a revelação, e o confronto será inevitável, tanto no passado quanto no futuro, mostrando uma leve ameaça, sem toda a bagagem de assassina perigosa como fora mostrado no começo.
Trata-se de uma produção fast food, mas que tem seu charme por levar o espectador às aventuras originais com o personagem, antes dele ir para a Idade Média alternativa ou ter uma filha. Jack mantém suas características machistas, com frases de efeito, humor sarcástico e sem todo o heroísmo que envolve a fama de seu personagem. O filme serve bem como um curta, rápido, indo direto ao que interessa, resgatando o estilo de produções futuristas, e ainda conta com a presença sempre marcante de Helen Hunt antes da fama.
Depois deste, a franquia também é composta por O Tira do Futuro (Trancers II, 1991), A Luta pela Sobrevivência (Trancers III,1992), Fome de Sangue (Trancers IV, 1994), A Volta para Casa (Trancers V, 1994) e o péssimo Trancers 6, de 2002, o único a não contar com Tim Thomerson no elenco. À exceção do último, vale a pena ir atrás dessas produções de ficção científica baratas, feitas no quintal de Charles Band.