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A Mosca da Cabeça Branca
Original:The Fly
Ano:1958•País:EUA
Direção:Kurt Neumann
Roteiro:George Langelaan, James Clavell
Produção:Kurt Neumann, Robert L. Lippert
Elenco:David Hedison, Patricia Owens, Vincent Price, Herbert Marshall, Kathleen Freeman, Betty Lou Gerson, Charles Herbert

A Mosca” é um conto de Ficção Científica com elementos de Horror escrito pelo francês George Langelaan e publicado na edição de Junho de 1957 da revista americana “Playboy”. No ano seguinte, a ótima história, com grande potencial para o cinema, transformou-se no filme A Mosca da Cabeça Branca (The Fly), produzido e dirigido pelo alemão Kurt Neumann (1908/1958), de Da Terra à Lua (1950) e Kronos, o Monstro do Espaço (1957). No elenco, temos o ícone Vincent Price num papel coadjuvante, e David Hedison como o protagonista, ele que esteve em O Mundo Perdido (1960) e cujo rosto é mais conhecido pelo papel do Capitão Lee Crane, da série de TV “Viagem ao Fundo do Mar” (1964/1968).

Quanto mais eu sei, mais eu tenho certeza que sei tão pouco. O eterno paradoxo.

– frase do “cientista louco” Andre Delambre num momento de reflexão sobre seus avanços científicos

A história é ambientada na cidade canadense de Montreal, onde o cientista Andre Delambre (David Hedison) faz experiências com teletransporte de matéria. Casado com a bela Helene (a canadense Patricia Owens) e pai do pequeno Phillipe (Charles Herbert), ele também é sócio de seu irmão François (Vincent Price) numa bem sucedida empresa de eletrônica. Obcecado por seu trabalho na pesquisa científica para o bem da humanidade, ele não mede esforços para conseguir seus objetivos, fazendo testes de desintegração de objetos e cobaias vivas (sua gata de estimação e um porquinho da índia) numa cabine especial, com seus átomos viajando na velocidade da luz pelo tempo e espaço até se reintegrarem novamente em outro local. Porém, após a ocorrência de um acidente no qual ele próprio decidiu ser a cobaia da experiência, seu corpo misturou-se ao de uma mosca intrusa na câmara de teletransporte. Como resultado desastroso, o cientista transformou-se num monstro, cuja cabeça e braço esquerdo eram de uma mosca, e o inseto fugiu com cabeça e braço humanos. Para tentar reverter o processo, ele pede para sua esposa e filho tentarem capturar a “mosca da cabeça branca”, antes que ele pudesse perder a sanidade e o resto de sua humanidade pela influência da mosca em seu corpo. Paralelamente, a polícia, sob a liderança do Inspetor Charas (o inglês Herbert Marshall), investiga os mistérios e eventos sinistros envolvendo o cientista e seu trabalho pioneiro de teletransporte.

O filme é um clássico dos saudosos anos 50 do século passado, abordando as temáticas de “cientista louco” e “homem transformado em monstro”. Faz parte de um período fértil com centenas de filmes divertidos do cinema fantástico, muitos deles produzidos com orçamentos baixos e roteiros exagerados na fantasia, com características bagaceiras que justamente despertam o interesse dos apreciadores do estilo. O laboratório do “cientista louco” possui todos aqueles aparelhos sofisticados da época, repletos de luzes piscando, botões e mostradores analógicos, num período turbulento em que a humanidade convivia com a paranoia nuclear da Guerra Fria, com a preocupação e medo da destruição do planeta e das consequências de atos equivocados com o avanço da tecnologia, dos aparelhos eletrônicos, foguetes, satélites espaciais e voos supersônicos.

A Mosca da Cabeça Branca (1958)

Foi criada uma franquia dentro desse interessante universo ficcional, inicialmente com uma trilogia composta pelo original de 1958 e outras duas sequências com fotografia em preto e branco, O Monstro de Mil Olhos (Return of the Fly, 1959), e A Maldição da Mosca (Curse of the Fly, 1965). Cerca de vinte anos depois, o cineasta David Cronenberg retomou o assunto e lançou a refilmagem A Mosca (The Fly, 1986), com horror gráfico e mortes sangrentas em ótimos efeitos especiais, e que foi seguido por A Mosca II (The Fly II, 1989), de qualidade bem inferior. A Mosca da Cabeça Branca foi lançado em DVD no Brasil pela “Fox”, com a opção de exibição do filme com a dublagem em português da época em que foi exibido na televisão. Na parte de materiais extras, temos apenas os trailers sem legendas do próprio filme e também da refilmagem de 1986, sua continuação de 1989, e do clássico de FC Viagem Fantástica (Fantastic Voyage, 1966).

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