O Beco do Pesadelo
Original:Nightmare Alley
Ano:2021•País:EUA, México, Canadá Direção:Guillermo del Toro Roteiro:Guillermo del Toro, Kim Morgan, William Lindsay Gresham Produção:Bradley Cooper, J. Miles Dale, Guillermo del Toro Elenco:Bradley Cooper, Cate Blanchett, Willem Dafoe, Richard Jenkins, Rooney Mara, Ron Perlman, Mary Steenburgen, David Strathairn, Mark Povinelli, Peter MacNeill, Holt McCallany, Paul Anderson, Lara Jean Chorostecki, Jim Beaver |
Pegue o elenco dos sonhos de qualquer cineasta americano, uma produção requintada, um roteiro bem acabado e uma direção inspirada, misture tudo e tenha ao final um clássico cinematográfico!!! Quem dera existisse uma fórmula de sucesso para se fazer obras primas. Pode-se ter talento, competência, grana… mas mesmo assim o produto final ficar aquém do esperado.
Bem, esse é o caso de O Beco do Pesadelo. Dirigido pelo sempre habilidoso e imaginativo Guillermo Del Toro, com um elenco de estrelas e excelentes atores (Bradley Cooper, Toni Collette, Willem Dafoe, Ron Perlman, Cate Blanchett, David Strathairn, Rooney Mara e Richard Jenkins, para ficar nos principais), baseado no ótimo romance de William Lindsay Gresham e com uma produção de cair o queixo. Contudo, o que deveria ser memorável tornou-se apenas um filme pouco acima de bom, o que era para ser um espetáculo tornou-se um show agradável, que infelizmente não cola na retina como deveria.
No entanto, trata-se de um filme digno e poucos ficarão decepcionados com o produto final, mas faltou ao cineasta imprimir um tom mais trágico em união ao desenvolvimento cadenciado de fábula, a exemplo do extraordinário O Labirinto do Fauno (2006), indubitavelmente meu filme preferido do Del Toro.
O enredo acompanha um jovem ambicioso com um passado nebuloso que se junta a uma trupe itinerante de um circo. A primeira hora mostra seu convívio e aprendizado na arte de iludir e enganar as pessoas, enquanto a segunda parte do longa mostra seu sucesso e a parceria com uma psicóloga para aplicar um grande golpe.
É fácil de gostar e de acompanhar o filme, os atores estão todos impecáveis e em cada fotograma se percebe o esmero da produção. Mas para envolver mesmo, fisgar o coração e jogar o espectador no redemoinho de crime, ganância e luxúria, faltou um cineasta mais pé no chão e, de novo, com um senso de tragédia mais aprumado… Sempre brinco com essas coisas, mas imaginei como seria diferente se o material fosse filmado, por exemplo, sob a batuta de cineastas como Fernando Meirelles, do aclamado Cidade de Deus (2002) ou Antonio Campos, do subestimado O Diabo de Cada Dia (2020). Aí sim acho que poderíamos sonhar com um clássico…
Mesmo com esses pontos de melhoria, o longa está acima da média das produções do gênero e vale a pena ver. Está no Star+ e também para locação.