4.1
(15)

Infinity Pool
Original:Infinity Pool
Ano:2023•País:Canadá, Hungria, Croácia
Direção:Brandon Cronenberg
Roteiro:Brandon Cronenberg
Produção:Andrew Cividino, Rob Cotterill, Jonathan Halperyn, Karen Harnisch, Anita Juka, Daniel Kresmery, Christina Piovesan, Noah Segal
Elenco:Alexander Skarsgård, Mia Goth, Cleopatra Coleman, Jalil Lespert, Amanda Brugel, John Ralston, Jeffrey Ricketts, Caroline Boulton, Thomas Kretschmann

Infinity Pool, o terceiro e mais novo longa-metragem do diretor e roteirista canadense Brandon Cronenberg, consegue ser uma obra cinematográfica selvagem e insana, ao mesmo tempo em que faz uma crítica social à elite que busca o prazer acima de tudo, sem medir suas consequências.

James Foster (Alexander Skarsgård), um escritor inseguro e sem muita credibilidade, é casado com Em (Cleopatra Coleman), a filha do dono de uma editora famosa, que aparentemente gosta de se relacionar com homens que seu pai não aprova. O casal decide passar as férias em um luxuoso resort all inclusive na fictícia ilha paradisíaca de La Tolqa. Tudo parece ir bem até que os dois conhecem o casal formado por Gabi (Mia Goth) e Alban Bauer (Jalil Lespert).

Ao retornarem de um dia de praia fora das dependências do resort, James – que dirigia o carro de Alban – acaba atropelando e matando um fazendeiro local. Visivelmente abalados pelo acidente, James e Em são convencidos pelos novos amigos a não avisarem a polícia, alertando-os sobre como as leis de La Tolqa são rigorosas para crimes como este. Logo na manhã do dia seguinte, James acaba sendo descoberto e é levado pelas autoridades do país para conhecer sua sentença: a pena de morte que deve ser executada pelo primogênito da vítima.

Entretanto, La Tolqa apresenta uma alternativa inusitada para casos como o de James. Caso o culpado tenha dinheiro suficiente, ele poderá optar por ser clonado por uma misteriosa técnica desenvolvida na ilha e assistir à sua “cópia” ser executada em seu lugar.

Teoricamente, o problema estava resolvido, mas James acaba se envolvendo cada vez mais com o casal Bauer e seus amigos, um grupo de milionários excêntricos que encontraram em La Tolqa o ambiente ideal para externalizarem seus desejos mais bárbaros antes de voltarem para vidas normais e fúteis.

Brandon Cronenberg é conhecido pelos seus trabalhos anteriores, Antiviral (2012) e Possessor (2020), mas também por ser filho do renomado cineasta David Cronenberg. Responsável por clássicos com Calafrios (1975), Scanners – Sua Mente Pode Destruir (1981) e Videodrome – A Síndrome do Vídeo (1983), David é considerado um dos principais nomes do body horror, subgênero que abusa de cenas com violações do corpo humano, como mutilações, doenças e mutações. Definitivamente, Brandon está fazendo um bom trabalho em dar continuidade ao legado de seu pai.

O ponto alto do filme para mim é, sem dúvida nenhuma, a brilhante atuação de Mia Goth. A britânica – neta da atriz brasileira Maria Gladys – já havia nos presenteado com performances dignas de Oscar, como em Pearl (2022). Mia consegue traduzir toda a insanidade por trás de Infinity Pool ao encarnar a louca e sedutora Gabi Bauer. Infelizmente, se a Academia não reconheceu seu trabalho em Pearl, dificilmente irá considerar seu desempenho aqui também.

Cronenberg consegue mesclar os gêneros terror e ficção científica com maestria. O filme não possui muitos momentos assustadores, mas o diretor soube fazer uso de elementos do horror nas horas certas, como na parte final em que James é resgatado e acorda em uma cabana no meio da floresta. Confesso que achei desnecessária a ideia de colocar máscaras nos membros da gangue de ricaços. Essa estratégia já foi bastante explorada no passado em filmes de sucesso, como Os Estranhos (2008) e Uma Noite de Crime (2013), mas não tem muito sentido em Infinity Pool, uma vez que nenhum dos personagens demonstra muita preocupação em esconder sua identidade ao praticar atos criminosos.

A película consegue construir uma atmosfera tensa que prende a atenção de quem está assistindo, algo que particularmente considero essencial em um bom filme de terror. Com uma história original, boas atuações, personagens perturbados e cenas violentas, Infinity Pool desponta como uma das boas surpresas de 2023. Não é de se espantar que o casamento entre a maior atriz de terror da atualidade e o herdeiro do horror corporal fosse tão perfeito.

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Média da classificação 4.1 / 5. Número de votos: 15

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4 Comentários

  1. A princípio achei super interessante a ideia do filme, porém ao longo da história perderam a mão.

  2. Disse a um amigo que o cinema de terror contemporâneo era, na quase totalidade, uma porcaria, só filme ruim; ele concordou em partes e me recomendou assistir a esse fillme. Que paulada! Uma obra de terror que faz o que toda obra do gênero de verdade, com sangue em suas veias(desculpe o trocadilho barato!), deve fazer: expôr os medos, horrores, contradições e monstruosidades da sociedade de sua época, e que ela, a sociedade, insiste em negar.
    Mia Goth sem dúvida é a maior atriz do cinema de horror atual, a atuação dela é de meter medo. E Alexander Skarsgård nçao ficou atrás, ele também arrebentou.
    Um filmaço tenso e perturbador.

  3. Filme lixo de merda sem sentido assim como a maioria das porcarias de terror atuais.

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